O CARALHO

 

Gaita, picha, piça, piço

Moca, cacete, mangalho

Também se chama toutiço

Ao tão famoso caralho

 

Verga, pau, ferro ou porra

Muitos nomes ele tem

Espirra golfadas de esporra

Quando com tesão se vem

 

Banana ou alho-porro

Pepino ou malagueta

Cenoura ou nabo roxo

Que se mete em toda a greta

 

É chouriço, é salsicha

Dos de carne, pois então!

Porque espirra e salpica

Também será salpicão

 

Broca, barrote ou marreta

Bacamarte ou canhão

Buraco onde ele se meta

Fica em brasa com a explosão

 

Falo também há quem diga

Mas que nome tão marado!

É expressão que mal lhe fica

Por foder sempre calado

 

Parece uma maçaroca

Como ela também tem barba

Não tem milho nem pipoca

Tem um furo que se baba

 

O caralho é uma cobra

Pela forma, aparenta

Mas estando duro não dobra

E em todo o buraco entra

 

Também lagarto parece

Salamandra ou lagartixa

A osga quando adormece

Faz lembrar a murcha picha

 

Coiso mole, a descansar

Chega a parecer um sapo

Se boa boca o beijar

Ficará logo um marsapo

 

O caralho que é bem grande

Até parece uma tromba

Tal qual a do elefante

Tudo arrasa, tudo arromba

 

Cabeçudo, grande e grosso

Faz lembrar um cachalote

Vai ao fundo em qualquer fosso

Dá cabeçadas na glote

 

A picha um peixe parece

Chamam-lhe besugo e sarda

Tanto pela frente imerge

Como pela retaguarda

 

Há quem lhe chame furão

Também lhe chame peru

Gosta de boca e de mão

Gosta de cona e de cu

 

O caralho ao crescer

Fica com grande pescoço

Apesar de parecer

Nele não existe um osso

 

Há com pêlo preto ou ruço

Ruivo, branco ou grisalho

Será espeto, fueiro ou chuço 

Se for comprido o vergalho

 

Ao caralho pincel chamam

Porque tem cabo e tem pêlos

Pincela de branco as mamas

Bocas, cus, conas e grelos

 

O caralho é uma seringa

Que nos buracos se espeta

Não querendo perder pinga

Todo o remédio injecta

 

Sendo possante e comprido

Por mastro pode passar

Em tempestades aflito

Não se importa de afundar

 

Se for escuro, grande e rijo

Lembra a moca dum cavalo

Esguichando langonha ou mijo

Qual espumante por gargalo

 

Abana desfalecido

Até um badalo parece

Ficando mole e caído

Se foder não lhe apetece

 

Tem cabeça de morango

Pescoço alto e redondo

Dança valsa e dança tango

Pára só quando está tonto

 

Faz lembrar ginja e cereja

Sua cabeça estalada

Madura mais se deseja

Negra, roxa, avermelhada

 

A cabeça do caralho

Não tem pêlos, é careca

O pescoço do mangalho

Por norma não tem marreca

 

Essa picha mastodonte

Fica às vezes bem aflita

Pára só quando está tonta

Pára só quando vomita

 

Com vaivém, com solavanco

Cospe langonha viscosa

Leite gordo, morno e branco

Nata pura, pegajosa

 

Quando o caralho é mamado

Até parece uma teta

Que dá leite se ordenhado

Por mão, boca, cu ou greta

 

No cu, na boca e na crica

A sair e a entrar

Sua pele encolhe e estica

Como a dum fole a soprar

 

É grande e duro ao entrar

E desse jeito trabalha

Pequeno e mole no findar

Assim sai dessa batalha

 

Não teme dor ou gemido

Nem suspiros, nem os ais

Corajoso, destemido

Enfrenta canseiras tais

 

Seja gigante ou anão

Fino, grosso, recto ou torto

À foda só dirá não

Quando estiver quase morto

 

É este o seu pensar

É este o seu querer

Furar, abrir e entrar

Numa palavra: foder

 

Da sua amiga fiel

Parceira de solidão

Nunca se aparta dela

Se precisar usa a mão

 

 

 

 

 

A CONA

 

