Rômulo Garcias: "No princípio foi o traço. Desenhar me salvou. Mostrar aquelas garatujas a tias, irmãos e amigos me tirava da timidez. Aqueles desenhos primeiros eram como telegramas enviados ao mundo. Ali, comecei a gostar das respostas que eles proporcionavam. O verbo veio depois. José Secundino Garcias, meu pai, lendo o jornal Estado de Minas nas manhãs de domingo, foi inspirador. As primeiras letras pulavam do Gurilândia, encarte infantil do jornal, onde  o mundo começava a ser descoberto. Maria da Penha Garcias foi outra culpada. Por sua fé, íamos à missa e ouvíamos os belos sermões de certo Cônego Higino. Razão deste ser catolaico, como diria um Chico César.  A grande literatura, com suas veredas e sertões foi-me apresentada por uma professora que adorava o ofício que praticava. Celeste Simeão soube nos seduzir com palavras e  livros. Devo a ela minha adoração pelos livros. Mas me fiz e ainda estou desenhista, sem jamais acreditar que uma imagem vale mais que mil palavras. Sou mineiro, da safra de 1961. Na alma, o pó do quadrilátero ferrífero e a flexibilidade dos bambus".