"O meu fim evidente era atar as duas pontas

 da vida, e restaurar na velhice a adolescência".

Dom Casmurro

 

 

Passeava eu pelas ruas do Flamengo, prestando particular atenção às oblíquas vielas, que pareciam funcionar como portais para lugares distantes, mas que se revelavam, ao final, apenas pequenos becos, sem nenhum mistério para o homem comum. Minha mente de escritor, contudo, enxergava detalhes nada prosaicos, como se captasse uma espécie de memória poética contida na topografia do lugar.

Enveredei por uma passagem que conduzia ao aterro, observando aquele que poderia ser considerado o maior projeto paisagístico do Rio de Janeiro, um jardim que levasse o deslumbrado e incauto turista a caminho do mar. Não o mar da Garota de Ipanema, mas um de águas turvas e profundas, mares de enseada, mais perigosos pelo que ocultam do que pelo que arrastam.

Foi então que a avistei. Bela morena, de olhos grandes e nariz reto, numa estética desafiadora. Olhou-me de forma jocosa, antes de fazer a clássica pergunta:

Você vem sempre aqui?seu tom era inquisidor, mas seu riso soava um tanto irônico, como se reconhecesse o clichê da indagação.

— Na verdade, não. Sou de outra cidade. Estou no Rio a trabalho.

— Essa cidade é um convite ao prazer, não acha? nova armadilha.

Antes que eu respondesse, tirou uma presilha da bolsa e prendeu os longos cabelos, numa posição em que deixava a nuca à mostra, numa tácita provocação. Não sei o que havia naquela mulher, mas ela, definitivamente, não era igual à maioria. Pior: percebia o fascínio que despertava, e sabia se utilizar disso. Cada gesto seu era dotado de uma sutil sedução, mas acompanhado de uma aura quase infantil, ingênua mesmo, o que, paradoxalmente, tornava-a ainda mais enigmática.

Também não sou daqui. Quero dizer, não mais. Morei aquimuito, muito tempo. Mas tive de partir. Problemas pessoais.

Entendo, disse eu, na mais patética de minhas tentativas de parecer solidário.

Não, você não entende...ela foi implacável. — Somente quem passou por um homem como aquele seria capaz de entender. Não importa. Estou livre agora.

Mirou vagarosamente o mar, como se nele buscasse algomuito enterrado, e que tivesse repentinamente vindo à tona. Olhando na mesma direção, como se assim pudesse compartilhar de suas recordações, vislumbrei uma linda história de amor, cujos ingredientes acabaram por arruiná-la: o casamento com um homem complexado e dotado de um ciúme doentio, a morte precoce do único amigo que a ouvia, a desconfiança crescente do marido, fustigado por ser a sombra de uma mulher brilhante. Uma mulher que ousou gritar, numa época em que elas sequer podiam falar. Mulher julgada e condenada sem chance de defesa, pois o único depoimento era o monólogo do frustrado marido, solilóquio de um obcecado.

— Escreva a minha história, pediu, com os olhos penetrantes pousados em mim.

Sua história? Quem é você? Nem ao menos sei o seu nome.

Ela riu, uma gargalhada sonora, que me fez encolher em minha mediocridade.

Você realmente não sabe quem eu sou? Então deixa pra ...

Não... Digo... Se você me explicar, me der os detalhes, quem sabe eu possa ajudá-la...

Nova risada e novo olhar de censura.

— Se você fosse digno de contar minha versão, saberia quem eu sou. Estamos perdendo tempo.

Essa não! Minha vaidade levara um golpe. Quem era essa mulher, por mais interessante que fosse, que era tão importante a ponto de eu ter de conhecer?

Respirei fundo para dar a resposta mais enviesada que podia, mas fui interrompido por um muxoxo, ao mesmo tempo em que ela levava-me a mão aos lábios, sugerindo que eu nada dissesse.

Talvez não seja mesmo necessário. Deixe-os pensar o que quiserem.

