O sal das rosas,
de Bárbara Lia Sobre a autora Bárbara Lia é professora
de História e escritora. Nasceu em Assai, norte do Paraná, e vive
em Curitiba-PR, com os filhos Paula, Tahiana e Thomas. Publicou poemas
no jornal Rascunho, Garatuja, Mulheres Emergentes, Revista Etcetera,
Revista Coyote, Ontem choveu no futuro. Na Internet, tem textos publicados
na Zunái, Cronópios, Blocosonline, Editora Ala de Cuervo, entre outros.
Finalista do Prêmio Sesc de Literatura 2004, com o romance Cereja
& Blues e, em 2005, com o romance Solidão Calcinada.
Em 1997, recebeu menção honrosa no Projeto Orpheu da UBE-RJ (crônica).
Finalista dos concursos de poesia Leminski (2000) e Pinheiro do Paraná
(2002). Publicou os livros de poesia O sorriso de Leonardo
(Curitiba: Kafka Edições Baratas, 2004); Noir (Curitiba: Ed.
independente, 2006) e O
sal das rosas (São Paulo, Lumme Editor, 2007).
Sobre o livro A POESIA DO PERTENCIMENTO
DE BÁRBARA LIA Quando eu disse à poeta
Bárbara Lia que percebesse, mediante circunstâncias singulares, o
que realmente fazia sentido e que se traduzia em um sentimento de
pertencimento, minha intenção era que estimasse tal noção partindo
de critérios avaliativos subjetivos, ou seja, do que fosse mais verdadeiro
e autêntico em sua vida e projeto literário; e não pensei que ela
levasse tão a sério aquelas palavras. Qual não foi a minha surpresa
quando me deparei com o poema que abre este O sal das rosas, cujo título
é "O que me pertence". Somos assim, e que bom,
movidos algumas vezes pelo verso do outro, por palavras escritas ou
proferidas em algum momento, em alguma luz ou treva, e que o atento
escriba sabe captar em suas faixas, para irradiar na sintonia de outros
canais. Afinal, o que mais nos pertence, além da extensão de nós mesmos
e de nossa alma? Algo como os filhos, por exemplo; ou a própria literatura,
porque viaja nessa dimensão, do pertencimento mágico ao real,num movimento
pendular entre o que temos e somos e o que anelamos e projetamos. E, afinal, o que não nos
pertence? Algo que nos escapa ou no qual não nos encaixamos, este
sentimento de não-adequação tão comum à própria noção de não-pertencimento.
E a quê? A tantas coisas inumeráveis, situações e coisas não-poesia.
O projeto de Bárbara Lia
continua, ainda que na contramão das coisas não-poesia, das condições
não-pertencimento, contrapondo-se justamente pelo viés do autêntico
e do verdadeiro, do que mais lhe pertence. E aqui, neste O sal das rosas ela os apresenta,
como se vê, na maioria dos poemas, seja através do "riso dos filhos",
dos amores e dores, ou do seu constante exercício de pensar e reescrever
o mundo de suas leituras e diálogos, indissociáveis, de todo modo,
de suas identificações ideológicas, passionais e de sua busca constante
pelo ideal humanista. Márcio Davie Claudino Curitiba, verão de 2007. Título: O Sal das
Rosas Capa: Eduardo Jorge |