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atordoante derreter descer escadas
primeiro ar do dia
rotação brutal dos ventos santos brutal força
vento guia
florações abrasivas d baixo das pupilas
evapora sol sem hora fumaça evola d sforma se eleva-se
em ti adiante chão nascente dos teus pés tubérculos
antro d astros umidade fértil
1 jeito de corpo que é bruxaria
só diz a verdade na própria gíria
dizeres mágicos atrás da camisa
a sua força cresce das raízes
e bebe e fuma e se regozija
atração universal dos qorpos
braços veiúdos
rios parrudos em leito d ossos secos
escamas luzem os vãos mínimos
dos dedos
explanatórios , exclamativos!,
d prontidão igual os olhos do arqueiro
se eu brigar c/ a minha tara eu
vou me machucar
auscultei a terra, eu te louvo ,
eu flagro d relance as tuas costelas
sob a abóbada pérola
enquanto o sol finda seu turno na Terra
saber apreciar o inconcebido
sem timidez curtir alguém nos destroços
aqele sabor d borboleta
pq hj em dia
as pirâmides têm a forma das palafitas
e tu só goza se for acima da morte
*
nem sempre lembro de aparar as unhas
desato mistérios c/ a msm entrega
no céu aberto da boca
o rapto do peixe no bucho da gaivota
a semente se abriu c/ o raio
bonito é o cheiro d cerveja d manhã na rua
luzente 1 esquina sequer sem coveiros neste
cemitério
instintiva fé
d q o universo todo é só
1 tatuagem
na concha preta e pérola
do umbigo d meu bem
veio
cedo
o dom
da rápida mudança
o ritmo q a morte marca
o ritmo q a morte rompe
*
qebrar os qopos ñ qonter mais nada
vender os óqlos leiloar os ossos
encher os bolsos com moedas falsas
qaber o tempo n1 onda n’água
qebrar os qopos ñ qonter mais nada
tanta cidade ñ sei nem mais qontar
resta-me estar a estrelas de distância
andar os anos nessa msm ânsia
molhar os olhos n1 espelho fosqo
varar a noite tua sombra roxa
morder as qoxas boas da alegria
qerer o dia caso o qorpo caiba
vedar janelas mas o sol esqapa
qebrar os qopos ñ qonter mais nada
*
tira a sandália abre a asa
desata o caroço do cadarço
nem sempre é fácil
atravessar a rua
nem disse tchau
fiquei
a boca muda
sei 1 atalho pra tua estrela
reviro os olhos no voo d’abelha
acendo teu nome na cinza do skank
acordo a saudade nossa pena doce
1 saci assombrado
brinca de roda no meu olho pasmo
teu umbigo calma cura
veloz e livre danço = 1 grilo
febril e firme sou a terra dura
emissões pélvicas d luz
1 corpo danifica-se p/ chegar a si msm
o tempo danifica-se
observa a ti msm discretamente
= faz c/ qqr pessoa
olha d esguelha
qqr pessoa
queira e possa te encontrar
deformado
d autêntico esplendor
o correr do tempo ñ hierarquiza
os fatos
a cada dia decides ali msm o qe fazer
teu olho sangra sem sinônimo
podes morrer mas regeneras rápido
e voltas p/ danificar a divisão do trabalho
‘’”~.
a gari guajajara
se garante no bairro
cerze em letra cursiva, exausta
, pixos n1 cor d sconhecida ,
ñ no bico do último andar, mas no asteroide acima
sentada
sobre a nuvem na sua própria lua reconcilia
(abraça )
os polos da mente em conflito , afinal
como posso saber o qe sou
quando sou
tudo isso?
as mais pedidas
feche-se na sua flor e ñ dê brecha
o anel do orgulho fere o olho apenas ver
primeiro flecha da luz inevitável depois 1 beijo
no supercílio esqerdo
Ah se eu tivesse 1 ir e vir sombrio
mas meu calor me leva aa alegria
hábil em rir na raiva e na angústia
*
transmito
o qe me foi transmitido
aqilo q recebi
condenso multiplico
trânsito fluido tempo transito
minha gênese assimilo
e pratico
caminho sobre este planeta
remanescente da erosão d 1 supernova (
a julgar pela riqueza d átomos
tão pesados )
enraivecidos
na fúria do sexo
qqr q seja a dor qe experimente
lavo-a na água
águas claras alimentam onde vivo
na íris do giro, aqi, há qietude
sou = a gota d água q é e ñ é
e tudo q se origina da água
ñ tem + realidade q 1 sonho
seria sólido?
1 edifício sobre a água
distâncias misteriosas
Enxames hostis de espíritos
rios que deixam de ser navegáveis perto
|à nascente
Afoguei
na terra a semente nesta hora
próxima de agora
ruas de ouro
brotos das pedras lisas
lambidas
por 1 sol muito
macio
respirar é 1 arma direcionada a qqr atravesso
sutiliza o calor de baixo
pra cima
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