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Sobre a poesia de Maria Esther Maciel

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(As divulgações/aberturas da luminosa autenticidade uterina precursora das aguarelas elementares da ideia táctil/histórica/transcendental de ZENÓBIA) ---- MARIA ESTHER MACIEL  ----- a TRAGICIDADE  e a obscuridade avivam-se mutuamente até à textura inconformista dos alvéolos extraídos das epifanias: visionarismo sensorial dos assombros enastrados na perplexidade duma personagem dinamicamente cosmogônica e espontaneamente abismal entre as fronteiras imagéticas das cadências agrestes/arvenses: cometa da interioridade a reescrever a emancipação fantasmagórica/camaleónica e a interrogar o sensibilíssimo ancestralismo da ilustração sarcástica ___ estranha e excêntrica universalidade libertadora das composições do absurdo-outro que recupera a antecâmara do alvo/heterónimo da fusão existencial.

 

ZENÓBIA:  multifacetada/luxuriante visceralidade organicista a objectualizar a corpulência intrínseca/fantasmática do anelo metamorfoseador da paisagem ascensional/humana evidenciando  as cumplicidades dos álbuns labirínticos dos túneis afectivos:___ inquietantes zonas sacralizadas/inefáveis da memória reaproximando as perfomances /acumulamento das visões HIRTAS-INTERROGATIVAS para diferenciar intuitivamente os devaneios arquitecturais da vida e a infinitude embrionária da iluminura introspectiva  ______ UM despenhadeiro em CONSTANTES mutabilidades imperscrutáveis ....... FULGURANTE albergamento da recuperação FILOSÓFICA_________

 

Amnésia anterógrafa (GABA-ACIDO GAMA-AMINOBUTÍRICO)

 

ZENÓBIA desacorrenta as corporologias-endorfinas das palavras-memória amotinando a consolidação/profundidade das efemérides excelentemente historiógrafadas/perspectivadas/humanizadas pelas identificações cardinais da esteta das possibilidades: ­_____ conformidade da anatomia da habitação (percepção da vivacidade original);  disseminação do calibre simbiótico do contubérnio: imensurável hidrografia/feracidade do conhecimento entre a simplicidade das disposições existenciais e os alicerces centrífugos da simultaneidade afectiva.

 

Os multiformes fantasmas Zenobianos entranham-se nos instrumentos das cremalheiras amorosas regressando psicanaliticamente à disseminação da (in)consistência das (re)descobertas/discrepâncias/divergências desencaminhando a referencialidade do abismo (...contudo o abismo também a observa) reflexo da inacessibilidade da completude) _______ absorvimento visionário/transmigratório-Beckettiano a devolver a irresolução da inexistência para irromper na defrontação aromática da tragicidade como a abstracção/estranheza da vida a escolher os mónadas perdidos _______:
(eixos de actividades anti-lineares na linguagem das deambulações dos afectos cósmicos-confessionalistas; na gestação das prescrições melismáticas; nas fantasias/eclógas indissolúveis encenadas pelas obscuridades ou pelos abalroamentos da opacidade/luz na arena inexplorada da linguagem; nos aforismos magnetizadores das breves elucidações; nos índices vasculares da mundanidade das pessoas; na operatividade acopladora das aparições do mundo faunístico; no tecido-estrutural dos aforismos-sensibilidades sobre a (con)vivência/manipulação das perdas reassumindo as decisões renovadoras da emoção/espiritualidade até à reorganização/reconciliação dos micro-ambientes proprieceptivos (apreensão singularmente paradoxal: ____________ Zenóbia não procura... encontra _____ (o relâmpago encena-a internamente) ____: transcendência sensitiva das amizades entre o alvo aspirador da amamentação da aventura intima.

