De Carta aos Anfíbios (Rio de Janeiro: Editora Bem-Te-Vi, 2005)

 

 

 

 

A pele medrosa cicatriza-se: e recomeça

 

a Philipp Naujoks

 

 

1.

 

         Esta perturbação inicial, garfo

         que não encaixa na boca

         e a comida cai, num prato

         assustado; o copo

         d’água vai de encontro

         ao dente. A garganta

         estende as palmas

         de vontade.

 

 

2.

 

         O algodão úmido

         na testa eriça-me

         o quebranto; o soluço

acelera o ritmo.

 

Visto o casaco alheio

e me perco no cheiro,

um instante,

um instante.

 

O flagrante

do dono

perturba-me

o sono.

 

 

3.

 

Timidez

de pés

 

em casa

estranha,

 

que ao

ensaio

 

da distribuição nova

do peso descobrem

 

a levitação.

 

 

4.

 

         O chão é um convite

         recorrente, constante; algo em nós espera

         o reencontro. Até que o vento.

 

 

 

 

 

Sempre o exílio

 

                   a Roberto Borges

 

a.

 

         Surpreso a quanta terra

         não me pertence, que

         engraçado descobrir (mais

         uma vez) que trocar de país

         não significa trocar de corpo

         e a mudança

         de língua

         é acompanhada pela permanência

da produção da

mesma saliva.

 

b.

 

         esta ilegalidade do meu corpo

desaloja-me a comida no

estômago

que permanece em ângulo

suspeito, a boca

arqueia-se, tesa –

e o barbante frouxo dos braços

a nenhum peito estreita-me,

esta pele estrangeira,

este cheiro novo.

 

c.

 

         a certeza finalmente

         de que a mão é incapaz

         da linha reta,

os ouvidos mais atentos,

as pontas dos dedos

mais ativas, despertas,

os ombros caídos, menos

por cansaço que por pesos

acumulados ao longo

de outros sonos;

quando as noções

de segurança

e cidadania

desaparecem e resta-nos

a condição.

 

 

 

 

 

Breviário de secreções

 

 

A um canto do quarto, meu corpo

             operava sua fábrica

                      de relações

Decisões não são auto-explicativas,

                        resistem ao questionário

         do prazer

                  e são

    obrigadas a ignorar

                     conseqüências de causas,

         como movimento e encontro

As mãos em concha erguem-se

      ao rosto ao mesmo tempo

    que este dirige-se a elas

                  sem que se percam

no caminho

 

               Respirando pela boca, sem

tempo a perder entre a

          oxigenação do próprio

                    cérebro e a

        do ambiente

               em geral, ele

     falou alto e preciso:

o teso súbito que percorre

                 a linha da boca

                 do peixe à mão

           do pescador, anzol:

                         isca, peixe

 

Mas esta imagem não

        encontra equivalência

           em meu organismo e

        volto a olhar

        meus pés

 

               Sozinho e vazio

               como quem acaba

               de parir como quem

               acaba de ejacular

               vazio e sozinho

 

e só me acalmei

       ao repetir duração duração

                           duração movimento

 

passe as cartas por baixo

da porta se as há

 

Infelizmente não poderei

ir a São Paulo por

enquanto mas com

certeza nos veremos

antes da sua

partida beijos

 

em vigas de partir

nas vias do por vir

 

O esvaziamento progressivo

     dos pulmões e recomeçar

                           em seguida

 

Não há transição mais

                    sutil que a esquecida

            à meia-noite

 

e entre epiderme

derme músculo

osso esperam

todos

uma gradação

dos espetáculos

do mundo

 

apague a luz cavaleiro digo cavalheiro

 

Breviário das secreções

                       da manhã:

·         salivação comum mesmo

em meio à

desidratação recente

·         ejaculação de hábito

antes do desjejum

·         sangramento normal

à pia do banheiro

colore-me a boca

sensação de frescor e medo

 

 

 

 

 

Como um caule / exausto / sob copa teme- / rosa

 

a Jorge Wakabara

 

Novembro cansa. O calendário

é o início

de todo cansaço.

