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CRÔNICA SOBRE O ESPAÇO E SUAS SUBJETIVIDADES

 

Pensamento na multidão. Una. Matematicamente um mais um dará dois, nunca mais que a regra. Individualidade somente do outro lado da porta, depois de trancafiado dentro de casa. Ao isolar-se, protegido pelas trancas, cadeados e grades de ferro, o homem brinca com o simulacro, viaja com pseudônimos pelo virtual. É quando o morador de rua respira a própria casa. O vazio da multidão é sua morada. O mundo sem porta. Sem grades e sem trancas. Na noite, os policiais são seus algozes. Também as luzes e as sirenes que atravessam a esperada calma do lar. Enquanto a multidão sonha o perdido, os moradores da noite varrem suas calçadas, acertam o quarto, preparam o alimento em seus fogões improvisados. Cedo, adormecem. E sonham... E na manhã, ninguém pede licença ao invadir sua sala, seu quarto, sua cozinha, sua intimidade no banheiro. Daí eu parar próximo ao metrô Paraíso diante de um jovem, não mais que trinta anos, pele amorenada, os trajes esgarçados, que, apoiado na grade do viaduto, observava-me com um misto de desdém e surpresa. Você me permite avançar em suja casa? - pergunto-lhe, quase arrastado pelo povo que continuava sua marcha suicida. Com todo prazer, e quando quiser fique um tempo para conversarmos...

 

 

 

 

ACORDEI BRETON

 

Acordei pensando na lama, na mulher chocolate com um morango no intróito vaginal, e senti orgasmo pelos mortos nas calçadas. Adorei a bala na coluna da cidade o que deixou o esgoto a céu aberto e o trânsito insuportável. Os cães e os ratos aperfeiçoam suas técnicas em obter e conservar alimentos. Eu me masturbo para manter a calma do hipotálamo, mas ejaculo estrelas novas que explodem nos lençóis do tempo, recrio um céu onde as três Marias se aproximam e trocam carícias e gozosOh, mente maléfica!, diria o inquisidor nos sótãos e porões da . Mas isso era, ainda ontem uma religiosa quase guilhotinou meu pênis com os dentes, ficou horas orando Rimbaud diante do ferimento, e não houve milagre: uma semana de jejum, disse-me o doutor, enquanto preenchia o receituário com pomadas cicatrizantes. Acordei pensando merda...


 

 

 

 

OCUPAÇÃO

 

ladra o cão, não mais que a noite que ladra sangue na garganta. e na madrugada balas passeiam dentro de crânios, atravessam vísceras, paralisam membros. ajeitam-se os garotos no corpo-a-corpo com a droga, olhos empoleirados em abissais delirantes, como louças nos rostos das bonecas. um corpo em chamas acende a escuridão. ninguém pára. é alegoria o que se passa além dos vidros. logo o dia varrerá esses pesadelos quase reais. essa fogueira acesa à noite, correndo avenidas, no dia de são joão. continua a ladrar o cão, não mais que a noite que ladra o cu de judas. blasfêmia! a puta grita ao padre que tenta convencê-la a fazer caridade. nem madalena negou, por que nela, agora, a revolta? vazada centenas de vezes. entre espermas e abortos. tanto fazia o freguês. mas o cheiro de naftalina a irritava. passou a infância no cheiro de naftalina do paletó do pai. nem padrasto era. ordenhou homem mais de uma vez. assim foi jogada na noite. ladra o cão, não mais que a noite que se recolhe nas fissuras e dobras da cidade. ladra, cão! que as noites começam a ocupar as manhãs.

