Foto ©Marcio Pilot
www.olhares.com/marciopilot
Modelo – Fabiana Correa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


 

ah a tua boca rubra rútila
aberta e úmida
túmida a tua língua vívida serpente
que se enrosca em minha língua
e desliza em minha pele
em minhas pernas
dentro e entre
abro-me
primeiro às tuas mãos ainda à língua
depois ao falo
vara com que me varas a mim
que súbito te escapo e sôfrega
te busco e te chupo
e viro-me de bruços depois de perecer
por tua espada frente a frente
a ti me ofereço cu e dorso
para que me fodas inteira
e gozo
de ti puta e senhora uma vez mais
mais uma vez de novo e sempre

 

 

(Do livro Outra voz — um olhar sobre os fragmentos de Barthes, inédito)

 

 

Márcia Maia (Recife/PE) é médica. Tem poemas publicados na Revista Poesia Sempre nº 15, da Fundação Biblioteca Nacional (novembro de 2001). Em 2002, seu livro Espelhos foi premiado no 3º Concurso Blocos de Poesia. Participou da Antologia Poetrix (2002), da Antologia Escritas (2004), do Livro da Tribo (2004 e 2005), da antologia Poesia do Nascer, editada em Lisboa, Portugal (2005). Foi incluída na antologia Pernambuco, terra da poesia: um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXI (2005). Publicou Espelhos (2003), Um tolo desejo de azul (2003), Olhares/Miradas (2004) e Em queda livre (2005). Escreve em revistas e sites da internet. Edita os blogues Mudança de Ventos e Tábua de Marés.

Mais Márcia Maia em Germina > Poemas