Entre pentelhos escondida

Está uma greta discreta

Com buraco à medida

Do piço que lá se espeta

 

Segredos também esconde

Se rapada se apresenta

À vista de quem a ronde

Pouco ou nada ela desvenda

 

Onde está todo o mistério

É para lá da sua racha

Onde existe assunto sério

E toda a surpresa se acha

 

Há também coisa bem certa

Entre alguma incerteza

Fode-se melhor aberta

E com picha firme e tesa

 

Não revela a um ou outro

O que sabe ela fazer

Só o mostra a quem é douto

Na arte de bem foder

 

Mostra-se a quem tem destreza

Decisão e experiência

De juntar delicadeza

Com alguma violência

 

Com a língua, de certeza 

Com dedos também se molha

Com tesão quer picha tesa

Que lhe vá servir de rolha

 

Sem tesão perde o feitiço

Com ela chega a pingar

Bastando apenas para isso

A dona em foda pensar

 

A mão que passa intrujona

Encontra pentelhos ténues

No vulto que faz a cona

Chamado monte-de-vénus

 

O vulto que a cona faz

Mais conhecido por papo

Come de forma voraz

Maçaroca e marsapo

 

Pentelheira com esplendor

É como ovelha lanzuda

Não teme o pau do pastor

Gosta da moca peluda

 

Também parece uma toca

Onde o animal se mete

Nela entra e sai a moca

Às vezes fazendo um frete

 

Em seu ninho a passarinha

Espera pelo passarão

Que muito nele se aninha 

Quando tem forte tesão

 

Pássara ou passarinha

Pita, gata ou gatinha

Pomba, rola ou rolinha

Pito, rata ou ratinha

 

Chocha também é chamada

Por ser mole e ser macia

Molhadinha e rachada

Faz lembrar a melancia

 

Há quem lhe chame xoxota

E quem lhe chame pachacha

Seja de jovem ou cota

Toda tem a sua racha

 

Cona, racha, fenda, greta

Larga, estreita, curta, funda

Clara, escura, branca, preta

Onde o caralho se afunda

 

Além-mar dizem buceta

Palavra que até parece

Meio buço, meio greta

Que se molha quando aquece

 

A boca do corpo, a cona

O caralho vai comer

E o seu leite vai beber

Por ser boca comilona

 

A cona tem beiços quentes

Também barba, coisa estranha

Boca que não possui dentes

O caralho não arranha

 

Quando sente comichão

Com qualquer coisa se coça

Do dedo fino da mão

À mais bruta picha grossa

 

O caralho ela amansa

E o suga sem ter língua

A pele quase lhe arranca

E o deixa quase à míngua

 

Com língua a cona entontece

De caralho muito gosta

Com hábeis dedos aquece

Cedo fica descomposta

 

Suspira com doces ais

Com mangalho dentro e fora

A dona alegre demais

Salta, grita, geme e chora

 

Incham as bordas da cona

Se a trancada demorar

Não se importa a sua dona

Se for intenso o gozar

 

Quando a cona é referida

Não se pode esquecer dele

Entre os beiços escondido

Está o tão famoso grelo

 

Concentrando-se no grelo

Bem mais forte a comichão

Lateja a vontade nele

Numa tão forte tesão

 

Apesar de diminuto

O grelo é muito importante

Trabalhado num minuto

Mais sucesso se garante

 

Fica a mulher quase louca

Tocando-lhe o berbigão

Pode-se comer com a boca

Mesmo sem mexer com a mão

 

A cona é uma amêijoa

Com chouriço ela se come

Em recheada bandeja

Se pode matar a fome

 

A cona é uma flor

Bem frágil e delicada

Que se abre com calor

Mesmo na noite cerrada

 

Suas pétalas molhadas

Parece terem orvalho

Ficando as cores coradas

Quando lhes roça o caralho

 

Uma cona pouco usada

Fica com teia de aranha

Teia com pau apanhada

A cona com pau apanha

 

 

 

 

 

AS MAMAS

 

Grandes, médias ou pequenas

Redondas, bicudas, cheias

Brancas, escuras ou morenas

Secas, bonitas ou feias

 

Novas, velhas, moles, rijas

Bicos grandes ou pequenos

Que com o frio se eriçam

E com a tesão não menos

 