 


 

 

MENINA DE RUA

 

A criminosa sentada na sarjeta. Ali é seu quintal. Brinca com uma folha de papel. Dez anos. O crime foi bárbaro. Não pelo modo como foi praticado. Foram doze facadas e um trauma craniano para matá-lo. Mas o homem mereceu. Não pelo ato em si, mas pela mentira. Ele lhe prometera uma boneca e uma barra de chocolate caso o acompanhasse. Aquilo fazia parte da rotina da menina para sobreviver. Sem pudores. Ela fez o que devia. Brincou com desenvoltura e arte. Ficou feliz com o sorriso no rosto do homem. Aguardou o pagamento durante uma semana. E nada. Ao cobrar, foi maltratada, expulsa sem a boneca e o chocolate. Ela saiu humilhada. Sorriso retraído. A alegria pisada pela raiva. Foi o não cumprimento do acordo que a levou ao crime. Ela o aguardou. Retornava do trabalho. Uma paulada na cabeça e dez facadas. Ninguém na rua tentou interceder. Fosse honesto o sujeito, pagasse o prometido, todo o restante não seria violência para aquela menina que vive nas ruas, no aguardo...


 

 

 

AUSCHWITZ

 

São gritos. Muitos. Surgem como nós nas tessituras das madrugadas. E silenciam. Atravessam as dobras dos prédios e suas paredes. Como as orações, os gemidos, e os gritos em Auschwitz. Retorcidas inflexões barrocas. Mas ninguém ouve. Igual a Auschwitz. nãoneve fora. Mas muita lágrima congelada em rostos de Picasso. Tudo ocorre como as chuvas de março: monótona, fria e repetitiva. Nada se repete igual. O delirante caminha. Descalço não faz barulho. a tosse tísica a expectorar o sangue diante do corredor da morte. Nasceu em 12 de agosto de 1949. Filho da falta. Não é prisioneiro de guerra. É fruto. Sobrevivente da barbárie. Nem som. Apenas grito. Um deles. logo desfeito pela luz. E a cidade acende junto ao arco-íris nos lados do Jaraguá, com suas buzinas, sirenes e cantos de vitória. AUSCHWITZ é aqui, avenida Paulista! (mesmo que insistam em tratá-la como os campos de concentração do Texas ou Guantánamo).


 

 

 

FUGA

 

Oito dias de viagem. Retorno para casa. No traseiro, calor do inferno. No saco a dor reprimida. E o bordel de estrada. A luz vermelha desbotada não chega ao róseo. Distante, a cidade mergulhada em fuligem e rumores. Haverá dificuldade para estacionar e o preço será mais alto. Largo o carro à margem. Enfrento a névoa do vício como o cego à própria escuridão. No lugar de tapeçaria, tijolos expostos. Feridas abertas pelo câncer da pobreza. Não tenho muito tempo. O dinheiro é pouco. O estômago dói. A fome pode esperar. Escolho a mulher de sapato alto de cortiça, saia azul curta, as grossas coxas à mostra. Gosto delas assim. depois observo o rosto de olhos mortiços e as tetas enormes. Usa uma peruca loira e um lenço na cabeça. Sorri pela necessidade do negócio. Pago uma cerveja que dividimos. Combinamos o preço e vamos para um cubículo nos fundos do bordel. Lençol amarfanhado pelo uso contínuo. Uma pia com a torneira pingando sem parar. Ela nem se dá ao trabalho de retirar a roupa. Deita de pernas abertas, sem calcinha, púbis rapada, e me diz: vem amor. Eu gozo, cabeça naquelas tetas avantajadas, pensando no presunto tostado, róseo e perfumado do Cabaré Verde de Rimbaud. E ainda não são cinco horas da tarde...


 

 

 

FANTASIA

 

O paletó foi encontrado em uma lixeira. Um pouco largo e comprido. Mas com ele posso sonhar amores improváveis. Sentado na mureta no vão do MASP. Ouvindo sua voz entre inúmeros ombros que rejeitam o puído morador que sente os odores de rosas vindos do asfalto e saliva um vigoroso vinho francês. É simples alcançar a Grande Ursa. Ninguém ainda aprendeu a roubar a liberdade de imaginar... E você repousa na cova rasa e coletiva. Aguarda uma visita minha.


