Em órbita

 

O poeta

Gira

 

Em torno

Da pauta

 

Feito

Espaçonauta

 

 

 

 

 

 

Pretexto

 

Basta uma lua

E vira uivo

O verso

 

Basta um vinho

E vira verso

A uva

 

Basta um verso

E vira vasto

O resto

 

 

 

 

 

 

Quadrilha do Lago

 

o poeta

canta

a pedra

canta

o sapo

canta

a donzela

cai no papo

o poema

pede silêncio

 

 

 

 

 

 

Papelão

 

O eu lírico

Passa

 

Por isso

Mesmo:

 

Nós a esmo

 

 

 

 

 

 

Idioma

 

Partiu-se

A redoma:

 

O amor

Não morreu

Mas entrou

Em coma

 

 

 

 

 

 

Elétrica

 

Estou meio

Louca

 

Estou meio

Emotiva

 

Estou toda

Loucomotiva

 

 

 

 

 

 

Estrelado

 

Na gema

Do poema

O poeta

Geme

Às claras

 

 

 

 

 

 

Extravio

 

Não lavro 

sem desvio

 

Se não acho 

o atalho:

 

Silencio.

 

 

 

 

 

 

Migalhas

 

Seria patético

Não fosse

Poético:

 

Não adianta

Mendigar

Atenção

 

Quem exibe

Sua pena

É pavão!

 

 

 

 

 

 

A quem doer

 

Recuso

Qualquer

Codinome:

 

Poema

Não tem

Sobrenome

 

 

 

 

 

 

Dados pessoais

 

Prefiro jogar

Limpo

Do que lavar

As mãos

 

 

 

 

[imagens ©mo]

 

Cris de Souza é poeta de Vila Velha, no estado do Espírito Santo. Bibliotecária deformada. Freelance. Polipolar.