Notas
 
 
 

1 A crítica de Azevedo mereceria um estudo à parte, pela sua singularidade e por ser a faceta de sua obra a respeito da qual mais divergem os críticos. É notável que encontremos aí toda uma concepção classicizante da literatura, em nome da qual Azevedo condena em um contemporâneo a excessiva idealização da mulher amada (que justamente caracteriza tantos dos próprios poemas); defende o teatro como "apostolado do belo" e espaço em que se exibe "um fim moralizador". Não menos notßvel é que apresente a tragédia de Ferreira, a Castro, como modelo aos jovens escritores, que deveriam imitar-lhe a sobriedade e o respeito às regras [Carta sobre a atualidade do teatro entre nós]. É ainda a essa vertente classicizante que devemos a sua oposição frontal a Santiago Nunes Ribeiro, cuja preocupação com a temática nacionalista e com a diferenciação da literatura brasileira frente à portuguesa lhe parece "senão ridícula, de mesquinha pequenez" [Literatura e civilização em Portugal".

2 Xavier de Novaes (1820-1869) foi autor satírico de inspiração neoclássica e teve muitos leitores no Brasil. Possivelmente a boa receptividade às suas obras tenha sido a causa de ele para cá se transferir definitivamente, o que se deu em 1858. Hoje esquecido entre nós, é referido apenas e episodicamente como o irmão da mulher de Machado de Assis, D. Carolina.

3 S. Romero. História da literatura brasileira. Rio, J. Olympio, 1953, p. 1033.

4 J. Veríssimo. Estudos de literatura brasileira - 2a. série. Rio, Garnier, 1901, pp. 2554-5.

5 Idem. Ibidem. p. 22.