 

 

 

ACERTO

 

É um hiato no delírio da cidade. Sorriso e gesto abortados. Como se dormitasse na calçada como tantos moradores das ruas. Talvez um corpo debruçado na areia contando grãos de areia e desfazendo espumas. Seria um sonhador. Lenhador de chuvas e nuvens. assim para fazer chover luzes nas profundezas oceânicas, esparramar águas nas encostas dos abismos. Mas o clarão não passa de mais uma vítima. E o sangue saído de um furo bem no centro da nuca do espantalho coagula em águas empoçadas. Acerto de contas...


 

 

 

ROMÃ METÁLICA

 

"Quem de nós não teria sonhado, em dias de ambição, a obra maravilhosa de uma prosa poética? Deveria ser musical em ritmo e sem rima; deveria ser suficientemente flexível e áspera para adaptar-se às emoções líricas da alma, aos movimentos ondulados do sonho, aos choques da consciência. Este ideal, que pode se tornar uma idéia fixa, vai apoderar-se especialmente de quem vive nas cidades gigantes, na malha de suas inúmeras relações entrelaçadas". Baudelaire

 

Lua na janela. O olhar nos entrelaçamentos de duras luzes amarelas, as idéias sem papel, as palavras sem alcançá-las, poluídas que estão pelo uso. E Daniel Binelli piazzollando, Adios Nonino, um gozo contido na Paulicéia Desvairada. Musical, assim deve ser a narrativa. Baudelaire percebeu muito antes. Figuras inanimadas dançam um tango nos mistérios que a explosão trouxe. A sensualidade da chama bruxuleia. Nada a se fazer com o corpo carbonizado e o abismo que se avolumou na alma.

 

Xangô divide a missa. Não afirma nem oculta. Bordel 1900. Cinzas e pânico invadem hotéis, bingos e casas noturnas. Poucos se apercebem do silêncio dos discursos. Na repetição, o vazio. A mulher de casaco preto tem um critério muito pessoal para sobreviver, oferece-se como objeto de consumo. Dos carbonizados, não sente . Ninguém sente dela. Gostaria de terminar a noite com Café, escorrendo pelos labirintos noctívagos e abismais. Aguarda algum cliente no metrô Trianon. Aceno.

 

Alheio, um coro perfura os subterrâneos da memória. Inflexões e curvas atracam-se. O fruto na altura das mãos da criança. Suculento, sanguinolento, da sedução de Perséfone. Tudo por demais atmosférico... Na calçada, a explosão de uma romã metálica. Vulva da morte; seios de Thánatos. Uma voz mais aguda foge do caos. Calças, bermudas e tênis assistem ao espetáculo pirotécnico. Saudosas imagens do fogo a devolver o antigo desejo que me lambe e me acende.

 

Friccionar... Fecundar. Plantar espermatozóides na mulher. A romã se abre e deixa sair cem crianças. A cidade dos prazeres tem uma praça de lajotas alaranjadas e opacas. É para onde levo minha companheira que me chama do leito. Roçar a língua no fruto vermelho e lustroso. Tecer a teia que leva ao gozo. A tessitura de um fio invisível; o sabor de uma romã.

 

Ressuscitar entre projéteis metálicos. Ogivas verdes descansam no teto. Olhos de gato, observam. Deslizo a língua pelo corpo até o pescoço. Deixo rastro, trilha de saliva. Escrevo uma cidade em seu corpo. Os lábios mantêm uma certa pureza infantil. Perdeu o medo, nada mais. Um leve vento flana a cortina branca na janela.

 

Nas ruas, a inflamação cede. Três carros jazem, pintura arrevesada. Ressuscitar os mortos. Ressurección del Angel. É o que deve ter ouvido, Asclépio, filho de Apolo. Mesmo com Piazzolla tendo nascido muitos séculos depois. A música está na alma, não no tempo. O corpo carbonizado e estilhaços de uma granada. Quanto mais próximo da morte, maior o desejo de criar. Inventar novos cortes, novas seqüências literárias.