Dizendo isso, levantou-se e partiu, deixando-me numa apatia que hoje, passados alguns anos, classifico de covardia. Caminhou vagarosamente, sem contudo olhar para trás. Aturdido, olhei para o mar ao fundo, em busca de algo que minha mente, sempre tão lógica e racional, pudesse explicar. Como em duas fotos sobrepostas, revi passado e presente, dois Rios, duas épocas, a mesma mulher. O enigma persistiria. O mar batia nas pedras, ainda que represado por aquilo que hoje é o Aterro do Flamengo. Revolto, passional, numa doce ressaca, como a dos olhos daquela mulher.

 

 

  

 

 

 

Era uma vez uma menina que possuía um casaquinho vermelho. Era sempre vista com ele, não propriamente por uma questão de preferência, mas por ser o único no velho armário do miserável cômodo onde vivia com os pais. A vida não era de todo ruim, e ela, nascida ali, conhecia os mecanismos, e sobrevivia, com dignidade e alegria. Havia dias em que as coisas ficavam mais difíceis, como hoje, quando o frio do inverno que se aproximava entrava pela janela da pequena casa, desencorajando-a de sair. Mas não podia fraquejar, pois o momento era realmente crítico, e ela tinha de tomar uma atitude. Desprezando a chuva fina, vestiu o surrado agasalho e ajeitou o capuz, preparando-se para ir ao encontro da avó.

Teria de ser breve, pois tinha de estar de volta antes que os pais chegassem, pois ignoravam que a moça tivesse contato com a avó, de relações cortadas com ambos antes mesmo de ela nascer. Tudo porque a filha lhe dera o desgosto de se apaixonar por um rapaz do morro, um favelado, nas palavras da sogra. E um dia atravessou as pistas que separavam o luxuoso condomínio da enorme favela que se agigantava a cada dia para viver o seu amor proibido. Nenhum conto de fadas daria a dimensão exata da anti-Cinderela em que ela se tinha transformado. Dos sapatinhos de cristal de sua adolescência, hoje calçava sandálias incômodas e rasteiras, mais adequadas à longa subida diária. Jamais olhara para trás ou se arrependera do que fizera, e hoje, ao mirar as imensas quadras de lazer do antigo prédio, tinha a impressão de que pertenciam a outro mundo, a outra vida, aos quais ela renunciara voluntariamente há quase quinze anos.

Dois anos depois, nasceu Clara, embelezando os dias naquele morro. Menina suave e de personalidade forte, rapidamente se transformou numa moça adorável. O desemprego do pai, um pedreiro que vivia de biscates desde a falência da construtora, e as encomendas cada vez mais escassas aos quitutes da mãe, fizeram-na começar a vender balas nos sinais. Os pais, que haviam tentado de tudo para demovê-la da idéia, renderam-se à teimosia da moça, inegavelmente herdada da mãe.

Havia três dias que não vendia um doce sequer. A única coisa que obtinha dos carros que passavam era a água, atirada de forma proposital e impiedosa por alguns motoristas. Nessas horas, lembrava-se com tristeza da tia Macabéa, irmã do pai, que viera do Nordeste tentar a sorte, e acabara atropelada e sem auxílio. Uma moça tímida e simples, que jamais tivera realmente chances na cidade. Lembrava-se também do tio Fabiano, que fugira da seca com a família, tornando-se um indivíduo cada vez mais embrutecido e taciturno diante das agruras da vida. Talvez por isso o pai fosse tão orgulhoso.

A água que respingou da poça em seu rosto foi humilhante e decisiva. Andando até o orelhão mais próximo, discou um número que os pais prefeririam esquecer.

Oi, vó. Sou eu... Você disse que eu poderia ligar, quando precisasse.ela falava rapidamente, olhando para os lados.

Meu Deus! Clara, é você? — a avó não acreditava no que ouvia.

— Sou eu, sim. Eu preciso falar com a senhora.

