Mario Chamie


Ideias fora do lugar


O profundinho

das campinas rastejantes

não tinha ideias

das ideias fora do lugar.

Aqui ou acolá

o profundinho,

se distante,

perto estava

de onde não sabia estar.


Assim, tirava do lugar

o que, depois e durante,

já não estava lá.


O profundinho

das campinas

rastejantes

ouviu o galo cantar

onde canta o sabiá.







Mario Quintana

 

Uma Canção

 

Minha terra não tem palmeiras...

E em vez de um mero sabiá,

Cantam aves invisíveis

Nas palmeiras que não há.

 

Minha terra tem relógios,

Cada qual com a sua hora

Nos mais diversos instantes...

Mas onde o instante de agora?

 

Mas onde a palavra "onde"?

Terra ingrata, ingrato filho,

Sob os céus da minha terra

Eu canto a Canção do Exílio!

 

 

Mario Quintana
Na Germina
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Poemas

 

 

 

 

 

 

Marta Helena Cocco

 

Versão Enlatada do Exílio

 

Em lá

sang sung

som do Sam

soa bem

bang bang.

 

E cá

sangue sangue

sanguessugas

se dão bem.

 

 

 

 

 

 

 

Mathilda Kóvak & Ceumar

 

Oração do Anjo

 

Não permita Deus que eu morra

Sem ter visto a terra toda

Sem tocar tudo que existe

Não permita Deus que eu morra triste

 

Dai-me a graça de viajar de graça

Por essa esfera afora

De virar uma linda senhora

Uma linda lenda

Tecer cada fio da renda

Contar cada cacho

De cabelo de anjo

Transformá-lo num bonito arranjo

Da mais bela canção

 

Não permita Deus que eu me vá

Sem sorver esse guaraná

Sem espalhar meu fogo brando

E acalmar a brasa do mundo

E aquecer mais uma vez

O coração do universo

Nas contas do meu terço

Nas cordas do meu violão

 

 

 

 

 

 
Maurício de Souza


Turma da Mônica



Uma imagem contendo Texto    Descrição gerada automaticamente







Maxakalí [na língua]


Kutex te mõkunãhã

[Trad. Charles Bicalho, Isael, Sueli e Elizângela Maxakali]








Miriam Panighel Carvalho

 

Paráfrase da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias

 

Meu país tinha palmeiras,
Lá cantava o Sabiá;
Que hoje quase não canta
Porque poucos deles há.

Nosso céu, tem sim, estrelas,
Mas, nas várzeas não há flores,
Nossos bosques têm queimadas,
Há mais ódio e desamores.

Ao deitar, todas as noites,
A lembrar ponho-me cá;
Daquelas lindas palmeiras,
Do canto do Sabiá.

Meu país tinha primores,
Mas já não os vejo cá.
Ao lembrar — sozinho, à noite —

Quanta tristeza me dá!
Onde estão minhas palmeiras,
Onde anda o Sabiá?

Permita-me, Deus que eu morra,
Sem que tenha de ver cá;
Mais depredação das matas
E a extinção do Sabiá,
Destas matas brasileiras
Qu'igual no mundo não há.

 

 

 

 

 

 

Moraes Moreira e Beu Machado


Ave Nossa

[Interpretação: Gal Costa]


Minha terra tem pauleira

Desencanta e faz chorar

Mas tem um fio de esperança

Quando canta e quando dança

No assobio do sabiá


O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar e eu via

O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar 

O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar e eu via

O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar 


Será que o sábio sabia

Que só aqui assobia o sabiá? 

Que as aves que aqui rodeiam

Também rodeiam por lá?

Na floresta, na avenida

Nalguma fresta da vida

A ave tenta escapar

Por mais terra que eu percorra

Só permita Deus que eu corra

Pra que eu veja esse voar

Minha terra tem pauleira

Desencanta e faz chorar

Mas tem um fio de esperança

Quando canta e quando dança 

No assobio do sabiá


Sabia assobiar

Sabia assobiar e eu via

O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar 

O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar e eu 

O sábio sabiá sabia assobiar

Sabia assobiar...






Munir Jacob

 

Minha Terra

 

Todos cantam sua terra

Também vou cantar a minha

Em ciranda nesses versos

Com a ajuda de uma rima

 

Minha terra tem pinheiros

Nela também canta o sabiá

Um canto triste e inzoneiro

Quando às margens do Borá

 

No meu peito bate forte

Esse grande sentimento

Exaltar de sul a norte

A querida Sacramento

 

De um lado a Exposição

Do outro o Seminário

Para o fazendeiro, a premiação.