 

A luz lilás do abajur sombreia a chama adormecida entre as pernas da mulher que conheci na rua. Nua, navega nos sonhos. Cubro-a e apago a luz. Colo meu corpo ao dela, encho as mãos com seus seios. Duas romãs nas mãos em concha. Não me perguntem a hora, nem o dia. Peguei no sono tão logo a narrativa adormeceu.

 

É manhã, pego os papéis, deixo algum trocado sobre a penteadeira, e enfrento a Paulista. Meu jogo é o de quem busca na morte um lance ousado, não importa se dia ou noite, se é narrativa, quase ou nunca, como diz Heráclito: Nas correntes dos mesmos rios, entramos e não entramos, somos e não somos.

 

 

 

COSMÓPOLIS

 

Lerdos passos. Acalcanha a bengala no chão para diminuir o peso no joelho que dói. Ao redor, o ritmo patético e melancólico, morada da aflição. A roda denteada dos motores, ruidosa, e a fuligem na gola da camisa. Rodas sem vento e rumo. Passa a maior parte do tempo com o olhar na calçada, cuidado com os buracos, evitar fratura de fêmur, seria o fim. A paixão antiga na dobra dos tempos, sem vento os pensamentos permanecem nuvem na cabeça, a moça dourada que apareceu à porta do quarto... Nenhum passado resiste à oxidação, mas a paixão tatua, daí pequena; alva; maxilares salientes; olhos estirados de um azul. Os diálogos no abismo da memória, agarrados ao falo: Fala comigo. Fala? O cheiro permanece, seu dedo irônico, de unha pintada, mostra um burro solto, havia burros soltos na rua do Oratório, casas de fundo, um jardim na frente, havia a esperança, a camponesa com um quimono de crépon cor de fogo... Budapeste em São Paulo. O carro passa, música no último, movimento o pescoço até onde a artrose permite, procura Lizst, Liebestraum 3, o velho Lizst, sério e pesado como a coroa de ferro de Santo Estêvão... Encontra a dança da garrafinha...

 

Olho na tela e... Não preciso mais do imaginário da infância, o Japão está bem diante de mim, não o de Kurosawa, mas o globalizado, da coca-cola e dos McDonald's. Não, não é preciso perfurar o globo para descobrir as minúsculas bonecas em túnica longa. Nem da tela precisamos. Saí de uma cirurgia. Chove forte. Da porta do Hospital Bandeirantes, observo a tarde escura e mergulhada na água que escorre até o bueiro. Luzes avermelhadas dão um tom soturno no bairro. Uma corrida rente aos paredões antigos da Rua da Glória. Uma esquina, dobrada à esquerda. Outra, derrapada à direita... Japão. Ser estrangeiro carrega essa necessidade de preservar. Os passos miúdos e arrastados com seus guarda-chuvas com jardins japoneses. O Japão de São Paulo mantém vivo o verdadeiro. Pequenino como um haikai. Dentro, o branco; fora, o amarelo. A estranha admiração pelo leque com bonecas de franja curta, pretíssima, os jardins com suas árvores anãs... Outra criança. Outra mulherinha. Outro homenzinho. Outras crianças. Outras mulherinhas. Outros homenzinhos. Bonecas. Sigo a Conselheiro Furtado, Conde de Sarzedas... Bazar das bonecas. Entro no minúsculo salão de luz lilás. Atrás do biombo, bonecas expostas, olhos sem cílios, doces, oleosos, de amêndoa, malpousados à flor da pele. Retiro os sapatos. Escolho uma mesa de canto. São todas baixas. A cortina branca com ideogramas pincelados em negro. Tudo com o toque de uma pena, delicado e leve. O sujeito que me serve tem as sobrancelhas grossas e negras. Peço uma bebida. Aguardo seu efeito. A pinga japonesa logo derruba. Agrada-me uma japonesinha séria, distante, talvez pelo efeito de drogas, entre cortinas de cretone, alegre, de desenhos quase tão japoneses quanto ela. De fora, apenas o ruído da chuva. A luz piscando, luzes elétricas, a japonesa distante. O medo... Sempre me acompanhou. A profissão médica, um disfarce. - Não tem comida para branco. De onde a lembrança? Fez com que recuasse. Saio trôpego. A fome de mulher no sexo. Atravesso o Reino do Pequeno. Lilliput Amarela. Bazar de bonecas. Lembro-me da jovem amarrado à amada viajando pelas quatro estações do ano. Qual o nome do filme? Bonecas... A sutileza também na impossibilidade do amor. Noturnos... Ruas estreitas, vazias, soturnas. Agora, é uma espécie de medo que começa a cair nos pingos da chuva. Mas aqui tem Shoki. O Caçador de Demônios, como é chamado, ventrudo e poderoso, espanta as criaturas que dão medo... E que tem medo... O poço. Do outro lado, a terra dos brancos, cair dentro do poço, sentido estação , por exemplo!

