III

 

[SEXTYNAMANTE]

 

QUEM me dera namorá-la!

Trata-se de linda puta

que há perto de casa.

Por um tostão dá a bunda,

a boceta dá de graça.

Mas comigo não quer nada.

 

Todos comeram-lhe a bunda

e a mim nunca deu nada.

Sozinho, sonho c'a puta

e bato punheta em casa.

Porém isso não tem graça.

Quero mesmo é namorá-la.

 

Ay, já não penso em mais nada!

Quando vejo minha puta,

gostosa, cheia de graça

no pé, na teta, na bunda,

imploro p'ra namorá-la

e foder seu cu em casa.

 

Noite e dia trepa a puta:

anal, oral, grupal, nada

recusa; mas namorá-la...

Só com três picas na bunda

Geme e diz, cheia de graça:

"Sou dos caralhos a casa".

 

Não me vende nem a bunda.

Para ela sou um nada

que jamais vai namorá-la.

Casório propus à puta:

vida boa, luxo, casa...

Ela ri, achando graça.

 

D'outras porras mama a puta,

comigo ela não se casa...

"Ser esposa não tem graça

e a mim não falta nada".

Fala, empinando a bunda.

'Inda hei de namorá-la!

 

Nada muda: vejo graça

na bunda da que não casa!

A puta? Vou namorá-la!

 

 

22/11/2004

 

 

VI

 

[SEXTYNARREGANHADA]

 

 

NINFOMANÍACAS, ninfetas, ninfas,

c'as cricas vomitando linfa linda,

como ventosas que, em fúria, pulsam.

Carnudas, peludas, pretas, rosadas,

lisas, suadas, de porra molhadas:

todas têm febre que só curra cura.

 

Esquecendo do cu, paixão sem cura,

cantarei a funda fenda das ninfas,

xoxotas sempre de tesão molhadas,

que fazem a mocréia ficar linda

e as cabeças dos cacetes rosadas,

pois para arrombá-las crescem e pulsam.

 

Após serem comidos, os cus pulsam:

estrelas em suas dores sem cura.

Já as bocetas não, ficam rosadas

e logo se fecham, como se a ninfas

virgens pertencessem; é esta linda

química que as faz gordas e molhadas.

 

O que fazer p'ra que estejam molhadas?

Meta dez dedos: verá como pulsam.

Chupe as tetas, chame a dona de linda,

prometa-lhe que um pinto tudo cura,

lamba - cheire! - as rosquinhas das ninfas,

e alise sem dó as carnes rosadas!

 

Aos treze, apertadas e rosadas,

mal agüentam um pau, mesmo molhadas.

Tempo e trolas arregaçam as ninfas...

Com menos de três, felizes não pulsam

xotas que sabem dos males a cura:

a maior das picas, não a mais linda!

 

Bocetinha de biquíni é linda.

Já o jeans modela as carnes rosadas.

Se ficar inchada ou quente, há cura:

saias sem calcinha, línguas molhadas...

Até nas calças apertadas pulsam

fortes os grelos vermelhos das ninfas.

 

Ninfas se coçam as vaginas - linda

cena! - que, doridas, pulsam rosadas,

de batom molhadas: vacas sem cura!

 

 

15/04/2005

 

 

[Poemas do livro Llama de amor  viva: Sextynas]

 

 

(imagens ©aldo palazzolo)

 
 
 

Joaquim Estevez da Guarda. Português, nascido em Obidos, no ano de 1947 e emigrado para o Rio de Janeiro em 1996. Cursou Letras Clássicas no Porto, tendo se destacado por sua dissertação acerca do erotismo presente no romanceiro oral da tradição portuguesa. Traduziu vários poetas, dentre os quais Sextus Propertius, Guido Cavalcanti e Abu-Nuwas. Autor de Llama de amor viva: Sextynas (Porto, Portugal: Cadernos do Subsolo, 2007).

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