[Comissão organizadora da Semana de Arte Moderna de 1922. Entre eles, Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, que aparece em primeiro plano. Foto: Reprodução/TV Brasil]
 
 
 
 
 
 
 

Muito se fala e se estuda sobre a Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo de 11 a 18 de fevereiro de 1922. Tal movimento assumiu importância fundamental para o futuro da Literatura, da Música e das Artes Plásticas no Brasil.

Era o fim e o início de períodos históricos no contexto da cultura brasileira no século XX.

Visualizada há 100 anos, fica difícil imaginar o impacto causado pelo Movimento Modernista sem que se leve em conta o cenário conservador que era vivido no Brasil.

Os modernistas eram vistos como um grupo de jovens inconsequentes e, no entanto, hoje são os poetas, escritores, músicos e artistas plásticos considerados avançados para a época.

Da Semana de Arte Moderna constavam da programação os nomes de Guiomar Novaes, Lucília Guimarães Villa-Lobos, Fructuoso Villa-Lobos, Heitor Villa-Lobos e Alfredo Gomes — ligados à música; na Literatura: Agenor Barbosa, Cândido Mota Filho, Guilherme de Almeida, Luís Aranha, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Renato Almeida, Ribeiro Couto, Ronald de Carvalho e Sérgio Milliet; e na pintura: o grande mentor intelectual da semana, Di Cavalcanti, e Anita Malfatti, Ferrignac, Martins Ribeiro, John Graz, Martins Ribeiro, Oswaldo Goeldi e Zita Aita; nas Artes Plásticas com Victor Brecherete na Arquitetura com Antonio Garcia Moya.

Modernos também foram no Recife, Pernambuco: o poeta Manuel Bandeira, o poeta e pintor Vicente do Rego Monteiro e o pintor Cícero Dias. Alberto da Veiga Guignard, pintor, em Belo Horizonte/MG.

No Rio de Janeiro, metrópole cultural e centro das decisões políticas, as manifestações aconteciam e eram vários os nomes que despontavam no cenário dos anos de 1920: Lima Barreto, Cecília Meireles, Gilka Machado, Bidu Sayão, Roquette Pinto, Pixinguinha e outros.

Se nos remetermos aos estudiosos da Semana de Arte Moderna e perguntarmos o que o movimento representou, especificamente para a Literatura Brasileira, vamos encontrar a seguinte resposta:

"O movimento representou uma grande renovação na linguagem, na busca pelo experimentalismo e na ideia de um novo momento da criação seja nas letras como nas artes em geral. E, em relação ao contexto da época, o momento brasileiro era pleno de problemas de caráter social, político, econômico e cultural".

Abandonando os antigos dogmas estéticos, os modernistas projetaram —naqueles anos de 1920 até os anos de 1950 — novos rumos para as artes no Brasil.

Em Minas Gerais surgiram poetas como Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura, Pedro Nava, Martins de Almeida, Abgar Renault, Milton Campos, Gustavo Capanema e João Alphonsus de Guimaraens. Em Cataguases, tivemos Ascânio Lopes, Rosário Fusco, Guilhermino César, Oswaldo Abritta e outros; em Poços de Caldas, Jurandir Ferreira.

A partir do Modernismo conseguimos presenciar — dos anos de 1950, chegando ao ano 2000 e neste início do século XXI — a ousadia do Movimento Concretista na literatura; o Tropicalismo na música, nas artes plásticas e arquitetura. Na poesia, encontramos o Poema/Processo no final dos anos de 1960; o Poema Visual no início dos anos de 1970 até os dias atuais, englobando a Arte Postal, a Poesia Digital, a Poesia Sonora e tudo o mais que a arte e a tecnologia proporcionaram e proporcionam para consolidar a criatividade e a imaginação dos nossos escritores/criadores.

 

 

março, 2022

 

 

 

Hugo Pontes é professor, poeta e jornalista.


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