 

Caminho pela nova praça da , o imponente prédio da caixa, as placas de propagandas vestidas de gente, do povo mais simples, não somente os aposentados, mas jovens, homens e mulheres. O pátio do colégio, branco e azul, o relógio alemão dos Beneditos - onze longos roncos de bronze - encheu de fantasmas a noite. O ribombar dos sinos atravessa o viaduto Santa Ifigênia amortecido pela argamassa, cai sobre telhados envelhecidos e desaparece rapidamente. Aguardo um canto de onda no côncavo acústico de uma concha... Todos os pianos mudos. Um longo silêncio ocupa os telhados e as ruas. Bairro soturno. Continua o bairro dos bares. Mas sem os alemães tomando chope. Vê-se coxas e seios dividindo vitrine das ruas, homens à procura do sexo mais barato, a pouca luz exibindo sombras e pequenas entradas de hotéis de curta permanência. Se o medo e a música habitavam a noite, agora, o comércio da carne é quem ocupa os espaços. De cada portinhola, saem mulheres com suas roupas vulgares, apertadas no corpo, expondo cada curva ou cicatriz. Aceito o convite de uma luz esmaecida e entro no recinto. Um balcão à direita. Enquanto prepara um aperitivo para um freguês, dirige um olhar desconfiado para mim. Percebo quando sinaliza com a cabeça a minha presença para uma das garçonetes. Tem no rosto o peso da profissão e da maquiagem, no corpo, o cheiro de uma essência vagabunda. Leva-me a uma das mesas vazias, o verniz gasto como o sexo dela, a toalha envelhecida e manchada. Observa-me um tempo. Pergunta-me o que vou querer. Noto uma ambigüidade no modo de se expressar, algo de malicioso nos olhos, mas o que eu queria mesmo era encontrar gente, que a gente nunca viu, parecida com aquele Henrique VIII, ou aquele Burgomestre Meyer, pomposos e estufados, que saíram do pincel quinhentista de Hans Holbein. O que vejo na parede é a pintura de uma mulher desnuda, o sexo quase imperceptível pela sujeira, e o cão empertigado ao lado dela. Há um piano, mas apenas para enfeite, ao lado do palco, onde mulheres expõem seus volumosos seios e nádegas mergulhadas em celulite. Ao meu lado, a jovem caquética aguarda um gesto meu, talvez um tapa em seu traseiro, ou um toque em seus peitos avolumados pelo sutiã. Estranha quando peço um chope. Aceito a cerveja no lugar. Melancolia. Melancolia do sexo. Melancolia da noite. Fora, passa um alemão, passa outro, não passa mais... Além da garoa, chove a miséria.

 

 

 

julho, 2008

 

 
 
 
 
Carlos Pessoa Rosa, poeta e contista, escreveu Cor e a textura de uma folha de papel em branco, prêmio Ficção Nacional, UBE/CEPE; Poemas viscerais, prêmio Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, entre outros. É editor do site Meiotom Poesia & Prosa. Assina o blogue Meiotom.
 
 
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