Névoa, de Miguel de Unamuno [Tradução de Fabiano Calixto]

 

Quixotesca obra-prima de Unamuno funde ficção e realidade em narrativa vanguardista

 

Considerada a obra-prima metalinguística para a qual convergem todos os estilos literários praticados pelo escritor, filósofo e ensaísta Miguel de Unamuno ao longo de sua vida, esta aventura picaresca questiona a finitude da vida e pinta um retrato comicamente desesperador da luta entre o homem e seu destino. Névoa representa mais uma incursão das letras espanholas no terreno do Cervantes de Dom Quixote (1605) e do Calderón de la Barca de A vida é sonho (1636), dissolvendo a fronteira entre realidade e ficção. Dom AugustoPérez acredita viver em um mundo indefinido e nebuloso após a morte de sua mãe, até que um doce par de olhos femininos cruza seu caminho. Tem início, então, a perseguição da mulher ideal — aquela que irá "sonhar com ele o mesmo sonho" —, um verdadeiro jogo de forças que lembra as partidas de xadrez que dom Augusto trava no clube com seu melhor amigo. É com ele que dom Augusto aprende o conceito da nivola, que permeia toda a história: um novo tipo de novela escrita por seu confidente, em que o enredo, formado basicamente de diálogos, se faz à medida que se escreve, sem roteiro definido, e no qual predomina a farsa. Tomado pela frustração, o herói unamuniano duvida de sua própria existência, sem saber que, mais do que existir, é sonhado por um outro alguém.

 

Tradução: Fabiano Calixto • 256 páginas • R$ 41,00
Apresentação: Rubia Prates Goldoni
Editora Estação Liberdade
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