Juntinhas ou afastadas

Com pequeno ou grande rego

Sabe bem quando apalpadas

Fazem um bom aconchego

 

O tamanho, há quem diga

Que se ajusta a cada mão

Será a certa medida

A do perfeito apalpão

 

Mama maior do que a mão

É mama desperdiçada

Por ficar fora a porção

Que não pode ser pegada

 

Enfim, as melhores serão

As que forem agarradas

Com carinho ou brutidão

Bem lambidas e chupadas

 

Só de lhes mexer, beijar

A mulher toda se dobra

Parece enguia a nadar

Lampreia e até cobra

 

O caralho as enfeita

Quando nas mamas se entala

Nelas se roça e deleita

Se esfrega e arregala

 

É comum a esse fazer

Chamar punheta de mamas

O caralho, se quiser

Langonha nelas derrama

 

Quando o caralho se vem

As mamas e o peito borra

Soluçando com desdém

Vomita jorros de esporra

 

Pode a langonha saltar

Para a cara e pescoço

Pode até na boca entrar

No meio do alvoroço

 

Sendo a foda pela frente

Tudo fica mais a jeito

Cada mama é um presente

Entregue em cima do peito

 

Mas se a foda for por trás

Apesar de mais escondidas

É posição que apraz

Para serem bem espremidas

 

As grandes e cheias mamas

Volumosas, penduradas

A compasso ficam bambas 

Ao ritmo das caralhadas

 

Mamas grandes, opulentas

São bóias de salvação

Só se salva das tormentas

Quem bem lhes lançar a mão

 

Às bicudas, desmedidas

Tetas se pode chamar

Por vezes são tão compridas

Que um nó quase podem dar

 

Da mulher bem mamalhuda

Diz-se ser avantajada

A sua presença muda

Diz muito, mesmo calada

 

Das mamas se diz que é fruta

Qual laranja ou marmelo!

Há da verde e da madura

Doce como o caramelo

 

Frutas destas iguarias

Maiorzinhas são gamboas

Às grandes chamam meloas

Às gigantes, melancias

 

Se mordida e lambida

Apalpada e beijada

Bem boa é essa comida

Gostosa é a marmelada

 

Às mamas o homem vai

Arrastado pelo isco

É um vulto que o atrai

Comida, tão bom petisco

 

A elas lhes presta cultos

Com apalpões e dentadas

Mais preces a esses vultos

São beijos e caralhadas

 

 

 

 

 

O CU

 

Caga, bufa e traqueja

Tem merda por inquilina

O cu se usado sem pejo

Até o prazer refina

 

Entre as nalgas ocultado

Bem no meio do traseiro

Lá escondido é achado

O buraco do cagueiro

 

Oculto nas nalgas, não

Se revela facilmente

É da sua condição

Mostrar-se timidamente

 

Para que se possa ver

Há que as costas abaixar

E querendo então foder

Há que as nalgas apartar

 

Apesar de mal cheiroso

E também mal-encarado

Merece apreço mimoso

Por todos ser respeitado

 

O seu cheiro faz fugir

Se está sujo, fedorento

Mas também pode atrair

Limpo fora, não por dentro

 

Entre as nalgas há um rego

Com mangueira é regado

Custa a regar estando seco

Melhor se rega molhado

 

Há quem possa nojo ter

E nem lhe queira tocar

Nem sequer o queira ver

Menos ainda entrar

 

Quando o caralho está duro

E é bem forte a tesão

Por inteiro entra no furo

No orifício cagão

 

Se fodido com vigor

Deixando a moral de parte

Mesmo que o cu sinta dor

Pode-se foder com arte

 

Se com jeitinho se tenta

Sem ter lubrificação

O caralho no cu entra

Como entra um dedo da mão

 

Dando lugar ao prazer

A dor é coisa que passa

Se houver jeito no foder

De certeza o cu não assa

 

E mesmo que o cu asse

Não vai cheirar a queimado

Nem que a sua dona passe

Três dias a andar de lado

 

A picha que no cu entre

Tem de estar mesmo bem tesa

Faça o que fizer lá dentro

Filhos não faz, com certeza

 

