o
real
com seu ar espesso suas sobras (dobras) do corpo o incesto o enxerto com tiros à queima-roupa este real te provoca ferve teus nervos o real com seu inseto de luz abre-se em pedra com seu faro nos conduz com sua fúria nos enreda .......o real — crês? — ...............res ...............ist ...............e |
este
real |
o real entre teus dedos ofertado fincou de azul este osso teu almoço farto |
este
real com suas ranhuras de sonho e vidro sem sombras ou senhas de acesso duro, seco, abstrato esquecido de todo peso vagando em direções desiguais este real é um alerta onde o jogo se descoberto se expressa em rosto, em sombra em luz em cor que o poeta agora leitor completa |
o
real |
o real com suas partículas de afeto múltiplas capturas incêndios de silêncio, de verdade e de loucura sempre fora e entre o real em núpcias permanente |
é preciso ter paciência tu dizes palavras não caem como chuva não se deixe molhar impunemente |
o coração
na boca e o amor se roendo atento agora ao que vibra dentro do peito: a cavidade da palavra seu incêndio antes do silêncio |
talvez não importe tanto azul assim para que dezembro te encha vale esperar pelos dias de sol na calçada a noite se acende dentro o branco hálito da cor |
pálpebras: ondas sobre o mar de vidro |
aranhas
tecem ao relento arames de vento |
há possibilidade de escuta antes que o céu se eclipse um sol tênue se disputa a meia-lua há silêncios sexo & enseadas você diz coisas bobas tipo não há amor sem verdade eu escuto e arrisco outra tatuagens não se dissipam com a idade |
Autobiografiazen: não sendo bom de bola dei de chutar palavras |