As obrigações

de natal por vir,

o ano novo o

tópico favorito

como se fosse ainda

moeda corrente

a regeneração.

O jogo

da transição o único

restante e isenta

-nos do definitivo.

"Só toca em mim

casando", vontade

de expor (as mãos

batendo contra o peito) como

Darlene Glória em Toda

Nudez Será Castigada, mas

o medo. Desde cedo

aprendemos

sobre investimentos.

Nunca desnudar-se

antes da isenção de

responsabilidade.

Você está aqui, é implícita

a promessa de estar

sempre. As exigências

nascem da expectativa,

da minha falta de direitos.

O asfalto na Augusta

encharcado

nesta primavera estranha

de 07 de novembro

de 2003 (em anos ímpares

me convenço de que

a morte existe) as fronteiras

fechadas, as invasões

bárbaras às portas,

as disfunções do clima vêm

unir-se à sua intermitência.

               Quando

tudo em mim conspira

pela constância?

Seu rosto que

diz "se eu ficasse não

faria mais sentido

o sufrágio universal."

Atende-se ao telefone

nunca a única

voz,

parte-se o pão e

é sempre a primeira

vez.

 

 

 

 

 

Separatismo

 

 

Seu olho fisga-me dentre

os outros repuxa a pele

e reabre o corte faz-me

acreditar num anzol

dedicado à minha

boca enquanto a

expectativa infecciona

sob minha língua repetindo é hoje

é hoje e eu não queria voltar a

existir como se à entrada

de uma estação de

metrô tocando xilofone para

os transeuntes à espera da

moeda a certa a desejada você

cantarola Crush with eyeliner  ele

caminha até o som Too drunk

 to fuck soa

no quarto poemas não

o impressionam inútil

citar aquela poetisa polonesa

de que você gosta

tanto discorrer sobre a palavra yes

nos poemas

de e.e. cummings falar sobre

a morte estúpida

de Ingeborg Bachmann ou mesmo

sobre como ele adoraria

Yehuda Amichai ele

lê panfletos

anarquistas mimeografados e

textos de escritores

judeus cheios de sarcasmo e ri

sozinho na cama você

se olha no espelho e sabe

de antemão que não adianta tentar

um moicano você nasceu para usar

óculos sua visão perfeita

20/20 sempre foi na

verdade um insulto mas como

é bom ouvi-lo sobre a infância na

Berlim dividida os pais

 anarquistas o erro a reunificação

(der Anschluss como

ele diz) as dificuldades pai alemão mãe

judia passar o sábado

todo assistindo-

o vê-lo observar o sábado pedir pelo

que é kosher sim querido começa

em alguns dias a Chanukka quando em

um cerco inimigo ao templo o óleo

suficiente para apenas um dia queimou

durante oito a perseverança do óleo me

cai bem

 

 

 

 

 

Seis canções óbvias

 

 

1.

                   a Timothy Ryan Mendenhall

 

Sair da cama, disse,

         foi simplesmente

         uma idéia incrível

         e deliberada

De invernos frutíferos

         construíram-se

         muitos infernos na

         primavera

A cama é um inferno pessoal

         e intransferível

E a pele vestida à noite

         desprega-se para acompanhar

outra calçada pela manhã

A transferência de corpo pratico-a

         com diligência

É tudo tão simples, dizem

Hilda Hilst havia medo da morte

         e morreu

assim como o MASP

é ao mesmo tempo

museu e mirante

Ergue-se o deliberado sobre

simples patas

 

 

2.

                   a Carol Hungria

 

Entra-se com violência onde

         o prazer arrasta-se

         pelas paredes e

         diz-se "aqui"

À pretensão de acreditar que

         desconhecia a própria

         capacidade para a

         devastação ela

chorou pensando

em aviões e

         prédios

A inocência não se perde mas

         se ajusta

Horror horror é irrepetível

Paraísos são destinos

         populares para férias

E uma grávida gargalhando

         enche-nos de sensações

         misturadas e transferíveis

Enrodilhados com os joelhos no

         queixo esperamos pela

         saída

 

 

3.

                   a Dimitri Rebello

 

As paredes do quarto não resistem

         à adstringência

A cama recebe e despacha

         desejos de ejeção

         e a ânsia na

         garganta típica da

         manhã não impede

         a ereção

Febre aloja-se na boca

Mas a cama nem sempre

         serve de grade

         para o corpo

como a rua

apressa-se para

         sustentar-me os pés

A temperatura queima os cabelos

         atinge o diafragma

         e arma a paliçada

         contra a crista-ilíaca

Toda transação entre amantes

         é bulímica

A sensação de queda é contato

         provisório com minha

         atual situação ou

         com minha condição

         perene?