A cona colada ao cu

Até o homem baralha

Às vezes quer meter num

Mete no outro, por falha

 

O homem tem o caralho

Com os colhões pelo meio

Conjunto penduricalho 

Que alguns consideram feio

 

O cu faz lembrar um olho

Que pisca e parece rir

Apesar de não ter molho

Nele se pode entrar e vir

 

Apesar de não se vir

Sente um arrepio gostoso

Que faz a cona sentir

Um prazer delicioso

 

Às nalgas se chama tranca

Aguentam forte trancada

A mulher ficará manca

Se for bem aferrolhada

 

Também lhes chamam bumbum

E mais outro nome é bunda

Bem no meio qualquer um

Caralho nelas se afunda

 

Quando a bunda é altaneira 

E tem volume que assusta

Ao cu se chamará peida

Onde a picha entrar custa

 

Bilha há quem use dizer

Por ter forma arredondada

Bilha que se pode encher

Apesar de estar rachada

 

Bimba acima, bimba abaixo

Num andar insinuante

Agarra a vista do macho

Num segundo, num instante

 

Às nalgas bem volumosas

Também se chama badanas

Deliciam-se gulosas

Sempre que comem bananas

 

Chamam-lhe rabo e traseiro

Por trás é bem enrabado

Não tenha ou tenha mau cheiro

Esteja limpo ou cagado

 

Ao cu chamam sim-senhor

Vá-se lá saber porquê!

Sim, sai e ouve-se vapor

Senhor cheiro não se vê

 

As nalgas, há que dizê-lo

Das mulheres são um repolho

Perto dele tem um grelo

E no meio tem um olho

 

O olho do cu é cego

Pode usar uma bengala

Que tacteia pelo rego

E no buraco se entala

 

 

 

 

 

O TARADO

 

O tarado é um atrevido

Que só pensa em foder

Na vida só vê sentido

Em comendo uma mulher

 

Só tem conas na ideia

Cus, mamas, grelos e bocas

À cabeça não dá féria

Por pensar em mulheres loucas

 

Por norma é mais a fama

O proveito pouco tem

Pouco se aguenta na cama

Mas não o conta a ninguém

 

Muitas vezes o tarado

Quer ele se gabe ou troce

É só um pobre coitado

Com ejaculação precoce

 

Ele gosta de se gabar

Diz ser macho bem potente

Mas é por tanto falar

Que não há quem o aguente

 

Diz-se ser muito capaz

Não deixando foda a meio

É conversa que ele faz

Só garganta e paleio

 

O que ele quer é mostrar

O quanto é forte e valente

Mesmo sendo só palrar

E o caralho mal se aguente

 

No fundo, ele ambiciona

Que acreditem no que diz

Mesmo que não tenha cona

E seja um pobre infeliz

 

Chega até a meter dó

Com tamanha ilusão

Pois muitas vezes é só

Que se safa com a mão

 

Às vezes nem é afoito

É apenas um marado

Na esperança de ter coito

Não passará dum coitado

 

O tarado garanhão

Mesmo a sério é coisa rara

Tendo bem forte a tesão

E um caralho que não pára

 

Tarados sem embaraços

E em certos truques hábeis

Apesar de serem escassos

Também os há incansáveis

 

Fodem a torto e a direito

Por cima de toda a folha

Fodem tudo sempre a eito

Que a picha não cria bolha

 

O tarado bem possante

Pode arrasar a mulher

Que lhe pede suplicante

Para acabar de foder

 

Mas mesmo quem muito fode

E que tem forte tesão

Em se vindo pouco pode

Fica a rastejar no chão

 

 

 

 

 

A TARADA

 

Mulher que só quer foder

Toma o nome de tarada

Qualquer homem que quiser

Lhe deixa a cona molhada

 

Cedo ateia na tarada

Uma brasa, uma fogueira

Dificilmente apagada

Por longa e grossa mangueira

 

Horas e horas trabalha

E a foder fica suada

Sua cona é uma fornalha

Que a salsicha deixa assada

 

O seu corpo deita fogo

Calor que tudo derrete

Gosta de jogar o jogo

Em que o caralho se mete

 

