Brasil tem 13 milhões de analfabetos: "Se uma criança não vê ninguém lendo habitualmente já é ruim, porque ela está sempre à procura de modelos que indiquem como o mundo funciona. Se não observa à sua volta uma cultura de leitura, tem menos chances de se sentir atraída por livros" (Susan Neuman). "O analfabetismo é o maior de nossos abismos" (Renato Janine Ribeiro).

Reação à ignorância: "A gente temos que se preocuparmos com o pobrema do aunafabetismo" (Casseta & Planeta). Por mais meio século: "A construção de uma cultura sobre o Brasil passa por um sólida rede de pesquisadores, professores universitários, professores e coordenadores de escolas, psicanalistas, funcionários públicos qualificados, agentes culturais, artistas, jornalistas, cineastas, produtores de audiovisual, diretores e atores de teatro, sindicatos, padres. O domínio cultural absoluto da esquerda no Brasil deverá durar, no mínimo, mais 50 anos" (Luiz Felipe Pondé). Todos pelo rio Jacaré: "Dois dos objetivos: transpor a fase da postura de apenas denúncias, manifestações românticas e espera de um 'salvador' do rio Jacaré para iniciar um tempo de ações consistentes e consequentes em cuidados efetivos. Explicitar e aplicar o conceito de taxas de permeabilidade de solos como base para aproveitar as águas de chuvas na recarga de lençóis freáticos e aquíferos que garantam a saúde e perenidade de nascentes e de córregos e o rio Jacaré o ano todo" (Grupo Ambiental de Desenvolvimento Sustentável - Grands).

Brasil, país surrealista: "A madrinha da escola de samba gaúcha que recebia mensalinho da Petrobras, o conselheiro que cobra R$1,5 milhão em propina parcelada em 10 vezes, o caso patrocinado pela Lei Rouanet, a mudança da rainha Maria I, a Louca para o Brasil colônia já atestavam a nossa predisposição ao delírio" (Alexa Salomão). De Dilma a Temer...: "O calcanhar de Aquiles do sistema autoritário é a sucessão" (Richard Feinberg). Falência do Super-Homem: "De origem nietzschiana, o Homem de Aço ficou careta, enfadonho. Ele nunca pareceu tão deslocado e infeliz" (Sérgio Augusto). Terror do século XXI:"As pessoas aterrorizadas pelo Estado Islâmico não precisam da nossa vingança. Precisam da nossa assistência" (Justin Trudeau).

Função da poesia é universal e cidadã: "Acredito muito na poesia, porque é a origem da consciência democrática. A poesia restitui a presença dos outros e nos faz respeitá-los. Se abandonamos a poesia, que é o que agora sucede, corremos o risco de desvalorizar o espírito democrático" (Yves Bonnefoy). Religião do futuro: "O secularismo é para a religião porque a liberta da violência inerente ao Estado, mas é responsável pela horrível violência em sua breve história. Duas guerras mundiais foram lutadas não por religião, mas pelo nacionalismo secular. Houve o genocídio armênio, perpetrado pelos ateístas Jovens Turcos, e os Gulags de Stalin, de inspiração  secular. O Holocausto mostrou as horríveis falhas do nacionalismo, com sua ênfase na etnia e cultura nacionais. A Irmandade Muçulmana se radicalizou quando o presidente Nasser mandou milhares a campos de concentração nos anos 50, por distribuírem panfletos religiosos" (Karen Armstrong). O cinema, por exemplo, reflete essa realidade: "A alma norte-americana é em essência inflexível, isolada, estoica e assassina" (D.H. Lawrence).

Panfletagem maligna: "Os panfletos espantam pela truculência. Mostram que controvérsias públicas, ao ultrapassarem a barreira do decoro, beiram a fúria paranoica. No Brasil, vivemos, infelizmente, num clima político que evoca esse tipo de beligerância. Ter pontos de vista divergentes sobre justiça e liberdade autoriza o tom fanático das discussões. Falo de atitudes e palavras que buscam socar o ponto de vista do outro até fazê-lo sangrar" (Jurandir Freire Costa).

