©julio mendonça, 1997 | arte final: julio mendonça e neon cunha
 

 

 

 
 

 

 

 

[2012]







[2002, Julio Mendonça e Leonardo Pires Mendonça | Arte final digital: Marcello Monte Mór]







~



é como quando temos que

mudar de assunto, de página,

de linha


um sentido espera

se


não pode ser pós-fixado

nem prefigurado


as asas de uma borboleta batem e

colorless green ideas sleep furiously


o rio corre pra cima

a rua muda em cinco

a chuva desfaz-se em vento



[2010]



Citações

"colorless green ideas sleep furiously" [Noam Chomsky]

"O rio corre pra cima

E a chuva desfaz-se em vento" [Zé Euzébio]

"Faço uma rua mudar-se em cinco becos" [Domingos Fonseca]








[1986]








[2005]







preito tardio por meu pai



pedra sobre terra

sobre sua carne apodrecendo


indigno

escrever a respeito de quem

tudo calará?


não me verão prantear

o que era humano

no não-humano —

húmus


alguém que, invendável,

viveu vendendo a vida;

sem me apontar o rumo,

premiu o prumo


seu legado —

um grão, fermento

pelo pão, não pela glória



[2006 – 2010]







SIRVENTÊS SELF-SERVICE



birthday do fedelho

party-apartheid

debut de bode

upgrade dégradée

déficit de likes

wedding and trading

budget indigente

férias de selfies

bodas de botox

fé em fake news

spoiler déja vu

fede no deadline

[2017]







[2021 | Arte final digital: Anderson Gomes]








[Arte final: Julio Mendonça e Sonia Fontanezi]

 

                  

 

 

 

 

 

 

 

 


Julio Mendonça é poeta, doutor em Comunicação e Semiótica e coordena o Centro de Referência Haroldo de Campos, na Casa das Rosas. Foi o curador das exposições Esdrúxulo! 100 anos da morte de Augusto dos Anjos e As ideias concretas — poesia 60 anos adiante (juntamente com Reynaldo Damazio) e organizou os livros Poesia (Im)Popular Brasileira e Que pós-utopia é esta?. Foi um dos organizadores da I Jornada Internacional de Poesia Visual: Pesquisa e Criação. Publicou o livro Democratizar a participação cultural e as plaquetes De 'A' a Zukofsky e Poesia, memória e o presente que nos arrasta, além de poemas em veículos como Folha de S.Paulo, revistas Artéria, Atlas e Errática, entre outros.

 

 

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