Caralhos a deixam louca

Entrando lá onde for

No cu, na cona ou na boca

Sinta ela prazer ou dor

 

A tarada tudo faz

E é ela quem domina

Fôda de lado ou por trás

Esteja por baixo ou por cima

 

Homem com uma tarada

Pode até se arrepender

Por ser tão entesoada

Sempre quer ela foder

 

Quem com ela se meter

Chega até a pensar fugir

Depois de tanto foder

Já nada tem para se vir

 

Ela o homem vai deixar

Seco que nem uma palha

Se a não pode acompanhar

Não há nada que lhe valha

 

Diz o saber popular

Havendo língua e dedo

A mulher não mete medo

O homem não vai assustar

 

Mas medo pode meter

Mesmo a um homem bem sabido

Pensando que a vai comer

Acaba por ser comido

 

Tarada que quer conforto

A um homem tudo faz

Pode até deixá-lo morto

Enquanto se satisfaz

 

Ela impõe e domina

Seus desejos e caprichos

O homem quase chacina 

Esvaindo-se em esguichos

 

Há quem diga que ela é louca

E lhe chame comilona

Chupa e mama com a boca

Come piças com a cona

 

A tarada com tesão

Parece um gato assanhado

Homem em que ponha a mão

Ficará bem arranhado

 

Uma cadela com cio

Parece ela com tesão

Às vezes num desvario

Dá a cona a qualquer cão

 

Também a alcunham de cabra

Porque muito berra e salta

Se de picha ela tem falta

Se não tiver quem a abra

 

Ainda lhe chamam mula

Quando está a ser montada

Se o cavaleiro tem gula

Galopa desenfreada

 

Mulher que muito usa a crica

Até lhe chamam uma vaca

Sem caralho tonta fica

Coça-se em fueiro ou estaca

 

A tarada incansável

Parece ave de rapina

Qual animal indomável

Que nenhum homem domina

 

A tarada que se vem

Duas, três, quatro ou cinco

Seis ou mais vezes também

Fá-lo sempre com afinco

 

A mulher que assim fode

Se tiver homem que aguente

Vir-se mais ainda pode

Chegando perto de um cento

 

 

 

 

 

O BROCHE

 

Quando é lambido o toutiço

Quando a picha é chupada

Chama-se um broche a isso

Chama-se a isso mamada

 

Há também quem chame chucha

Por se fazer a chuchar

Ora empurra, ora puxa

A boca que abocanhar

 

Outros nomes ele tem

Bobó, bico e ainda mais

Se nele o homem se vem

Geme, ronca, grita ais

 

A boca chupando o piço

Com os beiços em ventosa

Para muitos é mesmo isso

A coisa bem mais gostosa

 

Se o pescoço do caralho

A língua bem percorrer

Fica feito num frangalho

O homem que isso sofrer

 

Língua lambendo a cabeça

Do caralho quase a assa

A outra na incerteza

Se confunde e até se passa

 

O furo da cabecinha

Também pode ser chupado

E lambido com a linguinha

Mas com especial cuidado

 

Com os dentes é preciso

Mais cuidado ainda ter

Dentadas suaves no piço

São dores que dão prazer

 

O caralho é um sorvete

Ao ser chupado e lambido

Na boca aquece e derrete

E por ela é sorvido

 

Por cona a picha é louca

E de cu gosta também

Mas muito gosta de boca

Quando na boca se vem

 

Com o broche o homem treme

Quando chega a sua hora

Suspira, grita e geme

E no fim, de prazer chora

 

Se o broche for completo

Termina com a explosão

Que esguicha esporra para o tecto

Para a cara, boca ou chão

 

Para levar à explosão

É a língua um bom rastilho

A esporra na boca não

Faz nela qualquer sarilho

 

Boca que faz bom trabalho

Chupa, lambe, morde e mama

Nessa boca o caralho

Sua langonha derrama

 

Na boca saindo e entrando

A moca parece um fole

A mulher em terminando

Escolhe se cospe ou se engole

 

Gaita-de-beiços parece

A picha estando na boca

Nem um som ela oferece

Mas dá leite a quem a toca

 

Leite da teta do homem

Onde mama a mulher

Se o caralho ela come

O leite pode beber

 