Claro, claro... — a voz da avó estava trêmula. Vira a neta três vezes, furtivamente, na creche comunitária, e se rendera completamente àqueles olhinhos idênticos aos da filha. A briga não impediu a aproximação entre avó e neta, ainda que os pais da menina nem sonhassem com isso. Onde você está, meu anjo?

Aqui, na subida do morro. Não consegui vender nada, mas preciso levar alguma coisa pra casa. — a menina recusava-se a admitir que aquela atividade era inútil, e aceitar a proibição dos pais.

— Venha aqui, meu amor. Eu tenho algum dinheiro em casa. Não é muito, mas...

Não posso aparecer com muito dinheiro, vó. queria algumas frutas, ou legumes...

Claro, claro... Eu espero você aqui, então.

— Vó, eu não vou subir . — a voz da moça tornou-se fria. — Não com essa roupa. Eu prefiro que a senhora me encontre na portaria, tá?

Mas, Clara...

— Vó, meus pais nem sabem disso. Eu não posso arriscar...

Então eu desço, querida. Dê-me cinco minutos e venha — disse a avó, ansiosa.

A menina sentou-se no meio-fio, contando os minutos para encontrá-la. Não passaria da portaria. Fora tão humilhada na primeira vez em que foi à casa da avó — desde o  porteiro, que a obrigou a subir pelo elevador de serviço, aos rapazes que jogavam bola na quadrapor causa da simplicidade de suas roupas, que jurara jamais voltar . Desde então, encontrava-se com a avó no calçadão da praia, espaço neutro, e então caminhavam juntas e lamentavam que o rompimento entre a avó e a mãe tivesse criado uma situação daquele tipo. A avó jamais subiria o morro e, mesmo que o fizesse, o horror diante das condições precárias em que a filha vivia — ela nunca entenderia o quanto a filha poderia ser feliz ali, sem o conforto a que estava habituada — acabaria por acirrar ainda mais os ânimos. a filha, ao cruzar as pistas que dividiam os dois mundos, renunciara por completo ao lado de , e tentar trazê-la de volta seria fazê-la admitir que fracassara, o que ela, a despeito das dificuldades financeiras e da violência que começava a imperar ali, não sentia. Na verdade, era como se sempre tivesse vivido ali, e no íntimo gostava da casa em que morava, cuja vista, em sua opinião, era superior à dos melhores prédios do outro lado da pista. O rapaz nem era mau, mas o orgulho o impedia de aceitar qualquer ajuda da família da mulher. Apenas os olhos cor de mel de Clara eram capazes de adocicar a ambos os lados.

A avó viu de longe a menina, e seus olhos se enterneceram ao ver aquele bibelô vestindo roupas que, para o seu padrão, eram quase andrajos. Aquele casaco, então, desbotado de tanto uso, parecia acentuar a precariedade em que a menina vivia. Com o tempo, pretendia dar um jeito nisso. Planejava trazer a neta para viver com ela, ou, pelo menos, proporcionar-lhe uma educação decente. Pensando nisso, apressou o passo em direção ao portão do condomínio. Tinha início naquele momento uma intensa troca de tiros entre a polícia, cujo camburão acabava de estacionar na subida do morro, e alguns bandidos, que se acastelavam num edifício abandonado, bem na entrada. A menina, acostumada a operações desse tipo, abaixou-se instintivamente, mas se levantou ao ver a avó cruzar o portão rumo à rua.

— Vó, não sai daí, não! Gritou, desesperada.

Dona Ana, volta, que é tudo bandido! — bradou o porteiro, tentando trazê-la de volta ao prédio.

— A minha neta está ! A minha neta... — a frase foi abafada pela queda da avó, na calçada. Um policial, cujo nome o porteiro apenas vislumbrou de relance: Lopo? Lobo? saiu em disparada, e arrancou com mais dois na viatura, apelidada de caveirão pelos moradores. Clara aproximou-se e pousou os olhos de mel na avó.

