MATA

Hoje me matas

violentamente
com este machado.


Mas,
amanhã, das minhas flores

te farão uma coroa,

do meu caule

tua urna mortuária.


Aí sim,

irás ao encontro

da minha raiz.


Eu te esperarei lá embaixo.

 

 

 

 

 

 

O HOMEM NO MEIO SOCIAL


O homem com toda fortaleza

é um fraco.


Enquanto está bem esconde

sua fraqueza.


Quando está só

Busca em Deus que tenha dó.


Reza, promete, implora,

Fala, grita e chora.

 

 

 

 

 

 

Abelha

se consola

na flor artificial.

 

 

 

 

 

 

Animais

no zoológico,

nada lógico.

 

 

 

 

 

 

Que pena

Apoena

Apenas

poema

 

 

 

 

 

 

Indígena,

Brasil

da gema.

 

 

 

 

 

 

São Paulo

são pulos

pulos sãos.

 

 

 

 

 

 

Nós

em

nós.

 

Antes

Durante

Após.

 

 

 

 

 

 

Borboleta

de bacana

na área urbana.

 

 

 

 

 

 

BOM DIA, AMANTE

 

Diamante

Bom dia, amante

 

Olhos brilhantes

Bom dia, amante

 

Presença constante

Bom dia, amante

 

Voz sussurrante

Bom dia, amante

 

Beijo sufocante

Bom dia, amante

 

Abraços abundantes

Bom dia amante

 

Palavras picantes

Bom dia amante

 

Clitóris pulsante

Bom dia amante

 

Veste colante

Bom dia, amante

 

De um amor relevante

Bom dia, amante

Bom dia amante

Bom dia amante

 

 

 

 

 

 

Ver-te

Ter-te

Flerte

 

 

 

 

 

 

MUSA II

 

Sou seu herói

Retraído

Traumático

Complexado

Recalcado

Tímido

 

Sou seu herói

Pelo amor de Deus,

Não conte comigo.

 

 

 

 

 

 

Ah! Como confio nas veneráveis crises;

Conjugal

Asmática

Política

Econômica

Social

Energética

Etecetera e tal...

 

 

 

 

 

 

ATRAÇÃO

A TRAIÇÃO

Tão semelhantes

Porem tão distantes.

 

 

 

 

 

 

 

(imagem ©aurelio asiain)

  
 

 

                                                          

 

 Selmo Vasconcellos (Porto Velho/RO). Nasceu em Bangu, no Rio de Janeiro, e reside em Rondônia, desde 1982. Administrador, editor de cultura, divulgador cultural e escritor (poemas, contos e crônicas). Obras publicadas (poesia e prosa): Rever verso inverso (1991), Nictêmero (1993), Pomo de discórdia (1994), Resquícios ponderados (1996) e Leonardo, meu neto (antologia, 2004). Livretos independentes (poesia): Morde e assopra e suas causas internas e externas (1999), Desabafos em memória de Roy Orbinson (2003), Revista Antológica "Membros da Galeria dos Amigos do Lítero Cultural" (2004). Tem livretos de poemas traduzidos em francês, inglês, alemão, italiano, japonês, russo, grego, romeno, macedônico, esperanto e espanhol. 38 prêmios nacionais (RJ, GO, SP, DF, SE, MG e RO) e 19 prêmios internacionais (EUA, Grécia, Espanha, Canadá e China). Membro de 21 entidades culturais (Brasil, Portugal, EUA, Espanha e Grécia). Participação em periódicos literários (Brasil, EUA, França, Bélgica, Grécia, China, Itália, Venezuela, Romênia, Macedônia e Espanha). Editor da página literária impressa e semanal Lítero Cultural/jornal Alto Madeira, Porto Velho/RO, desde 15 de agosto de 1991. Cerca de 2700 colaboradores em 37 países. Mais informações em Rondoniaovivo e nos blogues 1ª Antologia Poética Momento Lítero Cultural e Jornal O Rebate.