©johnson tsang
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

"Nunca use os ombros do fraco para subir nas alturas; pode acontecer que ele não resista o seu peso e o seu tombo será maior que o dele".

Desde que existe a humanidade é comum haver amizade entre escritores e ditadores. Alguma coisa no poder atrai os polos do mandonismo e da inteligência que pensa o mundo com o olhar mais profundo que os das ideologias da força. Ainda que haja contradição nessa relação, ela existe, marca a história e deixa exemplos bons e maus para os pósteros.

Muitas vezes é mesmo difícil entender como é possível se estabelecer um pacto de mútua admiração entre Fidel Castro e Gabriel Garcia Márquez, quando se sabe que o revolucionário cubano mandou inclusive matar um dos melhores amigos de Gabo. É também difícil entender a contingência da relação de Fidel com o Nobel português José Saramago. E isso não é tudo.

Tome-se o caso da besta-fera Adolf Hitler, que provocou no mundo um dos maiores conflitos da história: ele teve o apoio de inúmeros intelectuais, como Martin Heidegger, Günter Grass, Ezra Pound, este último que chegou a ler textos em rádio italiana em homenagem ao ditador alemão. Pound, um dos maiores poetas do século XX, apoiou também Benito Mussolini. Camilo José Cela, autor do famoso A colmeia, lutou nas trincheiras de Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola, tendo sido acusado posteriormente de servir como informante. Jorge Amado declarou no livro O mundo da paz ser Stalin "mestre, guia e pai, o maior estadista, o maior general, aquilo que de melhor a humanidade produziu", só conseguindo o baiano escrever suas obras referenciais depois que se afastou do ditador russo, nos anos 50.

É sabido que o marxismo elevou ao máximo a importância dos intelectuais na definição dos rumos da humanidade. Não à toa o sociólogo Raymond Aron sentenciou que Karl Marx virou o ópio dos intelectuais. Quem mais aprofundou o papel da nova classe de pensadores no contexto global foi Antonio Gramsci que fez a distinção clássica que separa intelectuais orgânicos e intelectuais tradicionais.

Hoje, num mundo pós-utópico ou pós-moderno, somam-se aos pensadores John Stuart Mills, Alexis de Tocqueville, Zygmunt Bauman, Norberto Bobbio, entre outros. Contudo, à exceção de Lula, que tem entre seus amigos Chico Buarque, Frei Beto, Caetano Veloso, líderes atuais como Evo Morales, Cristina Kirchner, Nicolás Maduro, Kim Jong-un, Donald Trump, — não têm escritores como amigos. Já não curte efeito a máxima formulada por Platão que diz: "A república funcionará bem se os filósofos tomarem o poder, ou se o governador se tornar um filósofo". Sêneca tentou domar Nero, que por ordens do tirano foi obrigado a se matar. O mesmo se dando com Sócrates que ao tomar cicuta a pretexto de corromper a juventude grega, entrou para a história ocidental como o primeiro evento em que um intelectual se recusa a aceitar as verdades estabelecidas. Agora, entre muita corrupção, fake news e a democracia da mentira espalhando o discurso torpe do poder, os escritores analisam os fatos, arquivam-nos em sua memória e aguardam o momento certo para dizer ao povo sobre sua própria história. E não pactuam com usurpadores do povo.

 

 

 

 

"O povo, diz Carlos Drummond de Andrade, toma pileques de ilusão com o futebol e o carnaval, suas duas fontes de sonho". Efêmero e evasivo, o sonho acaba. Aí, diz Eduardo Giannetti, "quando a bola parar, ganhe ou perca a seleção, a amarga realidade nos tomará outra vez com suas unhas de bronze". Após a festa vem a ressaca.

