A buceta de minha amada
tem
pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o
polígono das secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo
baiano.
A buceta de minha amada
é
cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem
no meio do púbis
do universo.
A buceta de minha amada
é
cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra
grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta
ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.
A buceta de minha amada
é um
tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e
cabe, linda,
em minha mão.
A buceta de minha amada
me
aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só
não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme ao meu
ouvido
quando a gente fode.