E o carinho do missionário

 

Pela mãe natureza

Muitos pássaros pelos ares

Matas de pura beleza

E uma Gruta nos Palhares

 

Na história nacional

Sem destaque, sem enfoque.

E a grandeza cultural

Do esquecido Desemboque?

 

No seu povo operário

O trabalho que não pára

E surge desse cenário

A represa de Jaguara

 

A beleza feminina

O café, bebida pura

A pecuária predomina

Junto á nossa agricultura

 

De seu povo valioso

Canto a todos como tal

De Barsanulfo caridoso

Ao Cônego Saul Amaral

A cultura está presente

Grandes mestres aqui vi

É a saudade que se sente

De Corália e Aracy

 

De Sacramento surgiu

Gente anônima na arte

Mas um sobressaiu:

O ator Lima Duarte

 

No mundo fala-se dela

Foi morar numa favela

Ao deixar Carolina de Jesus

Sua terra; aumentou sua luz.

 

Se é pesado o seu fardo

Ao traçar seu destino

Tenha um pai Leonardo

E como mãe, Corina Novelino.

 

Hospitalidade aqui não falta

Com amor, eu não me engano

O hino, canção que te exalta

É criação de Célia e Caetano.

 

Apóstolo da palavra de Deus

Maior pregador da padroeira já se viu?

Pe. Vitor, por todos os atos seus

Será  o primeiro santo do Brasil

 

Empreendedor de grande humildade

Experiência de homem, coração de menino

Quanto orgulho foi pra essa cidade

Leonildo Cerchi; o senhor "Nino".

 

Falo agora de uma santa

Que acompanha a nossa vida

Minha alma até se encanta

Nessa devoção querida

 

Senhora do Santíssimo Sacramento

Esse nome lhes deram

Pela sua proteção e encantamento

Padroeira lhes fizeram.

 

 

 

 

 

 

Murilo Mendes

 

Canção do Exílio

 

Minha terra tem macieiras da Califórnia

onde cantam gaturamos de Veneza.

Os poetas da minha terra

são pretos que vivem em torres de ametista,

os sargentos do exército são monistas, cubistas,

os filósofos são polacos vendendo a prestações.

A gente não pode dormir

com os oradores e os pernilongos.

Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.

Eu morro sufocado

em terra estrangeira.

Nossas flores são mais bonitas

nossas frutas mais gostosas

mas custam cem mil réis a dúzia.

 

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade

e ouvir um sabiá com certidão de idade!

 

 

Murilo Mendes
Na
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Poemas

 

 

 

 

 

 

Nação Corinthiana

 

*

 

Minha terra tem Corinthians,

onde canta o Ronaldão,

todo mundo pula e grita

o Timão é campeão.

 

 

 

 

 

 

Narlan Teixeira

 

Canção do Exílio

 

Minha terra tem Palmeiras
Onde joga O Guarani
As aves de lá gorgeiam
Bem melhor que as daqui

 

Nosso céu tem mais Cruzeiros
Nossas várzeas mais flamingo
Nossos bosques têm mais samba
Nossa vida mais Flamengo

 

Em cismar sozinho à noite
Cá não tem Maracanã
Minha terra tem Esporte
Para o deleite de Pã

 

Minha terra tem estádios
Para a plebe celebrar

Em cismar — sozinho, à noite —

No Corinthians vou jogar
Minha terra tem estádios
Onde a raça se mistura

 

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra geral
Sem que veja a galera
Cozinhando o Brasil
Sem que veja a Fonte Nova
E a torcida do Bahia.

 

 

 

 

 

 
Norman Bailey


Comentário em encontro sobre Economia, São Paulo.


"Minha terra tem dívidas onde canta o FMI".


[Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: 31 de agosto de 1984]







O Muribeca


Gentes dos cajuaes alerta!!!


I


Minha terra tem um fôro,

Onde gira um cajuá

Animal tão bruto assim

Não tem aqui como lá


II


Nosso paiz; é mui quente

Nossa praça faz calor;

Nosso fôro todo clama

Contra um juiz oppressor.


III


Nas questões commerciaes

Mais justiça encontro eu lá;

Minha terra tem um fôro

Onde gira um cajuá.


IV


Não permita Deos que eu veja

Juiz subtil como lá;

Pois animal tão nocivo

Não encontrei eu por cá,

Deos me defenda d'um fôro

Onde gira um cajuá.


[Pedro II. Fortaleza: 6 de outubro de 1862, ed. 00228]







O Trangalão


Saudades da Minha Terra!


Longe de ti, saudoso canto

Lindos bosques e pontal;

Adeus montes, adeus praias

De minha terra natal.