Uma cama ou mesa no espaço

         é um local para

         discussão

 

 

4.

                   a Fritz Streiff

 

O presente o passado mais recente

Correr em público é deselegante por

         expor o repúdio

         público à consciência

         dos limites?

Ofegante, ele escondeu o suor

O presente é possível, mas cansa

         e resseca

Há um limite para a elasticidade

         da memória

Fogos periódicos asseguram

a sobrevivência se

         não deste arbusto,

         da mata como

         um todo

O medo de uma porta aberta mesmo

         na menor e mais quieta

         cidade

Tiro e pássaro são possíveis como

         qualquer dádiva

É papel das dádivas e do acaso

         encurtarem o presente

O espaço virtual não é infinito

Nem meu cansaço

 

 

5.

                   a Tobias Bittmann

 

Reabasteço meu corpo de chá e

         de orgasmos e escolho

         não pensar nele

Basta formular o problema central,

         ou seja, o problema

Não se pode estar presente a toda

         fruta em amadurecimento

         e queda

O chão não é distante

Quando se morre se morre

         e a manhã seguinte não

         traz notícias do

         engano

Estamos ausentes a nosso nascimento

         e morte

E estou pensando nele

Isso faz dele alguém presente

A perda ocorre aos que possuíam

         e não mais e aos que

         estavam ausentes

A ausência é estatisticamente maior

         que a presença

 

 

6.

a Julian Wuermser

 

As relações de uma ilha

         com um cataclismo

         são claras

As águas cercam e a areia

         adstringe

Mas o excesso gera a possibilidade

         de cobrir mais campo

         e percorrer maiores

         espaços

Vide o maremoto

Cubro meu corpo de água

         duas vezes ao dia

Você está respirando?

Algo deve estar doendo

Os pulmões têm uma caixa

         para restringi-los

         e isso torna o ar

         palpável e concreto

A dor nega abstrações

         como, por exemplo,

         meu baço

e pâncreas

Se houve um dilúvio, as

         formas sobreviveram

         a ele e um monte

         roçou o umbigo

da arca

Roce o meu mais uma vez

É costume no interior que as

         mães enterrem o

         cordão umbilical

         que se desprende

A dor é um excesso, e existe

         em anexo sem

pudores

O acaso atesta o deliberado

E perdemos dias preciosos

 

 

 
 
 
 
 

Três fragmentos iniciais do poema-livro A Cadela sem Logos (no prelo) 

 

sempre digo ao

telefone meu

nome querendo

dizer sou eu

como quem

diz estou

chegando ele

sempre responde

quem querendo

dizer é você

como quem     

diz qual

o seu direito

em ter um

nome ambos

comércio e

sexo com sua

ofegância repetitiva

prometem a mecânica

para cruzar o divisor

que separa o conhecimento

dos objetos

prováveis antes

do sono

prega etiquetas nas

coisas cama

na cama criado

— mudo no criado-mudo

amante no amante

ausente

 

§

 

para provar seu

entusiasmo e assegurar a

destruição de tecidos

no pedágio

da alegria

apagou o

cigarro no próprio

pulso que revidou

latejando

e mordendo a

brasa lambendo

as cinzas a

semente da

maçã

inaproveitável

sempre devolva-me

o caroço meu

bem querendo o mel do

rei ao mesmo tempo

que o depõe provendo

dor ao fingimento

alheio

 

§

 

falar hoje exige

elidir a própria

voz as transações

inventivas entre

interno e externo

demandam

que a base venha

à tona e a

superfície seja

da profundidade da

história ímpeto

denotando o

centrífugo

o corpo público

que exibo como

palco fruto

da ansiedade

do remetente

o interno ao longo

da epiderme

como emily

dickinson terminando

uma carta de minúcias

com "forgive

me the personality"

 

 

 

 

 

 

Da coletânea Sons: Arranjo: Garganta (em preparo)

 

 

 

 

 

Linear

 

De boca em boca

o mundo mostra

os dentes e a garganta

infecciona-se em resposta.