O movimento discordante e quase sempre apelativo do "Não vai ter Copa" anunciou, em 2014, e previamente, que haveria violência nas ruas, depredações, abuso contra a autoridade, desrespeito às leis e ao patrimônio público, bagunças generalizadas, greves e tudo o mais que caracteriza a forte insatisfação popular contra o governo federal e a classe política. O ato coletivo na abertura da Copa, ao detonar com um palavrão a simples e silente presença da então presidente Dilma Rousseff no Itaquerão, ficou como símbolo da reação do povo em oposição a tudo o que está errado neste país. Injustificável o ato de incivilidade, grosseiro, contudo esse ato popular demonstrou na época para todo o mundo haver incompatibilidade entre o que fazia ou deixava de fazer a titular do governo brasileiro e as aspirações das classes que se sujeitam, como sempre, aos mandos e desmandos do poder político da nação.

A partir de junho de 2013, com as reações públicas manifestadas no país, passou a existir no Brasil, de modo mais contundente, uma sociedade afeita à cobrança de direitos que justifiquem, na prática constitucional, o pagamento de impostos de que o país é recordista mundial. Segurança, saúde, educação, aliados à corrupção sob impunidade, por exemplo, são setores que comprometem — e muito! — a credibilidade de um governo que investiu bilhões na Copa de 2014. O problema é que a Copa acabou e os problemas permaneceram sem solução na desprezível era Temer.

Ainda agora é unanimidade nacional o mal-estar instalado na nação. Mesmo as classes mais subalternas e afeitas aos eleitorais programas mantidos pelo governo federal reclamam de ética, de isonomia na acessibilidade, de maior poder de participação nas decisões que são tomadas quase sempre à revelia dos mais necessitados como de resto da sociedade como um todo, cuja voz se faz ouvir. A política continua a mesma: voltada para o próprio umbigo, defendendo os interesses de uma classe abastada e com amplo poder de influência, sujeita — sempre — àquilo que a fortalece junto do poder da situação.

Passada a euforia da Copa do Mundo, o que se viu acontecer foi o Brasil voltar a vivenciar seu cotidiano fatídico, cheio de grandes problemas, quando o povo, sob o clamor do estigma do fracasso final, caiu na real e sentiu novamente o peso da situação de um país que está todo por ser mudado por ações políticas sérias, honestas, comprometidas com a realidade. Mais: agora sob a pressão de uma campanha eleitoral que promete ser o cão com raiva em guerra de egos, caprichos, dissimulações, intransigências e arroubos extremos fartos de maledicência. Os políticos, velhas raposas, querem se perpetuar no poder.

A cinco meses das eleições que decidirão quem serão os próximos presidente, governadores e deputados, a região Centro-Oeste, especialmente, na qual Oliveira se inclui, terá a oportunidade de decidir entre as benesses de um governo federal que coopta o mando emedebista, ou por uma empatia com as tradições políticas que vem sendo adotadas pela oposição em Minas Gerais. Na pauta, a luta entre ter a máquina administrativa na mão, para convencer sobretudo os que estão sob o manto de necessidades, e as prerrogativas ideológicas que se propõem oxigenar com mudanças — algumas radicais — o vício ocular que virou manter um mesmo poder que já deu provas de desgaste e incompetência.

De acordo com a parábola de Jesus, será a vez do povo separar os "filhos do maligno", o joio, dos "filhos do reino", o trigo. Todos os problemas vigentes no país têm que servir de alerta contra escolhas feitas sob a influência da mídia e do marketing. Isto porque, segundo Adlai Stevenson, a imprensa separa o joio do trigo. E publica o joio. Mais do que nunca será preciso que os eleitores tenham consciência crítica para votar, uma vez que a decisão que se toma junto às urnas é pelo povo, pelo país. A má escolha sempre custa muito joio na ceifa política.

 

 

 

 

Recém-lançado no mercado aberto, o clipe Quero que tu vá, da dupla Ananda e Joker Beats, diz na letra:"Eu quero que tu vá/ vá tomar no cu/ e vai pra puta que pariu/ aonde já se viu?/ hoje eu tô tipo tolerância zero". A música (?) como dizem os jovens, "está bombando" pelo WhatsApp, e apenas o clipe social já teve 2,5 milhões de exibições em três dias. Segundo os autores, a música (?) "é uma resposta para muitas coisas. Contra preconceitos variados, raciais, de gênero, de diferenças sociais. A gente quer mesmo que essas pessoas que agem desse jeito vão tomar naquele lugar". O uso do palavrão vem de longe e inclui Marcelo D2, Charlie Brown Jr., Rita Lee, Rick Bonadio, Raimundos, Planet Hemp e o pioneiro Chico Buarque em "Geni e o zepelim". Na MPB tem-se, por exemplo, "Essa mulher" (Arnaldo Antunes), "Eu comi a madonna" (Ana Carolina), "Garoto de aluguel" (Zé Ramalho), "Pra foder" (Elza Soares), "Que país é esse?" (Legião Urbana), "Só as mães são felizes" (Cazuza).

