marcelo:

ia auscultando com estetoscópio teu "coração malasarte" quando me lembrei que não sou médico nem sua poesia é cardíaca:

falo então na qualidade de poeta e mais nada.

Tua poesia tem duas dimensões que me fazem a cabeça: humor e anti-beletrismo.

Poesia sem graça não dá. O princípio do prazer que a poesia, toda poesia afirma, exige o deboche, o sarcasmo, a pirueta e a surpresa.

anti-beletrismo: poesia feita com material reles e rueiro, consumístico e pop, pedestre e desmistificador.

a literatura é o maior inimigo da poesia. Abaixo ela (...)

gostei sobretudo do pique dos saques e do saque dos piques.

saldações cardíacas.

 

 

Paulo Leminski – carta: Curitiba, 1980

 

 

 

 

 

Grato pelo exemplar de Droga (livreto lançado em 1983). A edição está ótima, na sua digna e funcional pobreza material. Pelo aparato alusivo de sua poesia, vejo que você está up to date com o que anda por aí, e que o seu, com o perdão da palavra, paideuma é atualizadíssimo.

Vai o abraço de parabéns do

 

 

José Paulo Paes – carta: São Paulo, 16 de setembro de 1983

 

 

 

 

 

Marcelo Dolabela é um dos "agitadores" da poesia marginal (hein1?). Recriando signos mi(s)ticos de uma sociedade enclausurada nas teias do consumo e da loukuratômica, transando folk-lore e tecnologia( como a Rita que traz Lee até no nome), o silêncio da mata e o ruído supersônico que sobrevoa tanto os Parintins como os cariocas sob o sol de Ipanema. Não dique intacto! Entre em contato com o Dolabela( que não é o Carlos Eduardo da novela).

 

 

Luiz Sérgio de Viveiros – 1983

 

 

 

 

 

Wilson Sukorski e Ruggero Ruschini, ao lado de Guilherme Vaz, R.H. Jackson, Lívio Tragtenberg e o poeta Marcelo Dolabela, são os príncipes da vanguarda sonora no Brasil. Conhecê-los é privilégio de visionários.

 

 

Carlos Reichenbach – Folha de São Paulo, 05 de julho de 1991

 

 

 

 

 

Raiz de quase tudo, o grupo poético-performático Cemflores, de onde saíram membros do Divergência Socialista (Marcelo Dolabela), Sfiha Elétrica (Gato Jair, mais tarde mentor intelectual do Último Número) e Sexo Explícito (Rubinho).

 

 

Arthur Dapieve

BRock — O Rock brasileiro dos anos 80. Ed. 34, 1995