 

A centralidade/autenticidade da artimanha impressionável/circunstâncial de Zenóbia enfoca a convergência/descentralização da traducibilidade das raízes apuraradoras da entidade/criatura _____ (composto antropológico-analogista a desembaciar ironicamente as celebridades biológicas/morfogenéticas/extranaturais onde a precedência dos significantes das linhagens engrandecem vivamente as manifestações/revelações do sentido-historiador do diurnal-chão-orgânico da imaginação___)

 

Zenóbia explora a imersão do estranho descerrando a subversão e os ziguezagues inomináveis do mundo para compendiar a plenitude da sua individualidade( restituição do organismo instintivo desbordando a autogénese/gnómica até à meteórica densidade-existente-vocabular) ______ é urgente não delimitar Zenóbia no esboço da intelecção racionalizadora porque a sua heterogeneidade impulsiona e alimenta as residências da contravenção para autodeterminar o informulável e a arte instauradora da afectividade (in)sustentável)_____(silêncio da visibilidade multiplicadora das miragens/montagens/imaginárias-Maria Esther Maciel)   

 

A mutação cartografante e a renovação das imagens obscuras encruzam as transferências-outras da profunda anfibologia ____ (fragmentação da indefinição(obscuro/luminoso) a transmudarem o acareamento (im)possível dos panoramas Zenobianos onde os refluxos dos secretos precipícios/vizinhanças abrem-se ao desconhecido da transculturação/ ancoradouro efabulado da semiótica)____

 

Maria Esther Maciel atinge a altercação/autonomia/volubilidade indígena:  mestiçagem linguistica no indeterminável entremetimento da originalidade reactualizadora da existência incomensurável.

 

O bilinguismo interseccionista-etnógrafo-Zenobiano  agremia as eclosões-exegeses da consciência arqueológica; do insondado e das epifanias cognitivas para se textualizar na plenitude da  emancipação/pulverização do desvario geofilosófico atingindo a subjectividade integrante da universalidade referencial da invenção humana_____ ______(relâmpago interpretador da colheita-sonda das energias autobiográficas de Maria Esther Maciel____ imagens figurativas da genuinidade/seguimento frutífero da "memória de Shakespeare" Borgeana e da experiência da continua transgressão exploratória:______ legibilidade/invisibilidade das cenas/rebentações fronteiriças dos territórios primitivos___)

 

O silêncio interdiscursivo/interdisciplinar Zenobiano proporciona a apoteose da unidade epistemológica abalando o horizonte do recolhimento sonambúlico pois a dinâmica das probabilidades transacciona a traduzibilidade da audácia da ubiquidade histórica  recriando ficticiamente/verdadeiramente as composições/monumentalizações do quotidiano-desejo ____; (___excêntrica estupefacção de análises ambivalentes do ser e do aforismo-emoção singularmente fluido na condição respiratória da subtileza incicatrizável___)

 

 

As ambiguidades (do (in)alcançado) desdobram metamorficamente o mundo da indeterminação de Zenobia: ____complexa inteireza da reconciliação da dinâmica inventiva onde a condensação sensorial subleva o espólio inexaurível das tonalidades fulgurantes da sublimidade: ____ (os mistérios das alegorias pulsáteis e da relação hibidrizadora/interrogativa/criativa da erudição compositiva/sagrada do real___);___ o magma do amadurecimento sensitivo conjuga a transposição do cântico das porosidades do corpo simultâneo: ausência - presença no diálogo compacto da vertiginosa intercultura ritualista   _____   característica alucinatória( refluxo na impenetrabilidade do ser) a universalizar o ritmo original do globo femeal e a materializar a opacidade/irregularidade rítmica da refundição da linguagem como uma nova  desobstrução/averiguação do dialecto dos diferentes andamentos dos enredos afectivos.

 

Zenóbia aferrolha prismaticamente a espiralidade-cinética-osciladora até aos interfaces/pendulares (intercalação) da variabilidade descomunal do conflito detonador:_____ dissertação das pulsões (felinidade na devastação/atracção pelas incumbências enunciativas das vidas contíguas; perversidade na extracção da translucidez; decomposição da circularidade dos simulacros)  que inventariam  simultaneamente a descolagem do metódico/impetuoso desnudamento lexical e a afabilidade/multiplicidade da distância/alienação: ____ crivo instável no convertimento da invenção constitutiva(do eu-outro) aprofundando e integrando os caminhos extravagantes ( indomável força) da memorização: ____(mobilidade do poema-prosa Zenobiano a permutar o espírito autónomo da criação artística  numa descoberta de abalamentos de animais-estimados propulsores da liberdade totalizante da leitura e da transluzente dualidade pulsional que deflagra as fragilíssimas cristalizações/sonolências da génese para deslizar na decantação absoluta da espontaneidade demiúrgica.      