Literatura atual: "Ela é comercial, produzida para vender. Destaca-se a padronização, com um evidente desprezo pela diferença. Há o culto difuso da "morte do autor", cuja literatura se interessa somente em produzir textos digestivos que sejam consumidos com a rapidez e o descaso de um novo antiácido. Ela se pauta pelo desejo, furioso, de não errar. Escritor agora é "produtor de textos". Ela faz uma devassa da vida íntima, mas sem maiores compromissos. A nova literatura comercial foge do áspero real e de seus impasses, refugiando-se em sonhos inócuos e em fantasias descartáveis" (José Castello).

 

 

 

 

 

Ele é polonês, tem 91 anos, sociólogo, professor emérito da Universidade de Varsóvia e um dos maiores pensadores contemporâneos. Entre suas principais obras que eu li constam Modernidade líquida, A riqueza de poucos beneficia todos nós?, Babel — entre a incerteza e a esperança, Cegueira moral, Vida em fragmentos, O mal-estar da pós-modernidade, Retrotopia  e outros publicados aqui pela Editora Zahar. Segundo Bauman, estamos vivendo as consequências da precariedade, o que significa incerteza existencial, medo do futuro, uma perpétua ansiedade e uma sensação de urgência sem fim, sentindo a queda do nível de bem-estar social, a perda total de confiança na capacidade dos governos cumprirem suas promessas e o dever de proteger os direitos dos cidadãos e atender aos seus interesses, sob um ambiente em que ninguém assume o controle e sob o apanágio de que tudo pode acontecer, mas nada pode ser feito e visto com certeza.

Para Bauman, "vivemos uma crise institucional permanente", com a certeza de que "30 anos de orgia consumista resultaram em um estado de emergência sem fim". Segundo o pensador, "uma vez que somos mercadorias, nos vemos obrigados a criar uma demanda de nós mesmos". Ele cita Winston Churchill: "Democracia é o pior dos sistemas políticos, à exceção de todos os outros". E recorrente a Ulrick Beck, sobretudo, se se contextualizar o mundo via internet e a globalização, diz que "já estamos inseridos numa situação cosmopolita, mas não nos preparamos seriamente para a tarefa extremamente urgente de desenvolver e assimilar a consciência cosmopolita". Para Bauman, vivemos também a "retrotopia" — volta ao passado, ao modo de vida que foi exageradamente, irrefletidamente e imprudentemente abandonado". E acrescenta: "Agora o passado é o credor, porque neste caso a escolha ainda é livre e o investimento é na esperança na qual ainda se acredita", mesmo porque "a esperança é mesmo imortal".

Bauman pensa para o homem e a mulher comuns, que foram deslocados pela globalização e em defesa histórica dos marginalizados, não dos heróis. Ele entende, por exemplo, que se você não está disponível nas redes sociais, não está em lugar algum. E que a tecnologia não vai permitir que você se mantenha distante. Para ele, o mal está onde há mais poder financeiro e político. Com isso ele quer dizer que o tamanho de um país e seu poder econômico e político são muito  mais importantes que o valor de seus habitantes. A isso ele chama de modernidade líquida, que transforma em banalidade não o bem puro e simples, mas o próprio mal. Para piorar, o pensador afirma que hoje não sabemos mais quais são as formas do mal e onde elas estão. Segundo Bauman, agora "a função da dor, de servir de alerta, advertência e profilaxia, tende a ser quase esquecida quando a noção de insensibilidade é transferida dos fenômenos orgânicos e corpóreos para o universo das relações inter-humanas, e assim conectada ao qualificativo moral". Donde a conclusão de L. Donskis, interlocutor de Bauman, de que "um homem decente pode abrigar dentro de si um monstro". Bauman analisa que nossa época é de "escândalo político, caos monstruoso, anarquia catastrófica, tragédia apocalíptica e hipocrisia histérica". E nesse contexto, conforme também Ulrick Beck, "faça as escolhas erradas, e você será punido". E isso significa que "nenhum tipo de impotência política e econômica deve permanecer impune. Não temos mais o direito de fracassar". Agora, "tudo o que faz pensar pressupõe questionar de maneira crítica. Eis a razão de na atualidade a política, que é uma forma de empoderamento, não tolerar a fraqueza".

O pensador pontua que a cultura "é o sedimento da tentativa de tornar suportável a vida com a consciência da mortalidade" e seu motor é "a necessidade de preencher o abismo que separa transitoriedade e eterno, finitude e infinito, vida mortal e imortalidade", de modo a capacitar os mortais para imprimir na eternidade sua presença contínua, nela deixando a marca de nossa visita, ainda que breve". Por isso pode-se aferir que são a inteligência e a sensibilidade que podem prolongar a existência do que merece existir. É aí que está a "renegociação do significado da vida".