Uma picha grande ou média

Pode chegar à garganta

Se bem no fundo se espeta

A mulher ópera canta

 

Estando na funda garganta

Um mangalho bem comprido

A mulher se assarapanta

Por não soltar seu gemido

 

Com algum jeitinho dela

Num decidido vaivém

O caralho chega à goela

E é nela que se vem

 

Quem muito broche fizer

Ficará especialista

Nome próprio ele vai ter

Passa a chamar-se brochista

 

 

 

 

 

O MINETE

 

A mulher fica torcida

Toda feita num novelo

Quando a cona é lambida

Os seus beiços e o grelo

 

Só com uma lambidela

A cona logo alvorece

Tal como uma flor singela

Seu perfume resplandece

 

Tem doces deliciosos

Mais na nova que na velha

Perfume e mel bem gostosos

Quando a língua faz de abelha

 

Se o minete for bem feito

Fica a mulher esbugalhada

Arfa forte e incha o peito

Como ocorre na trancada  

 

Minete dá comichão

Faz a mulher dar gemidos

Perde o norte e a razão

Quando termina dá gritos

 

Outras vezes a mulher

Ao sentir tesão bem forte

Sendo sofrido o gemer

Parece à beira da morte

 

Feito num aquecimento

É coisa que fica bem

Se for feito por mais tempo

A mulher nele se vem

 

Para que seja bem feito

Deve o homem estar atento

Para sentir o seu efeito

E marcar o movimento

 

No minete a língua deve

De vários modos mover

Lamber, chupar e morder

Mas só se for ao de leve

 

Quem gosta assim de minete

Quase o faz a tempo inteiro

Fazendo disso banquete

É fuçanga, é mineteiro

 

Anda na mina o mineiro

À procura do minério

No minete o mineteiro

Faz também trabalho sério

 

A cona toda se molha

A boca nele se lambuza

Quando a língua a desfolha

A mulher fica confusa

 

Os pentelhos atrapalham

Quando à boca vão parar

Se na língua se embaralham

Haverá que os expulsar

 

O pentelho vai sair

Se cuspido com afinco

Duas, três, quatro ou cinco

Ou mais vezes insistir

 

Quando o homem fica tonto

A língua até se baralha

Desliza dum rego ao outro

Perdida nessa batalha

 

 

 

 

 

A PUNHETA

 

Se a mulher não liga cheta

Não lhe apetece ou não pode

O homem bate punheta

Imaginando que fode

 

Ou se é bonita a mulher

Tendo boa silhueta

Não a podendo foder

O homem bate punheta

 

Havendo no pensamento

Mamas, nalgas, cu e greta

Ou boca onde a picha entre

Melhor será a punheta

 

Pensa que fode mulher

Duas, três ao mesmo tempo 

Tantas quer ele comer

Quantas pode o pensamento

 

Às vezes, por demorada

É preciso descansar

Fazer pequena parada

Ou então de mão mudar

 

Se a punheta demorar

O pulso fica dorido

O caralho vai inchar

Ficando roxo e partido

 

Chega a amolecer a meio

Cai murcho, perde pujança

Por mais que a mão solte o freio

A punheta não avança

 

Quem a punheta bater

Pode estimular a vista

Para tesão mais forte ter

Basta usar uma revista

 

Fotografias escaldantes

Com conas, cus, mamas, bocas

E poses insinuantes

De mulheres boas e loucas

 

Picha que muito enrijar

Fica como pau ou ferro

Quando está a vomitar

Pode o homem dar um berro

 

Daquele que a bater

Diz-se que toca o bicho

Não podendo o pau meter

A esporra salta de esguicho

 

Quando o caralho se ordenha

Com colhões aflitos, cheio

Salta de repuxo a nhanha

Atingindo metro e meio

 

Antes da langonha branca

Espreita langonha amarela

Bem usada a alavanca

Tudo sai na esporradela

 

A roupa branca lavada

Fica alva com lixívia

Sai langonha esbranquiçada

Quando se bate uma pívia

 

Punheta bem sacudida

É também chamada segóvia

Nela fica a mão fodida

Mas que expressão tão pacóvia!