 

A extensibilidade/periodicidade dos obstáculos entre a escrita-comemoração e as imagens  da Zenóbia/Sibila galopa estruturalmente como um  organismo de versatilidades morfológicas/ontogenéticas a amestrar os elementos discursivos minimalistas na conversibilidade sociocultural do interior de Minas Gerais ___: ____(concepções perfomativas a substancializarem as combinações da superfície energética e a divulgarem a personagem-paradigma do orgânico desarrumador de línguas).


Este intérprete idiomático do alvéolo descentra a estrutura  jubilante do alinhamento de espécies binárias:____  eléctrodo de opostas pulsionalidades na redefinição dinâmica duma emigração de ambientes em transformação/proliferação funcional formando pluricentros de metalinguagens e polaridades/instantaneidades míticas numa exposição permanente.

 

O ontologismo da animadversão triádica-transformativa de Zenóbia apresenta a pluralidade terminológica da ruralidade/cosmopolitismo/voz humanista num ardil  de sensibilidades intertextuais/simbólicas/imagéticas: ____ fundamento da errância/ sentimentalidade desmoronadora dissertando as reminescências das nomenclaturas necessárias à recodificação da impotência/inacessibilidade noutra língua de reflexos comunicacionais ____  (interacção no mecanismo psíquico conquistador das vivências da confidência digna da  disseminação e da proliferação de sentidos da metaficção(revelação do golpe inultrapassável ____ Cervantes/Bovary/Zenóbia ___ entre a comemoração e a deslembrança __ propiciadoras do alcance sacralizado/existencial).

 

A deriva das identidades (interpolaridades) questionam a realidade fractalizadora (volubilidade hieroglífica) e a ficção primordial das ninfas perspectivando a escola binária da descontextualização/espessidão das assinaturas e dos objectos transversalmente deslocalizados pela desnudação das antiguidades e pelas discrepâncias da renovação das absolutas distâncias.

 

A auto-reflexividade da distanciação espacio-temporal  liberta Zenóbia da imediatidade através das narrações dos deuses ; das ninfas criativas e da experiência da aliança animal onde as dilacerações das equivalências fugidias e as fidelidades dos itinerários essenciais reformulam a fixação transitória da construção/desconstrução da linguagem ______ (___ inquietação dos intervalos da infinidade a reconstituir a turbulenta interrogação/(anti)conceptualidade do tempo e do espaço numa  centralidade vibrátil da verdade; da presença do ser e do caos catalogados na perplexidade das estirpes Zenobianas__).

 

Consanguínea época/instantes das sonoridade/ecos/ressonâncias articuladas intuitivamente às predilecções dos livros da almofada/(indefinível cabeceira) germinativa de Zenóbia _____ subjectividade declivosa a desnaturalizar o não lugar da teorização Mineira como um desconjuntamento medular/regenerador do absurdo: ____despenhadeiro do dialecto a afectar o balanço/dissolução das eclipses ____ teatralização transmissora da luminosidade/obscuridade-cisão/superação crepuscular onde a dobagem extravagente da mutabilidade linguistica arranca a imperecibilidade do delírio-conhecedor dos livros-nómadas para reactualizar as afinidades da tactibilidade/conservação dos conhecimentos paroxísticos/geográficos (semantização da circulação possessiva do acompanhamento/afastamento entre a polulação da actualidade e a (in)decifrabilidade do arcaico para salvar as sensações-sombras do algar cosmológico presentificado na interioridade de Zenóbia-Mineira: ____ étimo a engendrar a ascendência pura da palavra que subverte-descentra-revela o secreto-apócrifo-abissal ______ escarpada sombra/magma/metáfora fulminante/integradora na universalidade alquímica (eco da língua esfíngica)  de Maria Esther Maciel__).

 
 
julho, 2008
 
 
 
 

 

Luís Serguilha (Vila Nova de Famalicão, Portugal). Publicou O périplo do cacho (poesia, edição de autor), O outro (poesia, edição de autor), Entre nós (narrativa, Editora Quasi), Boca de sândalo (poesia, Editora Campo das Letras), O externo tatuado da visão (poesia, Editora Ausência), O murmúrio livre do pássaro (poesia, Editora Ausência), Embarcações (poesia, Editora Ausência) e A singradura do capinador (poesia, Editora Indícios de Oiro).

 

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