Bauman é o pensador ideal para um mundo em (des)construção permanente. É impossível não lê-lo e refletir sobre sua vasta importância e influência no pensamento hodierno.

 

 

 

 

 

A nova ortografia, que na prática ainda não é aceita pelos portugueses, permite leitura subjetiva para além do Acordo assinado em Lisboa em dezembro de 1990, aprovado, no Brasil, pelo decreto legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. É preciso esclarecer que o Acordo é apenas ortográfico, restrito, portanto, à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. O que se busca com o Acordo é a unificação ortográfica, até então diferente, em países como Brasil, Portugal, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor Leste e Moçambique.

Com o Acordo, o alfabeto passa novamente a ter 26 letras, sendo reincorporados o K, o W e o Y, que agora, sem aportuguesamento, voltam a escrever show, kaiser, playground, kung fu, William, Kafka. De fato: se fosse escrita com "c", a palavra Kafka perderia completamente seu mistério, seu jeito assustador como a barata num castelo. Não se usa mais o trema, salvo em nomes estrangeiros: cinquenta, eloquente, equestre, linguiça... Só que sequestro sem o trema perde o seu jeito desafiador de rapinagem. Palavras com ditongos abertos, como "éi" e "ói" também ficam sem acentos nas paroxítonas. Agora se escrevem boia, que parece que vai morrer afogada; colmeia, que parece que ficou sem o favo; debiloide, que dá a impressão de ter perdido a cabeça; joia, que parece precisar de polimento, ou plateia, que parece ter perdido o coral da vaia e a craque do aplauso. Atenção, porém: as oxítonas terminadas em "éis", "éu", "óis" continuam acentuadas: papéis, herói, troféus. A palavra feiura sem o acento até que ficou bonitinha. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em "éem" e "ôo(s). Por exemplo: abençoo parece ter sido profanada; enjoo sem o circunflexo dá a impressão de a palavra estar de ressaca. Ou grávida. Em perdoo, então, mais parece que a palavra não está plenamente convicta do seu ato. Agora você pode ir pelos pelos, que é tudo de um jeito só: sem acento. Agora também você para para pensar que fica tudo assim mesmo. Você pôde como pode escrever essas variações com o acento diferencial. A mesma regra vale para pôr verbo e por preposição. É, todavia, facultativo, o uso do circunflexo para diferenciar forma/fôrma. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? Se você for pronunciar com acento tônico o "a" do verbo enxaguar, então não tem erro. Acentue: enxáguo, enxágua, enxágue etc. Se você pronunciar com "u" tônico, estas formas não são acentuadas: enxaguo, enxagua, enxague etc. No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com "a" tônico. O uso do hífen é digno de muita atenção. Em palavras formadas por prefixos ele é obrigatório: anti-higiênico, mini-hotel, super-homem, proto-história, ultra-humano. Não se usa hífen, no entanto, quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal que inicia o 2º elemento:aeroespacial, anteontem, autoescola, infraestrutura, plurianual, semiaberto. Também não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o 2º elemento começa por consoante diferente de "r" ou "s": anteprojeto, antipedagógico, autopeça, geopolítica, microcomputador, semicírculo, seminovo, ultramoderno. Com o prefixo "vice", porém, usa-se hífen: vice-rei. Quando o prefixo termina em vogal e o 2º elemento começa por "r" ou "s", duplicam-se essas letras: antirreligioso, antissocial, antirrugas, biorritmo, infrassom, minissaia, ultrassom, multissecular. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se hífen se o 2º elemento começar pela mesma vogal: anti-ibérico, anti-inflamatório, contra-atacar, micro-ondas, semi-interno. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se hífen se o 2º elemento começar pela mesma consoante: super-romântico, super-resistente, inter-regional. Nos demais casos não se usa hífen:hipermercado,superproteção, intermunicipal.

Com os prefixos "ex, sem, além, recém, pós, pré", usa-se sempre hífen: além-mar, ex-aluno, ex-prefeito, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, recém-casado, recém-nascido, sem-terra. Em palavras que perderam a noção de composição não se usa hífen: girassol, mandachuva, paraquedas, pontapé. Enfim, deve-se usar hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: capim-açu, anajá-mirim.  A prática ensina com rapidez e eficiência.