Atento ao ambiente como

o ambiente ignora a

minha vontade.

Mesmo equivalências

geram colisões e o eixo

do sal denuncia

o doce na boca.

"."

O herói contra

a corrente, o herói

à vela.

Não há gran-finales

suficientes para todos,

a chuva muitas vezes

cai antes

da hora,

quer-se os créditos

e eles não sobem. Beethoven

ludibriou-nos.

É claro que em Who's

Afraid of Virginia Woolf?

Richard Burton, não,

George, recorre ao

útero vazio

de Elizabeth Taylor,

não,

Martha, para a

ofensa última.

A escala da

nutrição não

recomeça a cada

meia-noite, segue

a continuidade

do esôfago, do

termômetro, da

maré, da

infecção, da

ascensão e queda

dos efeitos

da cocaína, da cafeína.

Filiação da fome e

as ilusões da higiene.

 

 

 

 

 

Proposições contra a música-ambiente

 

Narinas abertas ao

cheiro do

ambiente, mas

eu não me esqueci

da busca do suficiente;

Christopher Hahn

em minha cama com dois

pés. 19 de fevereiro

de 2005. Veja

bem, de certa

forma, Bonnie & Clyde,

mas não

Lampião & Maria Bonita.

Proximidade, distância,

questão de desejo.

Exponha o imposto.

Relação de pessoa e núcleo, pessoa

e fonte.

A

propósito

é

ex-

tensão.

Perdeu-se. Mas se necessário,

retornar ao início e não

à última

conexão, ela soube que

jamais atingiria o mesmo

de novo. Entre. Nunca

o mesmo

duas vezes.

Condição e conjuntura.

Alhures, nowhere & ici.

Quando

entoou a voz para

o vocativo, interrompeu-se

logo

após o oh!

à procura de um

nome,

o próprio ou algo

em comum

com outro. Aqui

onde?

Expressar o que à

interpretação do

outro, que sou

eu, e todos

em comum.

 

 

 

 

 

O poeta vai para o monastério

 

 

a-

 

como adormecer num longa

do Pasolini e despertar

num curta do Kieslowski;

e tem sentido, eu pergunto,

abstinência, parcimônia

polissílabas? se meu corpo

foi sempre teatro

do precário? êxtase

em ascese,

"quem te fala

é uma morta", ê Darlene

Glória, herança, sim,

sem herança, "what thou

lovest well is thy true heritage"

Ezra Pound dixit

na gaiola do gorila

(preso em Pisa)

mas as extremidades começam

a cansar-me,

quem me dera

agora um dilúvio

na ponta dos pés;

a perda acopla-se

mas o oxímoro não

me acalma, ninguém

que preencha

meu ônus,

caminhando pelas ruas

como uma papisa,

uma diva, uma Kate

Bush ofendida,

cantarolando

"de longe sim flauta de lua"

para que não

se entenda que

entre dentes

cerrados invoco

(a primeira onda

sobre minha própria

cabeça) o

déluge sintflut dilúvio

 

 

b-

 

derramo o leite no

chão de propósito,

firo,

furo os dedos

no garfo,

quero tanto

agradar e intuo

que Deus aprecia

desperdícios; assim deslocado

como um peixe

n'água, olho

continuamente para

o teto à procura

das câmeras que

tornem oficial

meu protagonismo

nesta história,

pela manhã

o primeiro sussurro

sendo HOMEM

AO MAR HOMEM

AO MAR e só hoje

entendo minha

mãe gritando após

as surras "não

me venha

com esta

cara de Maria

Madalena

arrependida";

ah o martírio

rosa de jamais

ter filhos que eu

chame de

Rocamadour Abel Luke Skywalker

 

 

 

 

Que bom para você. Que bom para ele. Quem bom para todo mundo.

