NOVO BRUTALISMO: a primeira vez que o termo surgiu foi em 1953, num artigo da revista britânica The Architectural Review, aliando a expressividade da ARTE BRUTA e as novas possibilidades que Le Corbusier fazia do Béton Brut (Concreto Bruto/Betão Bruto). O casal inglês Alison e Peter Smithson apropria-se do termo, e funda um movimento para trabalhar a ideia de numa nova arquitetura, que não esconde as suas estruturas nem o uso de materiais específicos e, tampouco, o objetivo de um estilo vigoroso, preciso e claro para projetos habitacionais sociais (escolas, hospitais, etc.), necessários para a Inglaterra, após a Segunda Guerra Mundial. O NOVO BRUTALISMO foi um movimento com projetos arquitetônicos funcionais, eficazes e integradores das ideias iniciais do MODERNISMO, com o funcionalismo da ESCOLA DE CHICAGO e as aspirações sociais do ESTILO INTERNACIONAL. O NOVO BRUTALISMO tem um objetivo maior, que é levar ao máximo a expressividade natural do concreto, do tijolo, vidro, não se importando com os detalhes do refinamento e sofisticação. As edificações devem deixar à mostra seus materiais, bem como as técnicas aplicadas. Teve influência internacional, perdurando até os dias de hoje. Artista e obra: Jack Lynn e Ivor Smith (abaixo).

 

 

NOVO BRUTALISMO: imagem do conjunto de blocos habitacionais Park Hill, Shefield, Inglaterra, 1961, de autoria dos ingleses Jack Lynn e Ivor Smith.

 

 

OP ART: o termo OP ART (uma abreviatura de OPTICAL ART, em contraponto à POP ART) foi usado inicialmente em 1964, pela revista Time, para descrever um tipo de arte nascente, no qual o objetivo principal é causar efeitos óticos nos espectadores. Dialogando, e incorporando-se mais tarde, com a mídia, design, publicidade, etc., os artistas da OP ART, propuseram obras que enfatizam os olhos e a ilusão de movimento (nisso a OP ART tem certo parentesco com a ARTE CINÉTICA), alterando a percepção humana. Rearranjando efeitos e combinações entre cores e sombras, claros e escuros, trânsitos entre figuras e fundos, principalmente contrastes tonais, com abordagens científicas, cuja técnica se baseava na matemática, a OP ART trabalhou em grande escala as padronagens geométricas, uma de suas principais características. Victor Vasarely, artista principal da OP ART, acreditava que "vivenciar a presença de uma obra de arte é mais importante do que compreendê-la". Ele deu o título de ARTE CINÉTICA às suas pinturas baseadas na ilusão multidimensional, expressando muito mais o movimento virtual que o movimento real. Artista e obra: Victor Vasarely (abaixo).

 

 

 OP ART: imagem da pintura "Veja-Gyongiy-2", de autoria do franco-húngaro Victor Vasarely, 1971.

 

 

ORFISMO/CUBISMO ÓRFICO: o poeta e crítico francês Guillaume Apollinaire, em 1913, em plena Paris, criou o termo ORFISMO/CUBISMO ÓRFICO (em referência a Orfeu, cantor, tocador de lira e poeta da mitologia grega, no que o simbolista Apollinaire estreitou a reflexão da musicalidade nas artes plásticas, notadamente na pintura) para diferenciar os artistas cubistas de outros artistas do próprio CUBISMO (analítico e sintético), cuja tendência órfica apresentava uma fragmentação maior em relação à cor, em suas relações rítmicas e composições quase abstratas. O ORFISMO/ CUBISMO ÓRFICO, nas palavras de Apollinaire "É a arte de pintar novas estruturas cujos elementos não foram tomados de empréstimo à realidade visual, mas totalmente criados pelo artista e dotados por ele de uma realidade plena (...) E um significado sublime, ou seja, o tema". Os críticos e historiadores consideram o ORFISMO/CUBISMO ÓRFICO pioneiros na abstração da cor, todavia, o movimento teve vida breve (durou até 1914), quando do final do debate conceitual entre Robert Delaunay (inventor do termo SIMULTANEISMO, na procura da pintura pura) e Apollinaire, que insistia em taxar a pintura órfica de Delaunay de futurista. O movimento exerceu muita influência nas artes. Artista e obra: Robert Delaunay (abaixo).

 

 

ORFISMO/CUBISMO ÓRFICO: imagem da pintura "Formas Circulares, Sol Lua" (Sol e Lua, simultâneo nr. 2),

de autoria do francês  Robert Delaunay, 1913 [na tela está inscrita a data de 1912].

 

 

RAOINISMO/RAÍSMO: o termo surgiu na Rússia em 1913, criado pelos pintores-designers Mikhail Lariônov e Natália Gontcharova. Com fortes influências do FUTURISMO (a questão do movimento), do CUBISMO (as formas partidas) e o ORFISMO (as cores ricas), trabalharam os aspectos centrais da luz e da cor, criando um método, no qual a aplicação de linhas diagonais entrecruzando-se representam os "raios" que, de acordo com o casal, aconteciam de maneira dinâmica, quando a luz refletia-se tanto na superfície de um objeto quanto entre eles. Dessa maneira, podia-se ter um número infinito de raios refletidos. E isso tendia para o ABSTRACIONISMO. A ideia é criar um espaço de puro movimento e luz, a partir da representação dos raios ao se usar linhas diagonais de tinta aplicada na tela, riscando toda a superfície pictórica. A decomposição da imagem em formas de raios está bem próxima também das experiências de Paul Signac e seu DIVISIONISMO. Pretendiam criar uma ARTE ABSTRATA mais completa e plena. Publicaram um manifesto em 1913, porém o movimento teve vida curta: de 1911 até meados de 1914. Desenvolveram atividades na pintura, teatro e capas de revistas. Influenciou a geração seguinte de artistas russos de vanguarda. Artista e obra: Natália Gontcharova (abaixo).

 

 

RAIONISMO/RAÍSMO: imagem da pintura "Floresta Azul e Verde",

de autoria da russa Natália Goncharova, 1913.

 

 

 

dezembro, 2015