 

 

 

 

 

 

"Quem seria crítico se pudesse ser escritor? O crítico vive de segunda mão. Escreve sobre. Não é a crítica que faz viver a linguagem. O crítico torna-se uma personagem por direito próprio. Os seus pareceres e as suas querelas têm um papel público. Os críticos escrevem sobre os críticos. Acabamos por reagir mais intensamente à dor literária do que à desgraça da porta ao lado. As ciências enriquecerão a linguagem e os recursos da sensibilidade;será da astrofísica e da microbiologia que tiraremos os nossos mitos futuros. As ciências redefinirão o nosso meio ambiente, mas há uma maior inteligência do humano em Homero, Shakespeare ou Dostoiévski do que em todo o conjunto de neurologia ou da estatística. Cada geração faz a sua escolha. A leitura é um modo de ação. Convocamos a presença, a voz do livro. Deixamo-lo entrar, ainda que com cautela, na nossa intimidade. Os livros exercem sobre a nossa imaginação e os nossos desejos, sobre as nossas ambições e os nossos sonhos mais secretos, um domínio estranho e contundente. Ler bem é assumir grandes riscos. É tornarmos vulnerável a nossa identidade, a nossa posse de nós próprios. A obra pode possuir-nos tão completamente que, por momentos, sentimos medo de nós mesmos e nos sintamos quase irreconhecíveis. A tarefa da crítica literária é ajudar-nos a ler enquanto seres humanos completos, através de exemplos de precisão, de medo e de prazer. Sem ela, a própria criação poderá soçobrar no silêncio".

"O pintor pinta, não o que vê, mas o que sente. O crítico é um investigador de motivação. Talvez seja possível, diz R.P.Blackmur, que a próxima era não se exprima por meio de palavras, de qualquer espécie que seja, porque essa época poderá não ser letrada no sentido em que o entendemos: "perecer pelo silêncio" - uma civilização que os olhos de Apolo já não olham não pode durar muito mais. O poeta faz da palavra uma muralha contra o esquecimento. Somos todos cúmplices do que nos deixa indiferentes. Os grandes poetas e prosadores enriqueceriam não só o gosto ou o estilo, mas também a sensibilidade moral, desenvolvendo a capacidade humana de julgar e agir contra a barbárie, assimilando pensamentos nobres, sutis e profundos, sentimentos elaborados e dignos, pois a verdade é que a literatura é a fonte e a essência de uma cultura autenticamente humanizadora. Kierkegaard: "Não vale a pena recordarmos um passado que não possa tornar-se presente". Um livro tem de ser uma picareta de gelo que quebre o mar gelado dentro de nós (Kafka). Tudo o que se possa imaginar pode acontecer. A espetacular função 'totalizador' da política moderna e dos fatos econômicos, a velocidade e a força impressionantes com que se instalam nos nossos cérebros e nos nossos nervos através da reprodução instantânea, o jornalismo nervosamente esgotante da nossa faculdade de estabelecer distinções da nossa reação imaginativa- tornou-se um lugar comum. Uma língua viva é a aventura mais alta de que o cérebro humano é capaz. A leitura provoca uma "solidão essencial". O genocídio é o crime supremo porque esvazia o futuro, porque arranca uma das raízes sobre as quais a história cresce. É impossível que o perdão tenha sentido porque é impossível a reparação. A estética torna as coisas toleráveis. O poeta é historiador do inconsciente. Quando uma sociedade não possui no seu interior uma literatura contemporânea importante nem o exercício paralelo do questionamento crítico, o espírito — e o espírito inclui a memória — não vive completamente. Uma comunidade capaz de avaliar e ecoar o que é radical e sério na arte está hoje a sofrer um processo de erosão continuado pela semicultura da comercialização das ideias e dos jornais de domingo".

 

[George Steiner nasceu em Paris, em 1929. Iniciou a carreira na Universidade de Princeton, mas atuou ou atua em Yale, Cambridge, Oxford, Genebra, Nova Iorque, Harvard. Em 1998, recebeu o Prêmio Truman Capote relativo à sua obra. Atualmente, é professor de Literatura Comparada em Oxford e Cambridge. Escreve para as principais publicações do mundo. As reflexões aqui cotejadas são do seu livro Linguagem e silêncio — ensaios sobre a literatura, a linguagem e o inumano (Portugal: Gradiva, 2014, 614 páginas.]