 

 

A-

pós

a noite

em claro com

Antonioni / Plath / Radiohead

você pergunta-me

pela vida humorosa?

(cf. O. de A.)

auto-devastar-se

a única

art we master,

só nos entendendo

via subtração,

nossos encontros

fantásticos!, cavalheiros,

como anseio

por ele

que piora tudo;

horas

para arrumar-se

e no fim

este trapo?

ornam,

combinam,

caem

tão bem;

aguardo o dia

em que tudo

o que disser-me

o ventríloquo

seja a citação

de alguém algures,

como desaparecer

completamente;

nosso amor durou

quinze hematomas e

a incubação

da escabiose,

minha herança!;

quando acordei,

cada coisa em seu

lugar onde

eu, eu, eu

deixara;

ah! amar é

inter-

ferir,

salvar

se de si

 

 

 

 

 

Drag Queen

 

na aprendizagem dos ganhos

           pela arte da subtração

               

                  (oh, how

                    elizabeth bishop

                                     of you)

 

acordei meio porta-luvas

 

          (oh, how

           elisabeth veiga

           of you)

 

           e confiei-me aos sete

    dias de jericó

    desmoronando aos pés

    do sim e de las vegas

 

(oh, how

elizabeth fraser

of you)

 

                      pois

 

ninguém me arranha

ninguém me cospe

ninguém me chama

de kate moss

 

                  (oh, how

  elisabeth chamber

                     of you)

 

 

 

 

 

(imagens ©herr karl)

 

 

 

 

 

 

Mais Ricardo Domeneck em Germina

 

> Uma Vez Humano Sempre Acrobata, por Carlito Azevedo

>> Correio em seco: Ricardo Domeneck e a poesia de Carta aos Anfíbios, por Pádua Fernandes

>>> Entrevista: Ricardo Domeneck, por Carlito Azevedo

 

 

 

 

Ricardo Domeneck. Paulista, vive em Berlim. É poeta e tem dado o que falar — uma pequena mostra: Jornal do Brasil / Caderno Idéias (23/07/2005),  Jornal do Brasil / Caderno Idéias (30/07/2005),  Inimigo Rumor Trópico.   Além de poeta, é tradutor, ensaísta, professor e DJ. Como DJ, organiza a festa semanal  Berlin Hilton. Edita o fanzine eletrônico Hilda e tem uma homepage em construção.
 
Publicações: Carta aos anfíbios (Rio de Janeiro: Editora Bem-Te-Vi, 2005); A cadela sem Logos, no prelo; Poesia Brasileira 1980 — 2005, organização de  Carlito Azevedo, em Inimigo  Rumor — Revista de poesia, n. 18  (São Paulo/Rio de Janeiro: editoras CosacNaify/7Letras, 2006); Cuatro Poetas Brasileños Recientes, organização de Cristian de Nápoli (Buenos Aires: Editorial Black & Vermelho), em preparo.
 
Colaborações: Tentação do Homogêneo, em
Cacto — Revista de Literatura, n. 4  (São Paulo:  edição de Tarso de Melo e Eduardo Sterzi/editora Unimarco, 2004); textos, traduções (Jack Spicer, Rosmarie Waldrop, Lyn Hejinian & Basil Bunting, do inglês; e Friederike Mayröcker, do alemão) e entrevista, em Inimigo Rumor — Revista de poesia, n. 17 (São Paulo/ Rio de Janeiro: editoras CosacNaify/7Letras, 2006);  
 
Dramaturgia: 1999, dramaturgista da criação coletiva da Tribo de Teatro Tumutupugá, com direção de Marcos Bulhões, apresentada no Teatro Laboratório da ECA/USP, em junho de 1999; Fragmentos de uma carta aos anfíbios, encenação do OBARA — Grupo de Pesquisa e Criação, vinculado ao Laboratório do Ator, do Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP, baseado em fragmentos do livro Carta aos anfíbios,  partindo da "técnica do movimento consciente" de Klauss Vianna.
 
Saiba mais sobre Ricardo Domeneck.