Movimento Inerte, Fernando Pacheco, OST, 160X160 cm, 2002. Coleção particular
 
 
 
 
 
 
 
 

 

"Neste vasto mundo de imagens e pensamentos incompletos, as ironias, sutilezas e celebrações do ato criativo, junto ao fundo negro, platinado ou esmaecido, entranhado de figuras animadas com seus olhos arregalados e sapatilhas listradas de azul e vermelho, catalizadores de uma atmosfera e território das sensações, fazem o artista levar a pintura aos seus últimos limites. Tal qual o alemão Sigmar Polke leva a pintura até que ela "confesse" aquilo de que é "culpada". E a culpa engendrada é transparecer apenas vestígios comunicativos daquilo que está por trás, deixando para a recepção os atos constitutivos do afloramento da sensibilidade esclarecida em descobertas e possibilidades estéticas de leituras não reveladas. É a qualidade da pintura que torna possível sua eficácia, seu espanto, sua capacidade de produzir efeitos, instigar os observadores a entrarem, imergirem na tela, dar ritmo à imaginação, incitar um pacto saudável do tempo interno da obra em sua autonomia e o despertar dos tempos mentais e emoções subjetivas no seu estágio mais franco e despojado: naquele olhar que pára, enxerga e desencadeia toda uma sedução de matizes ilusórias, associações, situações restauradoras e tonificantes". [Fernando Pacheco/Pintura: arte do encontro, José Aloise Bahia, Caderno Pensar, Jornal Estado de Minas, Belo Horizonte, MG, 24 de Setembro de 2005]

 

Jibóia do Solimões, Fernando Pacheco, OST, 220X220 cm, 2002. Coleção Particular
 
 
 

 

"Fernando Pacheco possui a magia. Em intensa lucidez ele toma o sonho como material privilegiado de manifestação. A mesma liberdade de condensações e deslocamentos que configuram os sonhos circula em sua Pintura. Sem preconceitos diante das cores e buscando romper com a lógica rasa do nosso cotidiano. Fernando Pacheco tem seu espaço definitivamente marcado no movimento artístico nacional. Espaço conquistado pelo conhecimento do que faz, pela crítica especializada e eleito por todos que possuem o privilégio de estar diante de sua produção. Mais que um trabalho, sua obra é um testemunho do poder mobilizador da arte". [Bartolomeu Campos de Queirós, Circuito Atelier de Fernando Pacheco, Nr. 29, Editora C/Arte, Belo Horizonte, MG, 2005]

 

 

 

Quarto de Brinquedo, Jogos II, Fernando Pacheco, OST, 80X73 cm, 1981/2003. Acervo Fundação Reina Sofia, Espanha.
 
 
 
 
Fernando Pacheco nasceu em São João del Rei, MG, em 05 de maio de 1949. Reside em Belo Horizonte, MG. Ainda criança convive com o pintor Domenico Lazzarini, no Rio de Janeiro, RJ. Na adolescência, descobre a literatura, influenciado pelo escritor Carlos Heitor Cony. Na década de 1960, freqüenta o atelier do pintor russo Wladimir Obrescoft. Na década de 1970, ingressa na Escola de Engenharia Metalúrgica da UFMG. Abandona o curso em 1974. Retoma as artes plásticas (Pintura) sob influência de Arlinda Corrêa Lima. Expõe pela primeira vez no ano de 1975, numa coletiva no Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG. Recebe o prêmio "Cave", em 1977, de pintura, na I Mostra de Arte Universitária Mineira, Juiz de Fora, MG. Premiado seguidas vezes no ano de 1982: "Xerox do Brasil", prêmio "Cidade de Recife", etc. Participa do V Salão Nacional de Artes Plásticas do MAM (Museu de Arte Moderna do Rio De Janeiro) e do Panorama de Arte Atual Brasileira — Pintura, no MAM de São Paulo, SP. Em 1983, inicia uma nova série, "O Pianista", apontada pela crítica como a série mais importante, e que lhe dá projeção internacional. Recebe, em 1985, o primeiro lugar, em pintura no I Salão de Artes Plásticas da Aeronáutica; expõe nas principais capitais do país e nas cidades de Atami e Kioto (Japão). Ganha sala especial no II Salão Nacional de Arte, Itajubá, MG. No começo dos anos de 1990, expõe nas principais galerias de artes de Minas Gerais, e participa da Art Miami, EUA (1994). Em 1998, recebe a "Sala Especial Fernando Pacheco", no Projeto Quatro Estações, na Galeria da Rede Minas de TV, Belo Horizonte, MG. Recebe o título de Cidadão Honorário de Belo Horizonte no ano de 2001. Em 2003, recebe o "Prêmio Especial Master" da Universidarte, na inauguração da Casa de Cultura Minas Gerais, da Faculdade Estácio de Sá, Belo Horizonte, MG. Em mais de 30 anos de carreira, Fernando Pacheco passou pelos principais museus e galerias do Brasil e exterior. Obteve 15 premiações em salões de arte, 35 distinções diversas e teve 10 salas especiais como artista convidado, num total de mais de 400 participações. Sua obra está representada em diversas e importantes instituições, fundações, acervos e coleções especiais do Brasil e Exterior, dentre elas, a Fundação Reina Sofia de Madrid, Espanha.