/ Galeira 3

 
 
 
 
 
 

"Bandeira", 2003, 20 x 30 cm, óleo sobre tela
 
 
 

"Corre a idéia de que a arte contemporânea deixou de se apresentar como acessível e decifrável. Que supor, então, de obras produzidas por um artista ilustrado, familiar dos clássicos e experiente com as palavras? Seria algo enigmático, fronteiriço ao oculto, quase incognoscível? Longe de uma estética normativa* e próxima da inquietude e do inconformismo — esta a obra de Enio Squeff. Por vezes estranha, outras tantas quase errática, Enio tem a maturidade dos que sabem manejar elementos da sintaxe pictórica e propor idéias mais além da pintura(...). (...) ressalta disso propor não conhecê-lo em tudo, mas antes acercar-se de sua obra por um viés mais fácil — o da contemplação. Há, enfim, que se atingir o público (...) pelos sentidos, antes que qualquer outra coisa".

 

*(segundo a idéia do filósofo e crítico de arte, Gerd Bornheim falecido em 2002, aos 72 anos)

 

Gilberto Habib Oliveira, em Longe de uma estética normativa
 
 
 
"Pin up", 2001, 137,5 x 98 cm, óleo sobre tela e madeira
 
 
 
"(...) Enio Squeff é um pintor que trabalha na tangente. Na maioria, suas pinturas são gestuais, coloridas, aparentemente feitas em alta velocidade com ascendência no fauve e no pop. A impressão é reforçada pelas molduras pintadas como se ele quisesse extravasar o espaço, saltar para fora do quadro. Mas, depois de convivermos um período com essas telas, vamos percebendo que não há aqui nenhum traço de exibicionismo, nenhuma ousadia barata, nenhum show off. Squeff busca uma densidade, uma concentracão que o distingüe fortemente de certa pintura brasileira, sempre disposta a apelar ao fácil, usando cores vivas e formas estilizadas pelo simples fato que elas criam uma vibração superficial, ruidosa. (...) É por isso que é fundamental que domine, como domina, um número elevado de recursos técnicos".
 
Daniel Piza, Revista Bravo, 1997
 
 
 
"Explicando a derrota", 1994, 91 x 74.5 cm, óleo sobre tela e madeira
 
 
 
"(...) Squeff passou esses 10 anos pintando todos os dias. A poucos se dirigiu no período, e poucos tiveram acesso a sua produção rigorosa e exata que se avolumava em séries e ciclos perfeitamente costurados, complexos e completos. (...) Squeff emerge de seu mais profundo mergulho na própria e invariável coerência com a obra vasta e acabada de um mestre, sem copy desk possível, sem remissão necessária, todas as revisões feitas".
 
Wagner Carelli, colecionador, jornalista e editor da W11
 
 
 
 
"Cântico dos cânticos", 2001, 35 x 82 cm, aproximadamente (diâmetro x altura),
verniz acrílico e pigmento sobre cerâmica