Essa tendência musical comprova a mediocridade da produção hodierna que faz uso da apelação em nome do sucesso imediato e da falta de opção do público ouvinte entorpecido pelo que há de pior da música sertanoja, do repertório falsamente romântico do gênero "sofrência", uma espécie de brega atual; dos enredos imbecis dos singles da universotária, mas também do excesso de música "autoral" com violão mal tocado e voz pouco ou nada afinada de compositores (?) que se apresentam em programas de televisão. Pode-se afirmar, com base no analista Steven Connor, que a cultura do palavrão na música personifica o paradoxo central da cultura de massa: o seu alcance e influência globais combinados com sua tolerância e criação de pluralidade de estilos, de mídia e de identidades étnicas do outro". É a versão atual da MPBzona, imbricada nas experiências do corpo e da sexualidade. Salva-se muito pouco da atual música popular. Os meios de comunicação privilegiam a merda como coisa genial produzida por inteligentinhos que além de não ter formação musical fazem voz às reivindicações de direitos humanos e do feminismo para forçar a receptividade junto às multidões vazias que mantêm shows em parques de exposição, festivais ao ar livre e programações televisivas, tudo muito bem sustentado por um marketing que se baseia no óbvio, na comoção de massa, no imediatismo, em tudo que é fácil de alimentar o mal gosto popular. E isso inclui romper de uma vez por todas com a censura. A música atual é um vale tudo. Platão dizia que não se modifica as formas musicais sem que os alicerces da cidade sejam abalados. Em sua República haveria censura a certos modos que não contribuiriam para a formação das virtudes necessárias aos cidadãos da pólis. Ou seja, analisa o professor da USP Vladimir Safatle, a relação entre música e moral aparecia como uma questão política maior; a produção musical deveria se submeter às formas de reprodução de formas de vida. A conclusão é que a sociedade não vai mudar para melhor se a música não contribuir para apurar a sensibilidade do "fundo musical" das transformações sociais. O que existe hoje é justamente o contrário dessa expectativa. Segundo o sonoplasta português Vasco Pimentel "o mundo está mal remixado, tá muito ruidoso, 95% do som é inútil. Não traz informação nem prazer, mas desconforto. "Há uma exaustiva inflação de lixo sonoro". Para completar, o beatle Paul McCartney diz: "tecnologia atrapalha mais do que ajuda". A música de hoje é agressão até quando feita para comover. É uma música infeliz. É a história de fracassos existenciais diante de novos desafios. O som da mediocridade que faz coro com o conformismo. Por isso, diz o professor da Unicamp Jorge Coli, talvez seja melhor escutar o silêncio. E será sempre precioso lembrar o verso de Carlos Drummond de Andrade em seu poema "Os lábios cerrados": "nossa existência, apenas uma forma impura de silêncio".

 

 

 

 