 

 

 

 

 

Einstein (1879-1955) dizia que toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil, e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos. A ciência não tem resposta para todos os fenômenos. E, como disse Isaías (59, 9), muitas vezes esperamos pela luz, mas contemplamos a escuridão. Por isso, tem toda razão o adágio que diz: É melhor acender uma vela do que praguejar contra a escuridão. Em muitos casos há dúvidas que a ciência não explica, sobretudo, quando as evidências são precárias. Nem sempre o simplismo convence sobre a complexidade do universo. Há uma Atlântida da Nova Era que afirma a existência de uma "lendária civilização de ciências avançadas", mas nenhuma confirmação de ter sido encontrada pelos humanos, mesmo com o registro feito por Platão. Muitos relatos da ufologia afirmam existir civilizações extraterrestres, anos-luz mais avançadas tecnologicamente que a mais adiantada evolução na Terra, porém, sem nenhuma prova cabal. O fato irrefutável, no entanto, é que o homem precisa de respostas para ser feliz. E isso só é possível quando ele pesquisa, especula, experimenta, ousa, questiona o desconhecido para conhecer melhor sobre a própria natureza. O homem precisa estar sempre atento e consciente de que, diria Thomas Gray, quando a ignorância é felicidade, é loucura ser sábio. "É desanimador, questiona Carl Sagan, descobrir a corrupção e a incompetência governamentais, mas será melhor não saber a respeito?".

O que dizer, a propósito, das dezenas de religiões e seitas que especulam desde a identidade de Deus à salvação da alma? É sabido, diz Sagan, que o nível de ensino público da ciência e da tecnologia é um sinal importante do grau de realização científica, por ser uma questão global para o desenvolvimento econômico, o avanço científico e o progresso da sociedade. A sabedoria está em compreender as nossas limitações, pois o homem, ensina William Shakespeare, é um ser leviano. E é aí, pois, que entra o rigor cético e austero da ciência. É aí que muitas questões ficam sem respostas.

Qual é a constituição biológica da nossa consciência? Quem "montou" — e como! — o monumento de 13 metros de Stonehenge, situado em Salisbury Hill, Inglaterra, há cinco mil anos? Onde está o elo perdido, famoso fóssil procurado por arqueólogos, que explicaria muita coisa sobre a evolução humana? Se apenas 5% de tudo que existe no universo constitui a matéria da qual estrelas e galáxias são feitas, o que fazem os 95% restantes? O que dizer da inscrição D-Ouosvavv-M encontrada em monumento em Shugborough, Staffordshire, no Reino Unido? Igualmente muito misterioso e provocante são as cifras de Beale, três textos codificados encontrados em um tronco que pertencia ao aventureiro Thomas Jefferson Beale, por volta de 1820, cuja decifração poderia indicar a localização de um provável tesouro científico na região de Bedford, Virgínia.

O que dizer das quase mil estátuas com forma de cabeça humana na ilha de Páscoa, Chile, cujos tamanhos variam de 2 a 10 metros e pesam em média 13 toneladas cada uma? Quem as fez e as colocou em pé entre os anos 1250 e 1500? O que querem dizer os 45 símbolos gravados no disco Phaistos, descoberto na Grécia em 1908? O que justifica a chamada maldição de Tutankámon que durante doze anos que se seguiram à descoberta da lápide deste faraó, dezenas de arqueólogos e pesquisadores ligados a esse projeto morreram? E as linhas de Nazca no deserto peruano, que datam de 300 a.C. a 800 d.C., cujo mistério perdura até hoje? O que dizer também do zumbido em Taos, pequena cidade no Novo México; da chuva de girinos em Dozaci, na Sérvia, e de aves e peixes no Japão? O que dizer do Triângulo das Bermudas, onde ainda hoje desaparecem aviões e embarcações? Até hoje ninguém descobriu o significado das bolas de pedra medindo 2,5 metros de diâmetro, esculpidas há centenas de anos a.C., descobertas na Costa Rica. De que são feitos os buracos negros? Enquanto houver dúvida e busca de resposta haverá esperança de solução para o homem.

 

 

dezembro, 2016

 

 

 

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