Meu doce, tudo poderia ter sido tão diferente...

Não fala assim, vó. A senhora vai ficar boa, e vai ficar tudo bema menina mal conseguia falar, enquanto se ajoelhava e punha a cabeça da avó no seu peito.

Você devia ter subido... Seus pais podiam ter me deixado ajudar... Isso não é vida...

À medida que a voz da avó se enfraquecia, seu sangue ia encharcando o casaco da menina, cuja cor subitamente se avivara. Uma imensa mancha se alastrava, como o mar invadindo a areia em dias de ressaca. Um mar vermelho-sangue. Casaco encarnado.

Quando a ambulância chegou, era tarde. Os olhos de mel de Clara estavam baços, eternizando, num grotesco vitral, a cena que se desenrolava diante dela.O casaco vermelho, marca registrada da menina, estava agora empapado de sangue. Jamais seria novamente usado. Os doces que não vendera tampouco chegaram às mãos da vovozinha. O sargento Lopes também não foi encontrado. Ao contrário dos depoimentos dos moradores do local, seus superiores dizem que ele não estava de serviço naquele dia.

Muita coisa mudou desde então. Clara e os pais nunca mais foram vistos ali. Há pouco tempo, ela teria sido avistada na madrugada, em um bairro turístico, em trajes sumários. Hoje é ela quem sai para caçar e, se for preciso, sabe usar a navalha...

 

 

 

 

 

  

"Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer,

 tudo gasta, tudo digere, tudo acaba".

Padre Antônio Vieira

 

 

O relógio

 

O relógio tiquetaqueava de forma insistente, lembrando aos mortais sua mísera e finita condição. Constante e implacável, irritante e calmante, era a perfeita expressão do tempo, que ora embala e conforta, curando feridas, ora abre outras, tornando o viver a mais desafiante e perigosa das aventuras. Este tinha a forma quadrada, traduzindo a vã tentativa de apreender o incontível. O ruído rítmico dava ao dono a placidez da cadeira de balanço, com seu vaivém mornocalmo e as lembranças de um colo e de historinhas jamais contadas.

Mas estava longe de ser um relógio comum: tratava-se de um imponente carrilhão, e, quando a vida parecia não trazer mais nenhuma surpresa, eis que surgia aquela filarmônica, transformando o apertado conjugado na sala do Teatro Municipal. Quando nada mais parecia restar além do tique-taque, vinha a música, a emoção, a (in)esperada oferta da celebração. Nos dias ruins — ultimamente eles vinham com mais freqüência, como parentes inconvenientes que chegam sem avisar quando não há nada na geladeira -, ele movia manualmente os ponteiros do carrilhão, fazendo-o tocar. Como se tentasse modificar a injusta disposição das coisas — quinze minutos de tédio para um de música e vida —, ele fazia, com seu carrilhão viciado, um constante concerto, esquecendo-se de que  mesmo a mais sublime melodia possui seus espaços e silêncios, vazios necessários à harmonia do som. Chegaria o dia em que restaria apenas o silêncio, no calar do carrilhão. Mas ele já não se importaria. O tempo tudo cura.

 

O carrossel

 

Fizera, no porão da casa, um pequeno parque de diversões para o filho que não nascera. Passara tanto tempo planejando aquilo que acreditava ser a vida, que se esquecera de viver. Jamais se casara, o que não o impedira de projetar a infância perfeita para os filhos que, um dia, viriam. Mas não vieram, e o antigo carrossel, de um parque desativado, que ele um dia restaurara, enferrujava em um canto. Outro paradoxo, pensou ele, cavalos selados e altivos que não paravam e no entanto não iam a lugar algum. Quanto mais corriam, embalados pela música — nunca entendera aquela música irritante presente no carrossel —, mais pareciam andar em círculos, na dinâmica e insensata Roda da Fortuna que nos rege. Pior ainda, o plácido e seguro banco que se intercala com os cavalos, para aqueles de espírito mais suscetível, para quem a cavalgada acende desejos e emoções perigosas. Pobres cavalos, fadados ao tantálico suplício de buscar o nada. Restritos ao pequeno círculo, com antolhos na alma, prisioneiros de uma ordem e de uma melodia torturantes. Mas, com o passar do tempo, não mais se lembrariam de como seria cavalgar nos verdes prados, e aceitariam sua cíclica condição. O tempo tudo faz esquecer.