Alguém, em sã consciência, saberia justificar por que certas famosidades merecem aparecer tanto na mídia e na internet? O que fizeram de tão importante para o país para serem essas pessoas protagonistas da atenção pública? Como justificar, por exemplo, a presença diária de Sabrina Sato, Xuxa, Fátima Bernardes, Ana Maria Braga, Bruna Marquezine, Neymar Jr, Wesley Safadão, Jojo Todynho, Anitta, Ludmilla, Michel Teló e tantos(as) outros(as)? Por que interessa saber que Lulu Santos descasou e está de namorado novo? Pelo menos uma vez na vida você leitor(a) viu uma dessas pessoas com um livro na mão? Ou fazendo um ato humanitário? O que essas pessoas fazem além de expor o ego e a mediocridade? Será que nunca vão aprender com Boris Pasternak que a fama é reles? Que a vaidade é uma doença? Que elas são vazias e talvez até infelizes mesmo ricas, cheias de ibope em meio a uma máquina cujo marketing tudo faz para que elas sejam exemplo de nada? O que na verdade essas pessoas acrescentam aos menos favorecidos, à galera que baba com sua luxúria? Inveja? Raiva? Complexo de vira-lata? Pena? Vontade de superar a vida difícil e ser igual a elas? O povo brasileiro é assim tão imbecil e subserviente que a nova aliança do novo casamento de William Boner é tão mais importante que as notícias do show de horrores que o Jornal Nacional exibe todo dia? O que cantora como Ivete Sangalo sabe fazer além de cantar, para arrebatar multidões com um repertório já super manjado? Megham Markle, depois que virou duquesa de Sussex, transformou-se numa marionete do reinado da Inglaterra? Por que os trajes esportivos do ditador Kim Jon Un fazem tanto sucesso nas redes sociais? Por que é must seguir a monocelha da modelo greco cipriota Sophia? Por que é um "evento" Grazi Massafera dançar música sertaneja com Luísa Sonza? O que é pior: o "evento" ou a música sertaneja? Ou ambos? Por que a comitiva da candidata Marina Silva furou fila de transporte público em Salvador e isso virou notícia? Para chamar a atenção pela ilegalidade? O que há de tão especial na voz ou no repertório de Luan Santana para o cantor causar tanto faniquito? Por que os melhores intérpretes da música popular brasileira só fazem relativo sucesso? Por que instrumentistas nunca se apresentam em programas do Faustão, do Sílvio Santos, do Gugu, do Datena? Os programas de culinária de masters chefs não são também disputas de egos e shows de humilhações de aprendizes iludidos? O que muda na ordem cósmica ou na vida dos internautas saber que Rodrigo Faro levou "puxada de tapete" após receber convite da Rede Globo? Qual é a importância para o mundo saber que Maísa deu o primeiro beijo aos 13 anos atrás de um arbusto? O que muda na dieta dos milhões de famintos do Brasil uma ex-paquita emagrecer 17 quilos para fazer novela? Mulher comum se inspirar nos looks brancos das famosas faz a mulher comum ficar famosa também? É ilusão ou desespero mulher careca descobrir composto de microsspray capilar e cápsulas de absorção acelerada para voltar a ter cabelos? Por que é tão importante para o país a noiva do jogador Kaká fazer revelações para fãs? Que sentido faz para a massa de sem-casa do Brasil saber que celebridades já dividiram apartamento? Tomar o produto chamado Life Moringa realmente baixa o açúcar no sangue ou é mais uma fake new do marketing da saúde? Que importância tem para o Brasil Thammy e sua mulher Andressa comprarem casa em Orlando? Quem ainda duvida que as redes sociais são a pobreza de espírito de gente que se deixa levar por fofocas, mesquinharias, frustrações, ilusões, simulacros, subterfúgios, banalidades? Ou seria justamente esse lixo o que hoje alimenta o imaginário, a consciência e a libido da sociedade líquida de que fala Zygmunt Bauman, caracterizada por uma vida precária, em condições de incerteza constante, sob um processo contínuo de despersonalização do indivíduo imerso no campo da indiferença existencial, confinado a "relacionamentos de bolso" em que pese o medo do vazio, a incapacidade do homem em lidar com o sentimento de perda submetido ao padrão totalitário de consumo, à necessidade hedonista de ter prazer a todo custo? As redes sociais seriam as bases alienantes do "fetichismo da mercadoria" em que se transformou o processo de comunicação do homem contemporâneo? "Todas as nossas manifestações de apreço ou desdém, diz Ana Macarini, expõem nossa maneira de funcionar em relação à nossa missão no mundo. E o nosso caráter, mais cedo ou mais tarde, se revelará, seja por nossa elevação, falta de escrúpulos ou mediocridade. Expelimos pelos poros o veneno ou o antídoto que brota do núcleo de nossa personalidade original". "Como o indivíduo rejeita a cultura, diz Luli Radfahrer, da USP, ele acaba aceitando aquilo que é banal e ridículo. A rede social reforça a visão preguiçosa da realidade", daí o que Freud chamou de "falência na mediação do outro".