 

Por necessidade ou vício

Fantasia ou solidão

Acaba-se o sacrifício

Sacudindo com a mão

 

As sacudidelas são

Suaves ou violentas

Conforme a predilecção

Serão rápidas ou lentas

 

A punheta dá prazer

E sensação de alívio

Podendo tornar-se ofício

Quando muito se bater

 

Quando está maduro o fruto

Abana-se o pessegueiro

Para o pêssego dar suco

Muito o espreme o punheteiro

 

Quem bate muita punheta

É punheteiro viciado

Sacudindo a marreta

De pé, na cama ou sentado

 

A punheta pode ser

Uma coisa feita a dois

Pode batê-la a mulher

Para ser fodida depois

 

Julgava-se antigamente

Que a punheta em grande dose

Deixava o rapaz doente

Dava-lhe tuberculose

 

Dizia-se maltratar

O punheteiro o seu físico

De muito o bicho tocar

Podia até ficar tísico

 

Mas o tempo veio provar

Ser isso uma grande treta

Pois doente vai ficar

É quem não bate punheta

 

 

 

 

 

 

POSIÇÕES

 

Centenas elas serão

As posições de foder

Havendo imaginação

Milhares se podem fazer

 

Umas as sabe um qualquer

Outras só os mais sabidos

Fodam uns como souber

E fiquem outros fodidos

 

Foder na cama macia

Contra a parede ou na mesa

No chão, num banco ou na pia

Basta ter a picha tesa

 

No tapete ou no sofá

Na cadeira ou na poltrona

Qualquer posição dará

Para consolar uma cona

 

Pode-se foder quando

Se está de pé ou deitado

Também sentado ou andando

E não só estando parado

 

Posição do missionário

Nela fode qualquer um

Não se aprende em seminário

Por ser essa a mais comum

 

De frente, a cona e as mamas

E a boca estão bem à vista

Quem só assim fode as damas

Não se dirá que é artista

 

Mais abertas, mais fechadas

As pernas poderão estar

Se nos ombros apoiadas

Mais a moca irá entrar

 

Por trás e em quatro patas

Chama-se foda à canzana

Assim fodem cães e gatas

Qualquer bicho e ratazana

 

Na posição da canzana

As mamas se agarram bem

No buraco das badanas

Entra a picha em vaivém

 

Nalgas em tal posição

Se apartam naturalmente

Basta um pouco de atenção

Para o pau meter lá dentro

 

Se na cona dá mais jeito

Meter o piço pela frente

Por trás, no cu é a direito

De lado é indiferente

 

Ele em baixo e ela montando

Posição do homem morto

Ela fode cavalgando

Deixando o caralho torto

 

Pode virar-se para trás

Ou colocar-se de frente

A mulher se satisfaz

Marcando ela o movimento

 

Mulher assim escarranchada

Mete no cu ou na cona

Dominando a cavalgada

Como qualquer amazona

 

Ambos deitados de lado

Ele por trás com a mangueira

O fogo lhe é apagado

Sentada em sua cadeira

 

Ele de joelhos sentado

E ela nele, com o pau no cu

Virados para o mesmo lado

Posição do canguru

 

Se sentados frente a frente

Ele as mamas lambe e esfrega

Num segundo, de repente

Por inteiro ela se entrega

 

Ele pegando em cada coxa

Gatinhando ela no chão

Picha no cu ou na chocha

Faz um carrinho-de-mão

 

Fazer várias posições

Na preparação se pode

Ambos coça as comichões

Fazer o sessenta e nove

 

O caralho ou a cona

Quem está por cima abocanha

Por baixo a língua intrujona

Na cona ou no cu se entranha

 

Muitas se podem fazer

Tantas que fazem um monte

Mais posições de foder

Quem fode que as encontre

 

 

 

 

 

O AMOR

 

A paixão é emoção

Que domina e que prende

Quem sente essa sensação

Nem sequer a compreende

 

Quem estiver apaixonado

E não for correspondido

Ficará adoentado

Mesmo que ande bem fodido

 

O amor e a paixão

O intelecto os magica

Para camuflar a tesão

Que a sociedade critica

 

É mais uma fantasia

Pode-se isso concluir

Que a cabeça ludibria

Pensar, ver, ser e sentir

 

