@f. lemos
 
 
 

 
 
 
 

No tocante em que o homem está sujeito a transformações sociais, ele corre à busca por respostas substancialmente rigorosas e vive cheio de angústias diárias. Este hábito talvez seja uma das experiências mais tensa que nos coloca em um ambiente desafiador, a nossa consciência. Ter consciência de momentos tão importantes leva-nos as diferentes reações emocionais. A complexidade da mente humana pode acolher diálogos salientando diferentes abordagens que permeiam como inquietações da vida e do que há por vir.

Essa talvez seja a sensação mais misteriosa e impactante que leva a um fluxo constante de informações cerebrais para identificar realidades. Ter consciência é saber identificar a realidade e com isso o ato de pensar oferece uma leitura da nossa própria existência e discussão de vários sentimentos que supostamente podemos sentir a respeito da própria vida, da natureza e o pensar no destino da vida nos leva a reconstruir o nosso ponto de vista a respeito da nossa identidade existencial.

A existência, como o modo de ser de o próprio ser humano, permite possibilidades de compreensões mais radicais pautadas na fenomenologia. Há uma diversidade de existências, isto é, vidas e pessoas, como já dizia a saudosa Clarice Lispector (1920-1977) em seu livro de contos lançado postumamente — A bela e a fera (1979) ".... Cada pessoa é um mundo, cada pessoa tem sua própria chave e a dos outros nada resolve; só se olha para o mundo alheio por distração, por interesse, por qualquer outro sentimento que sobrenada e que não é o vital; o "mal de muitos" é consolo, mas não é solução...". Eis o paralelo entre o existir e o viver onde os resultados são demonstrados por meio de códigos e ressignificações de sentidos mais latentes do existencialismo na dinâmica da vida.

A ciência que historicamente resultou na multiplicidade de áreas é base da prática científica para a observação de fenômenos, testagem de hipóteses, aplicação de métodos e busca de respostas para os por quês da vida e reflexão acerca dos fenômenos da natureza.

A poesia entre o mundo e o sujeito, o saber viver e o existir, a dimensão da magnitude social, cultural e científica, manifesta-se entre as faces das necessidades. O que já existe nos remete ao que possivelmente poderá sofrer transformação. É assim que Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) ao observar o comportamento do gás oxigênio, tão vital para a existência humana, em suas experiências estabelece a Lei da Conservação da Massa "a massa total dos produtos é sempre igual à massa total dos reagentes". No sentido literal, numa reação química sempre haverá o início e o fim, e a matéria sendo transformada, modificada... A identidade existencial apresenta-se nos cursos poéticos da vida humana tendo o ser humano como o protagonista da própria história e existência. É nesse sentido que surge a pergunta: qual a importância disso?

O homem aprendeu técnicas de produção e sobrevivência, e à medida que avançava em conhecimento, as perguntas foram deslocadas para a nossa tendência de tomar diariamente decisões sobre pessoas, sobre nossas atitudes, comportamentos, sentimentos e emoções. A existência e o imaginário como possibilidade de ser ou não ser. Por mais complexa que seja a representação da mente humana, viver é uma condição ontológica do humano e o seu tempo.

A compreensão fenomenológica existencial da vida produz momentos de vazios e silêncios, os problemas são expostos e os pensamentos são estruturados conforme as situações. O indivíduo, na sua vivência, é convidado a todo momento à busca de respostas. Os seres humanos são expoentes da própria existência, suas realizações são institucionalizadas e enquadram-se em ressonâncias diferentes, frente às crises e aos conflitos cuja experiência humana pode experimentar. A existência dentro de uma vida singular, única e particular com as vontades próprias, interesses, sentimentos e dores faz desse ambiente um lugar muito íntimo, limitado e aparentemente agradável. A vida pode ficar nostálgica quando revela a existência que ficou no passado, tensa com o presente e preocupante com o futuro.

 

 

///

 

 

Declaração de conflito de interesses

Não há conflito de interesses que possam estar relacionados com este texto.

 

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

 

Referências

LISPECTOR, C. A bela e a fera; contos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1979.

 

 

setembro, 2022

 

 

 

Débora Silva Santos é licenciada em Química (UEMA), Mestra e Doutora em Nanociência e Nanobiotecnologia pela Universidade de Brasília (UnB). Poeta, teve o seu poema intitulado "O Combate" publicado no livro Corações Libertários pela editora Tagore e premiado com Menção Honrosa em concurso literário nacional promovido pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Foi premiada também na categoria de Aldravias no II Concurso de Novos Talentos da Literatura promovido pela Universidade Regional de Blumenau. Atualmente é Professora e Pesquisadora (FAPEMA) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA).

 

 

::  revista  ::  uns  ::  outros   ::  poucos  ::  raros  ::  eróticos&pornográficos  ::  links  ::  blog  ::