ah a tua boca
rubra rútila
aberta e úmida
túmida a tua língua vívida
serpente
que se enrosca em minha língua
e desliza em
minha pele
em minhas pernas
dentro e
entre
abro-me
primeiro às tuas mãos ainda à
língua
depois ao falo
vara com que me varas a mim
que
súbito te escapo e sôfrega
te busco e te chupo
e viro-me
de bruços depois de perecer
por tua espada frente a
frente
a ti me ofereço cu e dorso
para que me fodas
inteira
e gozo
de ti puta e senhora uma vez mais
mais
uma vez de novo e sempre
(Do livro Outra voz — um olhar
sobre os fragmentos de Barthes, inédito)
Márcia Maia (Recife/PE)
é médica. Tem poemas publicados na Revista Poesia Sempre nº 15, da
Fundação Biblioteca Nacional (novembro de 2001). Em 2002, seu livro
Espelhos foi premiado no 3º Concurso Blocos de Poesia.
Participou da Antologia Poetrix (2002), da Antologia
Escritas (2004), do Livro da Tribo (2004
e 2005), da antologia Poesia do Nascer, editada em
Lisboa, Portugal (2005). Foi incluída na antologia Pernambuco,
terra da poesia: um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI
ao XXI (2005). Publicou Espelhos (2003),
Um tolo desejo de azul (2003), Olhares/Miradas
(2004) e Em queda livre (2005). Escreve em revistas
e sites da internet. Edita os blogues Mudança de Ventos e Tábua de Marés.
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