Ao desejo e à tesão

Coisas que a moral condena

Chamar-lhes amor já não

Causará qualquer problema

 

O amor está para lá da lógica

Tal como está a paixão

Vence a parte biológica

Passa ao lado da razão

 

Verdadeiro é invulgar

Exige entrega completa

Não basta a picha no ar

E a cona ter aberta

 

Foda dada sem amor

Pode não ser tão repleta

Mas a foda com pudor

Também fica incompleta

 

Quem ama fode mais forte

Por juntar num só momento

Sensações de alto porte

Com o mais alto sentimento

 

Dirá algum entendido

Ser isto coisa da Química

Mas alguém mais atrevido

Saberá que é mais da mímica

 

Por gerar um grande apego

Com tão forte intensidade

Diz-se que o amor é cego

Por não ver a realidade

 

As duas almas fundir

Dar o corpo e um receber

Se for sincero o sentir

Nenhum dos dois vai perder

 

Se se encontram almas gémeas

Que alguns crêem existir

Juntando machos e fêmeas

Perfeito amor vão sentir

 

É em torno do amor

Que todo o mundo gira

Mas como a sensível flor

Muita coisa tem que o fira

 

As feridas mais profundas

São difíceis de aguentar

Sendo do amor oriundas

Não se conseguem sarar

 

Amor é fogo que arde

Queimando tudo em redor

Não se faça dele alarde

No prazer também há dor

 

Amor, ferida que dói

E não se quer ir embora

O que dá também destrói

Por isso é vivê-lo agora

 

Amor é contentamento

Raramente contentado

Ao qual se está mais atento

Quanto estiver acabado

 

O amor parece eterno

Mas que grande ilusão!

Para evitar um inferno

Há que ter muita atenção

 

 

 

 

OS SONHOS

 

Um mundo tão sedutor

Ao lado deste, diferente

Às vezes assustador

Outras vezes atraente

 

Esse mundo aparente

Muita coisa ele espelha

Da mais fresca e recente

À mais distante e velha

 

Tem segredos a cabeça

Difíceis de desvendar

É coisa muito complexa

Aquilo que faz sonhar

 

A sonhar nos encontramos

Com alguém que não teremos

São ideias que pensamos

É imaginação que temos

 

Às vezes até se sonha

Com alguém que não existe

À cabeça sem vergonha

Para foder tudo lhe assiste

 

Fodas também se darão

Estando a dormir, a sonhar

Seja com quem dá tesão

Ou com quem por lá passar

 

Algumas cenas sonhadas

Por parecerem reais

Depois de finalizadas

Ainda se querem mais

 

Se homem com mulher sonhar

Dando foda debochado

É normal que vá ficar

Com o caralho esporrado

 

Mulher com homem sonhando

Sendo por ele montada

Assim que esteja acordando

Sentirá a cona molhada

 

É por pensar todo o dia

Que nos sonhos aparecem

Cenas de foda e orgia

Algumas que não se esquecem

 

Cenas de deboche e foda

Orgias e bacanais

Sente pena quem acorda

Por ver que não são reais

 

Também se sonha acordado

E de forma bem intensa

Ficará traumatizado

Quem não fode e muito pensa

 

Quem, desperto ou aturdido

Vai sonhos alimentando

Se não for correspondido

Pelo menos vai sonhando

 

Assim, o pobre coitado

Não tendo com quem foder

Pode num mundo sonhado

Ter algo para se entreter

 

Se coragem não tiver

De fazer coisa arrojada

Nos sonhos a pode ter

Por ser coisa simulada

 

Seja homem ou mulher

Será herói a sonhar

Pode à vontade foder

Pode à vontade gozar

 

Dum sonho delicioso

Quando se acorda é bem triste

Vendo o olhar minucioso

Que nada melhor existe

 

Mas um sonho assustador

Um horrendo pesadelo

Faz sentir o bom sabor

De estar no mundo e vivê-lo

 

 

 

(imagem ©invisiblemartyr)

 

 

 

 

 

 

J. J. Sobral é o pseudónimo de António Galrinho (Portugal, 1964). Publicou Erótica Pornográfica (Portugal: Erospoética, 2007).
 
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