Ausente de ti me lembro,

Terra minha fatal;

Saudades de teus amores

E da noite do natal.


Quanto é belo neste dia

Os folguedos de minha terra,

Ao passo que aqui não vejo

Senão partidos em guerra.


Minha terra tem belezas tantas

Quantas deu a natureza;

É uma terra de amores

Toda cheia de beleza.


Nas manhãs, ao romper da aurora

Nas margens do belo mar,

Canta o chechéo orgulhoso

Gorgeios que fazem amar.


À tarde entoa cantos

Que a jovem mais deseja;

É um pássaro todo belo

Que diverte a sertaneja.


Quis cantar a minha terra

Porém não quis a inspiração;

Minha terra tem primores

Que não diz o coração.


Adeus Villa-Nova, Sergipe

Terra do meu coração!

Aceita os votos de um filho

Embora fraca a expressão.


[Correio Mercantil. Rio de Janeiro: 21 de novembro de 1858, ed. 00315]






Osmar Reyex

 

Canção do Exilado

 

Minha terra tem palmeiras

Que decoram avenidas

E ninguém repara.

Minha terra tem palmeiras

Onde o galo canta

E ninguém levanta.

Minha terra tem palmeiras

Mas de nada adianta...

No mundo inteiro tem palmeiras.

E em todo canto,

Passarinho gorjeia sempre do mesmo jeito.

Não dá pra botar defeito.

Tanto faz aqui ficar

Ou voltar para lá.

E, pensando bem,

Minha terra é onde eu possa estar.

Se eu morrer aqui

Permita Deus que haja terra

Pra meu caixão acobertar.

Nesse exílio,

O problema sou eu

Que não me acostumo

Nessa porra de lugar.

 

 

 

 

 

 

Oswald de Andrade

 

Canto do Regresso à Pátria

 

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

 

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

 

Ouro terra amor e rosas

Eu quero tudo de lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

 

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que veja a Rua 15

E o progresso de São Paulo

 

 

 

 

 

 
Patrícia Lavelle


Sem título


"As aves, que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá".



Heimat é esse lá

exilado

em qualquer

aqui.



Patrícia Lavelle

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Paula Cajaty

 

Desejo de Exílio

 

dou-lhe uma vida de estrelas,

ela pede um amor que gorjeie.

 

dou-lhe o desfrute das flores,

ela quer trepar em palmeiras.

 

dou-lhe o cantar de um passarinho,

e ela sonha

faceira

com a cama do vizinho.

 

Paula Cajaty

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> Poemas

> Entrevista

 

 

 

 

 

 

Paulo Briguet

 

Canção do Exíguo

 

Minha terra não tem ouro,

nem óleo, nem catedrais.

Se em Dias teve espólio,

hoje em dia não tem mais.

 

Minha terra não tem flores,

nem plantas, nem arvoredos.

Se antes morreu de amores,

hoje coleciona medos.

 

Minha terra não se enxerga,

está fechada pro almoço.

Entre ela e o paraíso

há bem mais do que um fosso.

 

Minha terra é um fogaréu,

nela queima toda gente.

Bem mais cinza é o seu céu;

os seus bosques, mais ardentes.

 

Minha terra não tem verso,

nem frente, rosto ou fundo.

O imposto é perverso

e o palácio é imundo.

 

Minha terra não tem fé,

toda gente odeia o papa.

Quer salvar-se, a ralé,

obliquamente, à socapa.

 

Minha terra não tem nome,

nem língua, nem professores.

Desde sempre vive à míngua

de recursos salvadores.

 

Minha terra tem escravos,

minha terra tem mistérios.

Ao deputados, emite

vários bilhetes aéreos.

 

As aves que aqui gorjeiam

são pombas, não sabiás.

Arrulham e obram tanto

que ninguém mais vive em paz.

 

Minha terra não tem olhos

e não conhece a luz.

A crise foi inventada

por loiros de olhos azuis.

 

Minha terra sempre escolhe

o Cristo por Barrabás.

Depois faz um filme chato

com verba da Petrobras.

 

Mas vou parar a canção

aqui mesmo, meus amigos;

pois, para cantar, o tempo

e o espaço são exíguos.

 

 

 

 

 

 
Paulo Francis


Diário da Corte, 1991


Nova York


Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá. Não tem, não. Nunca vi um sabiá e só ouvi falar de sabiá naquela controvérsia em que meus Países Baixos foram parar na Austrália (ou onde quer que sejam antípodas) sobre sexo de sabiá numa das músicas bobas (bem poucas) de Tom Jobim. Todo mundo, Gonçalves Dias incluso, diz sabiá, masculino, mas Tonzinho, pedante como todo bom brasileiro (esfrega bem que emerge por trás da crosta a cara cheia de estalactites de Antônio Houaiss), resolveu que era feminino, uma sabiá. Waaal...