 

 

 

 

Auditor no Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União, Leonardo Sales, também acadêmico pernambucano, depois de selecionar e analisar milhares de letras e sites, chegou a diversas conclusões para justificar que a música brasileira está cada vez mais pobre, banal e simplória, com letras que abusam de palavras repetidas e com poucos e recorrentes acordes nas composições. Afirma ainda, que os responsáveis por isso não são apenas os atuais sertanejos, mas também o rock nacional dos anos 60, o rap dos anos 80 e principalmente a massificação cultural do país, desde o auge do programa do Faustão e Gugu Liberato. Segundo o pesquisador, a música brasileira foi brutalmente simplificada com o advento do rock e da Jovem Guarda e com a mercantilização musical, quando qualquer um transformou-se em astro da noite pro dia. Hoje essa situação piorou horrores, com a multiplicação de "astros" sertanejos. A repetição mais comum é feita pelos funkeiros, o rap, o brega, o reggae e o samba-pagode. Exceções apontadas são, por exemplo, o Legião Urbana e Asa de Águia, pela dinâmica no uso de acordes e agregação do axé, samba, pop rock e Tom Jobim. A bossa nova, que fez 50 anos em 2018, só influencia músico "cabeça".

O especialista Regis Tadeu diz na sua coluna no Yahoo que os estilos musicais constituem "um tsunami de lixo musical inédito na história da música brasileira". "Segundo ele, fatos como Wesley Safadão gravar DVD ao vivo em Brasília", ou "o sujeito completamente despreparado intelectualmente como esse tal de Pabllo Vittar, ao exibir a sua "sofrência", comprovam o quanto a música de péssima qualidade grassa nos espaços midiáticos." O que se ouve hoje, diz o analista, não tem "nada de aproveitável: do tal funk ao pagode xexelento mela cueca e isca de periguete, do sertanejo universitário dor de corno ao tal forró eletrônico, o que se vê e ouve é um tsunami de lixo musical". O cenário se completa com "cantor medíocre, tecladista 'qualquer nota' com tudo pré-gravado", diluindo "a riquíssima e legítima cultura regional do país, mais bailarinas gostosas, rios de dinheiro surgindo de uma extensa agenda de sons baratos e esquemas de divulgação 'esquisitos', com a conivência de um público cada dia mais retardado". Um internauta postou que a maioria da população musical atual constitui "verdadeiros vasos sanitários". A crítica procede. O cantor Jorge, que faz dupla com Mateus, publicou em redes sociais, após o show Vila Mix, em Goiânia, que "nosso meio é podre e eu tenho nojo"; onde há "rixas entre duplas, empresários, competição. A vaidade tá acabando com qualquer coisa boa que restava nesse nosso meio. Hoje você compra tudo. Paga o jabá na rádio, compra a matéria, aparece na TV, por isso muita coisa ruim consegue espaço. Hoje tem artista que não conhece de música, não tem noção de nada". Outro fator empobrecedor da atual música brasileira, diz o doutor em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo, Kleber Mazziero de Souza, veio com a "disseminação da música pela internet", quando também "a música perdeu em harmonia, melodia e nas letras que apresentam erros de construção em temáticas românticas ou que tendem a uma espécie de erotização implícita em jogos de palavras". Somente o funk "Bum Bum Tam Tam", do MC Fioti, 24 anos, nascido em Itapecerica da Serra/SP, já teve um bilhão de views no Youtube. Para a cantora Flaira Ferro, "vivemos num mundo em crise existencial, que se reflete também na música", por isso "a gente não pode ser preconceituoso com qualquer tipo de repertório". É imprescindível, no entanto, como a Bíblia ensina, separar joio do trigo. Contudo, Victor, da dupla Victor e Leo, fez discurso ácido quando afirmou: "Não deixaria meus filhos ouvirem a maioria das músicas sertanejas atuais. Pornografia e sensualidade excessiva em canções não são para criança ouvir". De fato, ouve-se hoje repertório recheado de ostentação, vulgaridade e violência, que não constrói um olhar crítico da sociedade, desvaloriza a mulher, mantém apelação mercadológica e cria um processo de comercialização de atitudes, ideias e comportamentos. Já ninguém faz uma canção como "Deus lhe pague", de Chico Buarque, ou uma "Geração Coca-Cola", da Legião Urbana. Não se identifica na produção discográfica hodierna um "Clube de Esquina".