 

A ampulheta

 

Economizara uísques e confidências a vida toda, e constatava que jamais ficara totalmente nu. Observava a areia que escorria da ampulheta, e sentia, no íntimo, uma amarga inveja da virada, da chance do recomeço. Bastava virar-se a ampulheta, e tudo recomeçava. Para ele, contudo, a areia se tinha grudado no suor do espírito, transformando a fluidez em uma grossa lama, lodo do que não fizera, visgo do que jamais tivera a coragem de tentar. O tempo tudo gasta.

 

A esfinge

 

Comprara, em uma loja dessas que têm de tudo, um objeto de decoração que só agora descobrira tratar-se de uma esfinge, animal mitológico que propunha aos passantes um enigma, devorando quem não o decifrasse. Corpo de leão e cabeça de mulher, as duas piores coisas para confundir um homem. A natureza selvagem do leão, associada à curiosidade e ao mistério femininos, só poderiam mesmo conduzir ao infortúnio o paupérrimo homem que desconhece sua própria condição, e por isso merece a morte. Sim, pois a questão por ela proposta referia-se ao animal que se modifica ao longo da vida, e ninguém percebia que se tratava de um enigma insolúvel, cujas respostas o homem busca até hoje. Restava, então, ser eternamente devorado, para aprender a ser gente. O tempo tudo digere.

 

O rio

 

Sabia que ninguém se banhava duas vezes no mesmo rio. Um sábio grego já o dissera. Nunca entendera muito bem o real sentido disso, mas ouvira certa vez, e achara belo. Ocasionalmente, repetia a citação, quando queria impressionar alguém. Tornara-se a sua frase de efeito.

Estava agora diante do rio que cortava a sua cidade. Aparentemente plácido e inofensivo, sabia ser traiçoeiro com os incautos. Cansara de buscar cais e portos que o pudessem deter, e seguia, à deriva, no rio de sua vida. Nunca houvera sereias que o tentassem seduzir, ou piratas para saqueá-lo. Sua vida tinha sido, desde sempre, a embarcação encalhada que espera por resgate. E ele nem mesmo sabia código morse, ou qualquer outra coisa que o pudesse tirar da lassidão que o deixava enjoado.

Não tinha mais tempo. Tempo, o velho Cronos, que devora seus próprios filhos para não ser por eles derrotado. Mas o futuro sempre derrota o passado, pois está sempre presente. E o único modo de detê-lo é parando o curso da própria existência, numa atitude tão covarde quanto corajosa, tão insana quanto sensata, tão amarga quanto libertária.

Entrou no rio, deixando-se conduzir pelo ritmo das águas que, lentamente, se iam tornando mais fundas e densas. Cronos e Thanatos bailavam na superfície, num grotesco par. Era a única combinação que parecia fazer sentido. Mergulhou pela última vez, e, ironicamente, sua atitude extrema foi a única que de fato tomou na vida. Agora tudo ficava claro. O tempo tudo acaba.

 

Tatiana Alves é poeta, contista e ensaísta. Participou de diversos concursos literários, tendo obtido mais de cem prêmios. Publicou, em 2005, o livro O legado de Cronos (contos); em 2006, O segredo da caixa, em colaboração com o grupo Encantadores de Histórias, em concurso promovido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e, em 2008, o livro D'além-mar: estudos de literatura portuguesa (crítica literária). É Doutora em Letras e leciona Literatura no CEFET/RJ.