Soa mal. Não toco nem sequer gaita, mas tenho ouvido. No Nova York por aí de hoje há mais uma menção ao livro de Peter Griffin, Less than a Treason, Menos que uma Traição. É tirado de um poema do grande Robert Frost, mas soa errado para mim. Alguma palavra está sobrando. Less than Treason soaria melhor, sem o a, que Frost pôs por exigência métrica.


O que deve soar pior é que brasileiro da minha geração, classe social e, como direi, proveniência, achava que o Brasil ia de Ouro Preto ao Sul. E, assim mesmo, devagar. Nunca estive em Santos, por exemplo, mas conheço São José do Rio Preto, Campos de Jordão, Angra e Parati. Nunca fui à Bahia. Ah, viver sem ter visto a Baixa do Sapateiro...






Paulo Leminski

 

Diversonagens Suspersas

 

Meu verso, temo, vem do berço.

Não versejo porque eu quero,

versejo quando converso

e converso por conversar.

Pra que sirvo senão pra isto,

pra ser vinte e pra ser visto,

pra ser versa e pra ser vice,

pra ser a super-superfície

onde o verbo vem ser mais?

 

Não sirvo pra observar.

Verso, persevero e conservo

um susto de quem se perde

no exato lugar onde está.  

 

Onde estará meu verso?

Em algum lugar de um lugar,

onde o avesso do inverso

começa a ver e ficar.

Por mais prosas que eu perverta,

Não permita deus que eu perca

meu jeito de versejar.

 

 

 

 

 

 

Pedro Fontes

 

Exílio do Sabiá

 

"Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá"

(o sabiá já não canta mais há muito tempo

em lugar nenhum)

 

"As aves, que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá"

(lá as aves gritam de dor)

 

"Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores,

nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores".

(os bosques são intocáveis e todos têm vida;

as flores são todas tipo erva daninha;

os amores e a vida são gozo efêmero no momento errado...

e as estrelas são chatinhas)

 

Onde canta o sabiá não tem lugar pra um sujeito como eu:

que não faz ninho, que se esconde nos bosques, que não entende de bichinhos,

que tem pedra no sapato, que não ama como lá...

 

mas que sonha todas as noites com o sabiá.

 

 

 

 

 

 Pedro Sette Câmara

 

*

 

Minha terra tem esquerdas

que reclamam sem parar;

e os vermelhos esperneiam

tanto aqui como acolá.





Pimpolho


Lá Vai Obra


Todos pintam sua terra,

Tambem vou pintar a minha,

Com a fina ponta do lapis

Heide fazê-la rainha.


Minha terra tem uns typios,

Vindos de mundos de além,

Tem typios tão preciosos,

Que o mundo inteiro não tem.


Das Marinhas da cidade

É o Visconde o primeiro;

Quem quizer aprecia-lo

Venha á terra do dinheiro.


Esse ladrão, esse infame,

Que faz tudo quanto quer,

Não respeita a virgindade

Da mais incauta mulher.


É elle que pelo ouro

Roubado á órfã infeliz,

Ou á viúva quixosa,

Que morrendo se maldiz;


Ostenta fofa grandeza,

Como fidalgo que é,

Esmagando o mundo inteiro

Co' a toesa de seu pé.


Todos pintam sua terra,

Tambem vou pintar a minha,

Com a fina ponta do lapis

Heide fazê-la rainha.


Minha terra tem uns typios,

Vindos de muito além,

Tem Mosquitas e Marinhas

E Condes que outras não tem.


Minha terra é mais rica

Das terras todas que há;

Tem talentos orelhudos,

Do armazém tem o Sá.


Não há paiz como este;

Oh! que terra de primor!

Minha terra tem um typios

Que causam nauseas de horror!


Minha terra tem bellezas

Que não as posso dizer;

Minha terra é porto franco

P'ra quem dinheiro quer ter.


Minha terra, minha terra,

Quão infeliz que ella é!

Minha terra é o abrigo

Té dos filhos de Guiné.


Vinde, ó povo brazileiro,

Ver os typios de encantar,

Tomemmos um vomitorio

Para o commercio encarar!


Mosquitas, Condes, Viscondes,

Barões, Mureiras tambem,

Todos eles reunidos

Em forcas acabar vêm.


[O binóculo. Salvador: 27 de junho de 1877, ed. 00001]