Não se pode olvidar que também a classe política muito contribuiu para emburrecer o povo brasileiro com um discurso sempre mais do mesmo. Sem mudanças radicais que criem políticas públicas investidas na produção cultural verdadeira, com consciência crítica, a música nacional perderá para sempre suas tradições. O país precisa de um novo reflexo no espelho, como foi para a música o programa do Chacrinha, nos anos 80. E os festivais da Record. Como resume Sérgio Maggio, "somos o que ouvimos. É a nossa identidade".

 

 

 

 

O guru equatoriano Pablo Paucar, especialista em marketing de rede e que ficou muito rico com seu método de trabalho, oferece um curso gratuito na internet que otimiza as oportunidades de fazer negócio sobretudo em tempo de crise. Resume-se, a seguir, o seu labirinto do sucesso.

"É preciso encontrar pessoas para comprar seus sonhos, mas nada vem por acaso: você precisa crer no seu desejo de fazer as coisas acontecerem. Para isso você precisa tornar-se uma pessoa para o sucesso, aprender com quem já tem sucesso, visualizar o que quer alcançar, eliminar os condicionamentos negativos, não permitir que pessoas joguem lixo em sua mente. Para isso também você precisa buscar a informação que falta para abrir caminho certo, usar a mente para perceber e resolver o problema, considerando — sempre — que você pode fazer o melhor, que você pode vencer todos os desafios".

"Ao trabalhar por um resultado ótimo você precisa cortar relacionamentos tóxicos. Resultado é o que você faz que dá certo. Sucesso são ações pequenas repetidas todos os dias. A constância vence qualquer barreira. Para ter qualidade de vida você precisa usar o tempo, a experiência, o saber em função de ajudar outras pessoas".

"Tudo que é importante nos resultados que você alcança deve servir de exemplo. Nas rochas do fracasso sopram os ventos da circunstância. Quando pessoas falam que você ficou maluco é um bom sinal: elas estão percebendo que você está promovendo mudanças em sua vida com persistência, entusiasmo, decisão. O que importa não é a conquista, mas a pessoa que você se tornou. O sucesso não é negociável. No labirinto do sucesso vale a pena pagar o preço da conquista de valores. A vida do sucesso depende do que você faz de suas escolhas. Você planta o que quer alcançar; o importante é saber escolher as sementes. Nós nos transformamos naquilo que pensamos. Por isso sucesso é o detalhe da diferença; é o agir em excelência, o que se consegue com trabalho planejado, disciplinado, persistente. As pessoas que fracassam não têm compromisso nem com elas mesmas. Fracasso é contagioso".

"O fator humano faz uma empresa crescer ou fracassar. Quanto maior for o crescimento interior, maior será o crescimento exterior. Sua realidade presente determina seu futuro. Tudo o que você faz precisa fazer sentido. Você não pode ser o seu próprio sabotador. Você acumula o que seu trabalho determina: saúde ou colesterol, sucesso ou fracasso".

"O perigo está em se acomodar ante a última vitória. Ou estamos progredindo ou andando para trás. É preciso ter meta para ser feliz, para transcender. Você precisa aprender com você mesmo a encontrar soluções. Quantos livros você já leu sobre o que você espera fazê-lo crescer na vida? A formiga nunca para: no verão, ela pensa como conseguir comida suficiente para o inverno. Ninguém fica rico da noite para o dia. Não se é rico por demanda. As coisas não mudam por acidente ou casualidade. Se você quer que as coisas mudem, você tem que mudar. Bem sucedido na vida significa gerar valor para as pessoas".

 

 

junho, 2019

 

 

 

CORRESPONDÊNCIA PARA ESTA SEÇÃO

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